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Espanha tem caso suspeito de ebola

17 de agosto de 2014

Nigeriano que recentemente retornou de seu país apresenta sintomas da doença. No Quênia, governo proíbe entrada de pessoas vindas de países mais afetados pela epidemia.

Foto: John Moore/Getty Images

Um homem de nacionalidade nigeriana, que havia retornado recentemente de seu país, apresenta sintomas de ter contraído o vírus ebola e está sob quarentena em Alicante, no sul da Espanha, no primeiro caso de suspeita de ebola no país desde a morte do missionário espanhol que havia retornado a Madrid, no dia 7 de agosto.

Autoridades de Alicante afirmaram que o homem chegou ao hospital com febre. Os médicos constataram que ele apresentava sintomas similares aos do ebola e o conduziram a uma parte isolada para a realização de testes. As autoridades sanitárias afirmam que o paciente apresenta quadro clínico e epidemiológico que pode corresponder à doença. Os resultados das análises deverão ser conhecidos apenas na próxima semana.

Através de comunicado, o Departamento de Saúde da região de Valência afirmou ter ativado de maneira preventiva o protocolo previsto em caso de suspeita do vírus ebola. "O paciente está internado no hospital de San Juan, em estado clínico estável, numa zona isolada", afirma o comunicado.

Fontes do hospital disseram à agência de notícias DPA que o homem apresentava dois dos critérios que levam à suspeita de ebola. O critério clínico indica que o paciente deve apresentar febre acima de 38,3 graus, hemorragias ou vômito, enquanto o critério epidemiológico requer que a vítima tenha estado numa zona de risco ou tido contato com pessoas infectadas pelo vírus nos últimos 21 dias, que correspondem ao período de incubação.

O paciente explicou que havia retornado recentemente de uma viagem a seu país de origem, onde até o momento já foram confirmados ao menos uma dezena de casos e uma morte. Desde o início da epidemia do vírus que, já causou mais de 1.100 mortes, suspeitos de contaminação foram detectados na Nigéria, em Serra Leoa, na Libéria e na Guiné.

Missionário Miguel Pajares, primeira vítima na EuropaFoto: picture-alliance/dpa/Fundacion Juan Ciudad ONGD

A epidemia na África Ocidental é a mais grave desde a descoberta da doença, em 1976. O vírus é transmitido através do contato direto com o sangue ou fluídos corporais de pessoas ou animais infectados, causando hemorragias graves e pode atingir uma taxa de mortalidade de 90%.

Quênia fecha fronteiras

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a epidemia do vírus ebola na África Ocidental como uma emergência internacional de saúde e alertou que a doença se espalha com maior rapidez do que a capacidade de controlá-la. Grupos de ajuda afirmaram que os esforços para deter a epidemia têm sido "perigosamente inadequados".

O ministério da Saúde do Quênia anunciou neste sábado que os passageiros vindos de Serra Leoa, Libéria e Guiné estão proibidos de entrar no país, no intuito de barrar a entrada de pessoas que possam ter contraído o vírus. A Nigéria não foi incluída na lista.

A proibição deverá trazer complicações às viagens pelo continente africano, uma vez que o aeroporto de Nairóbi é um importante ponto de conexão.

A OMS havia recomendado que os países afetados, se possível, evitassem aglomerações de pessoas em grande número e examinassem passageiros com destino a outros países, mas não chegou a recomendar a proibição de viagens pela África Ocidental.

A organização ressaltou que classificar o ebola como uma "emergência de saúde pública em nível internacional" não significa que há risco de o vírus se espalhar pelo mundo, mas sim, que os países devem ficar mais vigilantes.

Na Nigéria, o ministro da Saúde, Onyebuchi Chukwu, anunciou que uma paciente infectada com o vírus seria a primeira pessoa a se curar da contaminação do ebola. A mulher acabou sendo liberada do hospital. Outros cinco pacientes em observação apresentaram melhoras e estão "quase recuperados", afirmou o ministro.

RC/dpa/lusa

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