"Está na hora de Schröder comprar um avião novo"
14 de fevereiro de 2002A única nota dissonante na visita do chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, ao Brasil foi a aterrissagem forçada em Manaus, que resultou num atraso de três horas.
Más condições do tempo não permitiram o planejado vôo non-stop entre a Cidade do México e São Paulo. De qualquer forma, nove horas no ar já representam limite extremo para as antiquadas aeronaves utilizadas pelo chanceler federal e sua comitiva: dois A310, denominados Konrad Adenauer e Theodor Heuss, com autonomia de vôo de apenas onze mil quilômetros.
O presidente da Siemens, Heinrich von Pierer, que acompanha o premiê, aconselhou Berlim a adquirir um jato para longas distâncias. Já no trecho entre a capital alemã e o México, a parada para abastecimento em Washington elevou o total de viagem a mais de 16 horas. Retornando de Buenos Aires, haverá outra escala obrigatória em Recife.
Segundo Pierer, é "totalmente inadmissível" o premiê alemão viajar nestes "velhos aviões de Honecker". A alusão é a Erich Honecker, que governou a antiga Alemanha comunista de 1971 a 1989. Na época da RDA, os A310 circulavam para a companhia aérea estatal Interflug.
Com humor, o presidente da Siemens lembrou que, afinal de contas, Schröder é um vendedor da Airbus. "Não posso telefonar com o modelo mais antigo de celular e exigir de meu cliente que compre um novo", comparou Pierer. Uma alternativa seria o A340, capaz de voar até 16 mil quilômetros sem escalas.