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Esperança para o coração da indústria

(ms)24 de outubro de 2003

A feira internacional da Indústria de Máquinas-Ferramentas, EMO, que acontece em Milão, é uma importante vitrine para o setor.

Unidade de montagem da VWFoto: AP

Sempre que a indústria automobilística desenvolve um motor ou uma carroceria, são necessárias novas máquinas que possibilitem a fabricação em série do produto. Neste momento é que entra em ação o setor de Máquinas-Ferramentas, especilizado em oferecer soluções, criando e instalando o maquinário adequado às exigências do cliente, seja ele do setor automotivo ou de outros ramos industriais.

A cada dois anos, as empresas de Máquinas-Ferramentas reúnem-se na EMO, uma das maiores feiras mundiais do setor especializado que inclui robótica, automação, processos de fabricação e montagem, máquinas de usinagem, metrologia e controle de qualidade, sistemas de montagem, solda, corte, dobra, hidráulica, pneumática e prestação de serviços. A feira vai até o dia 28 de outubro.

Coração da Indústria

A indústria alemã de máquinas e ferramentas é a segunda maior do mundo, logo após a norte-americana, e as empresas, em sua maioria de médio porte, têm muito orgulho disso. Em Milão, elas são maioria. Do total de 1600 firmas de 38 países que estão expondo, 280 são alemãs.

O setor gosta de se autointitular o “coração da indústria”, já que a produção em série depende de sua participação. Justamente por isso, é este segmento que percebe de antemão os efeitos positivos de um reaquecimento da economia mundial

Otimismo após um ano minguado

As esperanças de bons negócios nesta feira são grandes, segundo Berndt Heller, presidente da Associação dos Fabricantes Alemães de Máquinas-Ferramentas (VDW). “A feira acontece em uma fase em que o mundo aguarda uma reativação da economia”, frisou, salientando o otimismo dos expositores por acreditarem que estão na feira certa no momento apropriado para o fechamento de novos contratos.

Os indícios de recuperação, entretanto, ainda são bem modestos. O lucro das empresas alemãs do setor caiu cerca de 10%, de janeiro a agosto de 2003, enquanto a produção não esgotou sua capacidade (80%). Há encomendas apenas para os próximos seis meses. “As expectativas do início do ano não se concretizaram. A VDW estima que a produção do corrente ano retroceda 8%, alcançando no máximo 8,8 bilhões de euros”, revelou Heller.

Luz no fim do túnel

Isso não que significa que o setor vá de mal a pior. Em julho os construtores de máquinas e ferramentas fecharam o maior número de contratos do ano, e em agosto a quantidade de pedidos foi 20% superior à registrada no mesmo período de 2002.

É o mercado estrangeiro que oferece razões de otimismo. “Apesar de um ou outro revés, os pedidos aumentaram em 5% nos oito primeiros meses de 2003. Especialmente no Leste Europeu, na Europa Central, América do Sul, Oriente Médio, bem como Leste e Sudeste Asiático, os negócios voltaram a prosperar. Registramos um aumento significativo de encomendas provenientes da China, Coréia do Sul, Japão, Canadá e Brasil. E na Europa, os clientes da Espanha, França, Áustria, Suécia e Rússia são bem ativos”, resumiu o chefe da VDW.

Exportações em alta

Cerca de 60% da maquinaria produzida na Alemanha vai para o mercado estrangeiro. A exportação está em alta e o setor estima um crescimento de 4% para o próximo ano, desde que a cotação do euro continue estável e não suba mais em relação ao dólar.

Os dois anos de poucos negócios foram superados sem maiores problemas. E o futuro é bastante promissor. “O final do túnel está à vista. A EMO em Milão pode servir como impulso, se houver uma estabilização da conjuntura mundial. Até o final do ano saberemos disso com mais certeza”, concluiu Berndt Heller.

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