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ClimaEspanha

Espanha registra onda de calor mais intensa da história

24 de agosto de 2025

Com 4,6 °C acima da média, período de 3 a 18 de agosto superou anomalia observada em julho de 2022. Temperaturas elevadas agravaram incêndios no país.

Bombeiros combatem chamas na Espanha
Temperaturas extremas já causaram morte de 1,1 mil na Espanha em 2025Foto: Xuan Cueto/Europa Press/IMAGO

A onda de calor que atingiu a Espanha em agosto foi a mais intensa já registrada no país, segundo informou a agência espanhola de meteorologia Aemet, com dados provisórios.

De acordo com a Aemet, o período de 3 a 18 de agosto registrou uma anomalia de 4,6 °C e superou o recorde anterior de julho de 2022, que atingiu 4,5 °C acima do limite.

A intensidade é analisada pelo parâmetro "anomalia da onda", diz a agência, que quantifica o quanto as temperaturas máximas se desviaram do limite mínimo necessário para ser considerado uma onda de calor.

Desde 1975, foram registradas 77 ondas de calor na Península Ibérica e nas Ilhas Baleares, das quais apenas seis tiveram uma anomalia de 4 °C ou mais. Cinco delas aconteceram a partir de 2019.

Temperatura média aumentou 1,69 °C em 60 anos

Já o período de 8 e 17 de agosto foi considerado o intervalo consecutivo de dez dias mais quente já registrado na Espanha desde, pelo menos, 1950.

"A persistência do calor extremo intensifica sua adversidade. A saúde das pessoas vulneráveis é afetada e o risco de incêndios aumenta", lembrou a Aemet.

Com os dados observados e a previsão até o dia 31, o mais provável é que agosto de 2025 figure entre os mais quentes da série histórica. Atualmente, quatro dos cinco agostos com temperaturas mais altas foram registradas nos quatro últimos anos. A única exceção aconteceu em 2003.

A Aemet aponta que a temperatura média da Espanha aumentou 1,69 °C desde 1961 até 2024, o que se traduz no aumento dos episódios climáticos anormais.

Incêndios florestais se multiplicam na Espanha e fazem vítimasFoto: Xuan Cueto/Europa Press/IMAGO

Calor leva a mortes e alimenta incêndios florestais

De acordo com estimativa divulgada na última terça-feira pelo Instituto de Saúde Carlos III, mais de 1,1 mil mortes na Espanha foram relacionadas à onda de calor. O fenômeno também alimentou incêndios florestais, que continuam a devastar partes do norte e oeste do país.

Nas últimas semanas, as queimadas destruíram mais de 350 mil hectares, o equivalente a cerca de 490 mil campos de futebol, deixando quatro mortos.

Cientistas afirmam que as mudanças climáticas estão provocando ondas de calor mais longas, intensas e frequentes em todo o mundo.

A agência argumenta que é um fato científico que os verões atuais são mais quentes, longos e intensos do que nas décadas anteriores .

"Que quatro das cinco ondas de calor mais intensas tenham ocorrido desde 2019 não é coincidência. Nem todo verão será sempre mais quente que o anterior, mas a tendência de verões mais extremos é evidente. O essencial: adaptação e mitigação das mudanças climáticas", concluiu.

Portugal sob risco máximo de incêndios

O país vizinho Portugal também enfrenta desafios exacerbados pelo calor. Cerca de 70 municípios  portugueses foram colocados em risco máximo de incêndio neste domingo, concentrados principalmente nas regiões Norte e Centro e vários deles próximos à fronteira com a Espanha, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A entidade detalhou em seu site que outros 90 municípios estão em risco "muito elevado". O IPMA prevê que as temperaturas cheguem a 36 °C em alguns pontos do país.

gq (AFP, EFE, OTS)