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Esperança na luta contra Sars

rw15 de maio de 2003

Cientistas alemães conseguiram reproduzir a enzima do vírus causador da doença, o que é um importante passo na luta contra a pneumonia asiática. Mas pode levar anos até surgir um medicamento.

Tecido pulmonar afetado pela pneumonia asiáticaFoto: AP

Descobertos há 40 anos, os coronavirus nunca foram estudados mais a fundo por provocarem no ser humano apenas resfriados comuns, geralmente inofensivos. Em gatos, aves, porcos e reses, entretanto, podem ser fatais. Seu nome deve-se ao fato de, quando vistos no microscópio eletrônico, assemelharem-se a coroas. Em abril último, já se havia descoberto que a pneumonia asiática é causada por um vírus deste tipo.

Nos laboratórios das universidades alemãs de Jena, Würzburg e Lübeck foi descoberto o que pode ser a base de um medicamento contra a Sars. O professor Rolf Hilgenfeld, chefe do Instituto de Bioquímica da Universidade de Lübeck, já vem pesquisando o coronavirus desde 1999. Ele e seu colega John Ziebuhr, da Universidade de Würzburg, conseguiram reproduzir a enzima chave, responsável pela multiplicação do vírus.

"Cultivamos seus cristais e os expusemos ao síncroton, que é um acelerador de partículas carregadas. Assim, descobrimos informações tridimensionais sobre a estrutura de cada átomo, o que nos possibilitou pesquisar o desenvolvimento, no computador, de um medicamento que iniba esta enzima", explica o professor de Lübeck, no norte da Alemanha.

Importante base para as pesquisas

Os pesquisadores estudaram esta importante enzima, chamada protease, inicialmente no coronavirus que afeta os suínos, depois no agente do resfriado humano e, por fim, no causador da Sars. Concluíram que o coronavirus do resfriado é idêntico ao vírus causador da pneumonia asiática em 44% de sua estrutura.

Eles esperam inibir o desenvolvimento da enzima com um agente chamado provisoriamente de AG7088, que está sendo testado nos Estados Unidos contra o rinovirus, também causador de resfriados.

Hilgenfeld, que teve sua pesquisa publicada na última edição da revista Science, adverte não ter um novo remédio contra a Sars. "Trata-se de uma importante base para nossas pesquisas. Precisamos primeiro modificar esta molécula, o que, tenho certeza, conseguiremos em algumas semanas. Depois que tivermos um agente inibidor da doença, ele ainda passará por uma fase de testes e desenvolvimentos clínicos. Pode durar dois anos até que chegue ao paciente", explica.

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