Esqueleto de mais de 4 mil anos é descoberto na Alemanha
21 de maio de 2020
Em descoberta rara, arqueólogos localizam em Brandemburgo restos mortais de mulher enterrada de cócoras perto de antigo assentamento. Pesquisadores investigam agora causa da morte.
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Arqueólogos descobriram um esqueleto de cerca de 4,5 mil anos numa escavação em Uckermark no leste da Alemanha. Os restos mortais seriam de uma mulher.
Pesquisadores acreditam que ela teria sido enterrada entre 2.200 e 2.500 antes de Cristo, segundo afirmou nesta quarta-feira (20/05) Christoph Krauskopf do Departamento de Preservação de Monumentos do Estado de Brandemburgo, acrescentando que a maneira incomum de como a mulher estava enterrada dá a descoberta um "alto significado científico".
Os arqueólogos Philipp Roskoschinski e Christoph Rzegotta, que fizeram a descoberta, contaram que o esqueleto foi encontrado em posição de cócoras numa cova perto de um assentamento e não num cemitério. Os pesquisadores acreditam que a mulher foi posicionada desta maneira no túmulo.
"Nunca fiz uma descoberta como esta antes", disse Roskoschinski ao jornal berlinense Tagesspiegel.
A posição de cócoras é uma das mais antigas formas de enterrar os mortos conhecida. "No período Paleolítico e também no Mesolítico foram identificados esse tipo de funeral", afirmou Roskoschinski.
A causa da morte ainda não foi identificada. Pesquisadores estão realizando testes para descobrir a idade da mulher e os possíveis motivos do óbito. "Infelizmente, não havia outros objetos na cova que pudessem nos contar mais sobre a vida da mulher", acrescentou Roskoschinski.
O esqueleto foi encontrado durante escavações para a instalação de uma turbina eólica.
Nok: Misteriosas esculturas pré-históricas da África
As estátuas Nok estão entre as descobertas arqueológicas mais importantes da África subsaariana. As peças de terracota com mais de 2 mil anos são os primeiros testemunhos da escultura no continente.
Foto: Barbara Voss und Monika Heckner
Nok: a origem das esculturas africanas
As esculturas Nok estão entre as descobertas arqueológicas mais importantes da África subsaariana. As peças de terracota com mais de dois mil anos são os primeiros testemunhos da escultura no continente. Até o dia 23 de fevereiro, alguns desses exemplares ficarão expostos no museu Liebieghaus em Frankfurt.
Foto: Goethe-Universität Frankfurt/Institut für Archäologische Wissenschaften/Archäologie und Archäobotanik Afrikas
Saques são constantes
O nome dessas peças vem da região onde elas foram encontradas, a vila Nok, no Planalto de Jos, região central da Nigéria. Em 1928, trabalhadores na mineração de estanho acharam os primeiros exemplares. Desde 2005, uma equipe de arqueólogos alemães e nigerianos trabalha em 200 escavações na região. Saques e destruição são constantes nesses sítios arqueológicos.
Foto: Goethe-Universität Frankfurt
Pré-história da Nigéria
Depois de retiradas da terra, as figuras são restauradas por arqueólogos. Além das esculturas, os pesquisadores se interessam por objetos do cotidiano, como vasos de argila, utensílios de pedras e joias. Eles esperam que esses vestígios arqueológicos revelem um panorama da cultura pré-histórica dessa região da Nigéria.
Foto: Goethe-Universität Frankfurt
Fabricação de ferro
Nas escavações foram encontrados fornos de fundição com indícios de fabricação de ferro, provavelmente uma das mais antigas da história da humanidade. Escombreiras enormes e restos de fornos de fundição indicam que o metal já era produzido 500 anos antes de Cristo na região.
Foto: Goethe-Universität Frankfurt
Mistério de terracota
Não se sabe exatamente qual a função das esculturas. Pesquisadores acreditam que elas eram usadas em diferentes rituais. Uma de suas finalidades era serem destruídas. Nas escavações, foram encontrados centenas de fragmentos que não podem ser reconstruídos. Aparentemente, as peças foram deliberadamente quebradas de forma que não pudessem mais ser recuperadas.
Foto: Goethe-Universität Frankfurt
Pessoas, animais e quimeras
Rostos pontiagudos e desproporcionais e olhos com formato triangular, cujas pupilas são indicadas por um aprofundamento, são típicos dessas esculturas vermelhas. Características individuais como barba, joias e cabelos extravagantes são outros acabamentos artísticos. Elas representam, principalmente, pessoas, animais e quimeras, uma mistura de dois ou mais animais.
Foto: Norbert Miguletz
Inspiração para Picasso
Quando as primeiras esculturas Nok chegaram à Europa, no início do século 20, elas representaram uma libertação para a arte. O que por muitos europeus era considerado arte primitiva, serviu de inspiração para grandes mestres, como Paul Gauguin, Pablo Picasso e Ernst Ludwig Kirchner. Eles viam nessas obras a legitimação para a ruptura com a arte figurativa realista.
Foto: picture-alliance/dpa
Tesouro mundial
As esculturas vermelhas logo arrebataram colecionadores de todo o mundo. Durante muito tempo, elas eram conhecidas somente nos círculos do mercado de arte internacional. Mas começaram a aparecer cada vez mais exemplares em Paris, Londres e Nova York. Hoje as esculturas podem ser admiradas nos principais museus do mundo.
Foto: Stefan Rühl
Roubo de peças e falsificações
Nos mercados de arte internacional, as esculturas são comercializadas por milhões de euros. Mas muitas delas são falsificações ou peças roubadas. A exposição na Liebieghaus apresenta falsificações e esculturas originais lado a lado.
Foto: Barbara Voss/Monika Heckner (Ausschnitt)
Intercâmbio cultural
As esculturas Nok são exibidas em salas dedicadas à arte da Grécia antiga, Roma e Egito. Como as peças são da mesma época, nos museus elas ficam próximas umas às outras. Mas há mais dois mil anos elas estavam isoladas pelo deserto do Saara. Um intercâmbio cultural entre essas regiões era impossível.
Foto: Norbert Miguletz
Primeira exposição
A exposição no museu de Liebieghaus é a primeira da Alemanha sobre arte africana dessa época. Mais de 100 esculturas e fragmentos encontrados nos últimos anos por arqueólogos alemães e africanos estão expostos. Os visitantes também podem conhecer os primeiros resultados da pesquisa que revela alguns mistérios da cultura Nok.