Condenada por conspiração contra os EUA, Maria Butina, que se apresentava como ativista pró-armas em Washington, deixa prisão após cumprir pena e será deportada para a Rússia.
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A cidadã russa Maria Butina que foi condenada nos Estados Unidos por ser uma espiã a serviço do Kremlin deixou a prisão americana nesta sexta-feira (25/10), após cumprir a pena de 18 meses de detenção.
Butina deveria deixar a prisão apenas no início de novembro, mas uma mudança na legislação adiantou sua libertação devido a bom comportamento. Após deixar a penitenciária em Tallahassee, na Flórida, ela foi colocado sob custódia das autoridades federais de imigração e deverá ser deportada para a Rússia.
Em dezembro do ano passado, Butina, de 31 anos, se declarou culpada pelo crime de conspiração contra os EUA e aceitou cooperar com a justiça. Ela admitiu que "procurou estabelecer linhas de comunicação não oficiais com os americanos que tem poder e influência sobre a política dos EUA".
Butina violou a legislação americana por não ter devidamente registrado que estava nos EUA trabalhando a favor de outro país, algo é permitido se houver esse registro.
Segundo a promotoria, a espiã russa montou uma rede de contatos nos EUA para influenciar ativistas pró-armas e figuras conservadoras com o objetivo de beneficiar o Kremlin. A operação começou em março de 2015 e terminou em julho de 2018, quando ela foi detida.
A promotoria argumentou que Butina não se envolveu em "espionagem tradicional", mas trabalhou nos bastidores para fazer incursões em círculos políticos conservadores e promover a amizade entre a Rússia e os EUA. Ela organizou jantares em Washington e Nova York e participou de eventos para conhecer políticos importantes.
A cidadã russa iniciou sua missão em território russo, mas em agosto de 2016 se mudou para Washington com um visto de estudante, supostamente solicitado como parte do plano da Rússia, momento no qual as autoridades dos EUA começaram a seguir sua pista.
Antes e depois de entrar em território americano, Butina, que supostamente trabalhava para um funcionário de alto escalão russo, criou uma rede de contatos influentes na política dos EUA que lhe ajudaram a se aproximar do mais influente lobby de armas do país, a Associação Nacional do Rifle (NRA, em inglês), onde se apresentou como uma ativista russa em defesa do direito do porte de armas.
A russa foi presa em julho de 2018. No julgamento, Butina negou ser espiã e disse que sempre agiu abertamente. Seus advogados alegaram que ela era apenas uma estudante interessada em política americana e em melhorar as relações entre Moscou e Washington.
"Eu amo os dois países e estava construindo a paz", disse Butina, em uma entrevista à emissora americana NPR, em maio. Ela também afirmou que não esperava receber uma punição tão pesada e contou não ter medo de voltar à Rússia, ressaltando que não era espiã e, por isso, não tem informações secretas. "Não tenho preocupações sobre minha segurança", destacou.
Na época da condenação, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou o caso como uma "afronta" e negou que ela estivesse seguindo ordens de serviços de inteligência russos. O Ministério do Exterior russo acusou os Estados Unidos de forçar Butina a fazer uma confissão falsa.
Dez filmes de espionagem que se passam na Alemanha
De James Bond a Ethan Hunt, muitos agentes secretos já passaram pela Alemanha — mesmo que virtualmente. Berlim parece ser a cidade ideal para diretores como Spielberg e Hitchcock gravarem seus thrillers.
Foto: 2014 Twentieth Century Fox
"Ponte dos Espiões"
Muitas partes do novo filme de Steven Spielberg foram filmadas em Berlim e nos seus arredores. A produção reconta a primeira de uma série de trocas de espiões que aconteceram na Ponte Glienicke, conhecida como a "Ponte dos Espiões" — daí o título do filme. Spielberg não é o primeiro cineasta a retratar agentes secretos na Alemanha. Veja a seguir mais exemplos.
