Cerimônia com música e poesia lembra primeiro aniversário dos ataques em Barcelona e na cidade costeira de Cambrils, que mataram 16 pessoas e feriram mais de 120, incluindo cidadãos de 34 países.
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Barcelona homenageou nesta sexta-feira (17/08) as vítimas dos atentados de 17 de agosto de 2017 com um ato institucional na praça da Catalunha, em Barcelona, que contou com a presença dos reis da Espanha, Felipe 6° e Letícia, e de várias autoridades. O ato durou cerca de uma hora, não teve discursos políticos e foi marcado pelo silêncio respeitoso, quebrado somente por música e poesia.
Além do casal real, a celebração teve a presença de várias das vítimas na primeira fila, do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, da prefeita de Barcelona, Ada Colau, e do presidente do governo regional (Generalitat), Quim Torra.
Crianças vestidas de branco depositaram flores em frente a um mural de Joan Miró no final da área de pedestres de Las Ramblas, zona que é um dos principais pontos turísticos da cidade e onde cidadãos de 34 países foram vítimas do ataque. Centenas de pessoas encheram o centro da praça da Catalunha.
"Barcelona, cidade de paz" foi o lema da comemoração, estampado sobre um palco branco.
Embora a prefeita Ada Colau tenha alertado que a cerimônia seria destinada às vítimas e sem matizes políticos, moradores penduraram num prédio um placar dizendo que "o rei não é bem-vindo na Catalunha". A família real espanhola é considerada inimiga por separatistas. Outros mostraram seu apoio, gritando "viva o rei", quando Felipe cumprimentou as vítimas.
"O 17A" é como o atentado terrorista de 17 de agosto de 2017 ficou conhecido na Espanha. Na tarde daquele dia, um terrorista islâmico dirigindo uma van avançou o veículo por cerca de 500 metros contra uma multidão no calçadão de Las Ramblas.
Menos de dez horas depois, um ataque semelhante ocorreu na cidade costeira de Cambrils. Ao todo, 16 pessoas morreram – 15 em Barcelona e uma em Cambrils. Mais de 120 ficaram feridas. Muitas testemunhas ainda sofrem de abalos psicológicos pela experiência. O "Estado Islâmico" reivindicou a responsabilidade pelos ataques, que se acredita terem sido os primeiros da organização na Espanha.
A célula terrorista planejava um atentado ainda maior, mas teve seus planos frustrados com a explosão de uma casa na cidade de Alcanar no dia 16 de agosto. Segundo as autoridades, o grupo estocava no prédio pelo menos 120 botijões de gás para realizar ataques contra vários monumentos na capital catalã. Um dos alvos seria a catedral Sagrada Família. A detonação matou também um imã tido como o mentor do atentado.
MD/dpa/efe
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Extremistas islâmicos atropelaram pedestres em Barcelona e Cambrils, deixando um total de 14 mortos, no que o primeiro-ministro espanhol chamou de "ameaça global".
Foto: Reuters/Reuters TV
Ataque terrorista
Testemunhas contaram que a van ziguezagueou por Las Ramblas, uma das avenidas turísticas mais movimentadas da cidade espanhola, atropelando pedestres e deixando rastro de corpos pelo chão. A polícia confirmou se tratar de um ataque terrorista. Horas depois, um segundo ataque ao sul de Barcelona na cidade balneária de Cambrils deixou seis civis e um policial ferido.
Foto: Getty Images/AFP/J. Lago
Começa a caçada
O motorista do veículo conseguiu escapar, dando início a uma grande caçada. A polícia prendeu três homens suspeitos de envolvimento no ataque, mas conclui que o motorista da van fugira a pé. O grupo extremista "Estado islâmico" afirmou que seus "soldados" foram responsáveis pelo ataque de Barcelona.
Foto: REUTERS/Stringer
Detenções
Até o momento, três já foram presos por suspeita de envolvimento no ataque. Dos dois primeiros, cuja ligação com grupos terroristas era desconhecida da polícia até então, um foi identificado como de origem marroquina e o outro como sendo do enclave espanhol de Melilla, no norte da África. Nesta sexta-feira (18/08), a polícia catalã anunciou a detenção de um terceiro suspeito, em Ripoll.
Foto: Getty Images/AFP/J. Lago
"Estado Islâmico"
O grupo extremista "Estado islâmico" (EI) reivindicou responsabilidade pelo ataque. "Os autores do ataque de Barcelona são soldados do 'Estado Islâmico' e realizaram a operação em resposta às ordens de atacar os estados da coalizão", disse a agência de notícias do grupo.
Foto: Getty Images/D. Ramos
Cordão policial
Policiais e equipes de emergência criaram um perímetro de segurança perto do local e evacuam a área de Las Ramblas imediatamente após o ataque. Parte da avenida foi reaberta à noite.
Foto: Imago/Agencia EFE/A. Dalmau
Vítimas
O governo catalão confirmou pelo menos 13 mortos e mais de 100 feridos. Há vítimas de pelo menos 18 países, dizem as autoridades.
Foto: Getty Images/AFP/J. Lago
Três dias de luto
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, anunciou três dias de luto oficial diante do que qualificou como um "ataque jihadista": "Hoje a luta contra o terrorismo é a principal prioridade para as sociedades livres e abertas como a nossa. É uma ameaça global e a resposta deve ser global", disse a jornalistas em uma coletiva de imprensa Barcelona.
Foto: Imago/robertharding/P. Higgins
Explosão suspeita
Autoridades espanholas também investigam as causas de uma explosão na quarta-feira (16/08). O episódio aconteceu na cidade de Alcanar, a cerca de 200 quilômetros (124 milhas) a sudoeste de Barcelona, e deixou um morto. A princípio, caso foi tratado como um acidente, mas agora a polícia suspeita que o local estava sendo usado para a preparação de um explosivo a ser usado em Barcelona.
Foto: picture-alliance/dpa/Europa Press/Bombers De La Generalitat
Segundo atentado ao sul de Barcelona
Pelo menos seis civis e um policial ficam feridos em novo atentado na cidade costeira de Cambrils, ao sul de Barcelona, na sexta-feira (18/08), afirmou o governo regional. Uma das pessoas gravemente feridas morreu um dia após o ataque. Uma troca de tiros deixou cinco mortos, todos envolvidos no ataque. Pela manhã, autoridades catalãs confirmaram que ataques em Cambrils e Barcelona estavam ligados.