Espanha volta a declarar estado de emergência
25 de outubro de 2020A explosão no número de casos de coronavírus levou neste domingo (25/10) o presidente do governo (premiê) da Espanha, Pedro Sánchez, a declarar estado de emergência em território nacional. É a segunda vez que a medida é tomada desde o início da pandemia no país.
O governo quer que o estado de emergência dure até o início de maio e estabeleceu toque de recolher entre as 23h e 6h da manhã. Os estados, porém, terão liberdade para decidir a faixa de horário em que será proibido sair à rua de noite.
"A realidade é que a Europa e a Espanha estão imersas na segunda onda da pandemia”, afirmou o premiê em discurso em rede nacional. "A situação que estamos enfrentando é extrema."
A Espanha vem registrando mais de 20 mil casos de coronavírus por dia. Nas últimas cinco semanas, foram mais de cem mortes diárias. A taxa de ocupação de leitos de UTI já é superior a 22%, o que está levando ao adiamento de cirurgias.
Com o estado de emergência, os governadores dos estados terão liberdade para fechar as divisas com regiões vizinhas e limitar aglomerações em locais públicos a seis pessoas que não morem juntas.
O estado de emergência inicialmente não vale para as Ilhas Canárias, onde a propagação do vírus está dentro dos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
A Espanha nesta semana se tornou o primeiro país europeu a superar 1 milhão de casos de covid-19. Mas Sánchez admitiu na sexta-feira, em discurso transmitido nacionalmente, que a verdadeira cifra poderia ser superior a 3 milhões, devido a lacunas nos programas de testagem.
Na primeira onda da pandemia, a Espanha foi um dos países europeus mais afetados. O país já registrou quase 35 mil mortes por coronavírus.
Com as novas medidas, a Espanha toma um caminho semelhante ao da vizinha França. Para conter o avanço da pandemia, o governo francês ampliou nos últimos dias o toque de recolher das 21h às 6h para dois terços do país, atingindo 46 milhões de pessoas.
A medida ficará em vigor por seis semanas e irritou donos de bares e restaurantes, que ainda não se recuperaram dos dois meses de lockdown ocorridos na primavera.
Itália
Neste domingo, a Itália ordenou que bares e restaurantes fechem às 18h e proibiu a abertura de academias de ginástica, cinemas e piscinas para tentar deter o ressurgimento do coronavírus.
O primeiro-ministro, Giuseppe Conte, disse que as medidas visam a proteção tanto da saúde pública quanto da economia e permitirá que a curva ascendente da epidemia seja controlada nas próximas semanas.
"Sofreremos um pouco neste mês, mas poderemos respirar novamente em dezembro", disse em coletiva de imprensa.
A Itália, que chegou a ser o país mais atingido pela pandemia no mundo industrializado, foi ultrapassada por outros na Europa, incluindo Espanha, França e Reino Unido. As taxas de infecção estão crescendo rapidamente, e os serviços de saúde estão sob pressão crescente.
No sábado, a Itália registrou mais de 19 mil novos casos de covid-19, um recorde. Em 24 horas, foram mais de 150 mortes.
RPR/afp/ap