Foto: 2014 Twentieth Century Fox
"Cinco dedos"
O filme ("Five fingers", 1952) dirigido por Joseph L. Mankiewicz fala sobre um agente secreto famoso durante a Segunda Guerra Mundial e que trabalhou para os nazistas — amplamente conhecido por seu codinome, Cícero. Apesar de outros filmes de espionagem serem gravados em locações, este foi rodado, principalmente, em estúdio.
Foto: picture-alliance/dpa/akg-Images
"Os espiões também amam"
Esse thriller da Alemanha Ocidental, originalmente intitulado "Spion für Deutschland" (1956), também retrata as ações de um agente secreto alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Estrelado por Martin Held e Nadja Tiller, ele foi filmado em Berlim e nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/dpa
"A guerra secreta"
Werner Klinger é um dos quatro cineastas que dirigiram esse antológico filme de espião ("The secret agents", 1965). O filme é composto por histórias dirigidas por um alemão, um francês, um italiano e um britânico. Filmado em Berlim, é estrelado por Henry Fonda e Robert Ryan.
Foto: picture-alliance/dpa/United Archives/IFTN
"Cortina rasgada"
Alfred Hitchcock filmou esse thriller de espionagem ("Torn curtain", 1966) em estúdio. No entanto, algumas cenas foram feitas em Berlim. A equipe de filmagem gravou na capital alemã e enviou as imagens para Hollywood, assim Hitchcock poderia usar o material em seu filme. O elenco inclui atores alemães, além de estrelas americanas, como Julie Andrews e Paul Newman.
Foto: picture-alliance/dpa/United Archives/IFTN
"007 contra Octopussy"
Uma grande parte do 13º filme ("Octopussy", 1983) do agente secreto mais popular da história do cinema, James Bond, foi gravada em Berlim. O agente 007, interpretado por Roger Moore, é visto no Checkpoint Charlie, em frente ao Muro e em uma cena de perseguição no antigo circuito de AVUS.
Foto: picture-alliance/dpa/ KPA
"O inocente"
Anthony Hopkins, Isabella Rossellini e Campbell Scott estrelam o filme ("The innocent", 1993). Ele é baseado na "Operação Ouro", que aconteceu durante a Guerra Fria quando agentes da CIA e do MI6 construíram um túnel sob o setor russo da capital alemã. A direção é de John Schlesinger.
Foto: picture-alliance/dpa/United Archives/IFTN
"Missão Impossível 3"
Para o terceiro filme da série "Missão Impossível", o diretor J.J. Abrams e o ator Tom Cruise queriam gravar, inicialmente, no Reichstag (o prédio do Parlamento alemão). Mas o governo não permitiu que eles gravassem no edifício — um conselho decidiu que ele não deveria ser usado em filmes comerciais. A equipe teve que construir os sets de filmagem no Babelsberg Studio, nos arredores de Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa
"O segredo de Berlim"
O filme de Steven Soderbergh ("The good german", 2006) também demonstra como estúdios podem substituir locações reais. A história se passa na Berlim do pós-guerra, mas foi filmada em Los Angeles. No entanto, Soderbergh inseriu, na película em preto e branco, cenas de arquivo reais da então destruída cidade.
Foto: picture-alliance/dpa
"Jogo de espiões"
Este thriller de espionagem ("Spy game", 2001), estrelado por Robert Redford e Brad Pitt, também se passa em Berlim, mas não foi filmado na Alemanha. Locações em Budapeste foram usadas para reproduzir a capital alemã. Isso pode ser notado em algumas cenas, porque certo elementos da paisagem não existem de fato em Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa
"O agente da U.N.C.L.E"
Misturando comédia, aventura e espionagem, o filme ("The man from U.N.C.L.E", 2015) dirigido por Guy Ritchie contém muitas cenas que se passam em Berlim na década de 1960. Henry Cavill interpreta um agente secreto americano competindo com um espião russo. O filme recria a atmosfera da Berlim dividida — ainda que tudo tenha sido feito por computador.
Foto: 2015 WARNER BROS. ENTERTAINMENT INC. AND RATPAC-DUNE ENTERTAINMENT LLC ALL RIGHTS RESERVED/Daniel Smith