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Trabalho

(av)7 de fevereiro de 2007

Ao se formar, 38% dos estudantes do país fazem um estágio, em vez de iniciar a vida profissional regular. Especialistas criticam a transformação da prática numa forma de exploração de mão-de-obra jovem.

Estágio deveria estar a serviço da aprendizagem

A existência da "Geração Estágio", tão discutida na mídia alemã, está cientificamente comprovada. A Confederação dos Sindicatos Alemães (DGB) e a Fundação Hans Böckler apresentaram no início de fevereiro um primeiro estudo a respeito.

Segundo o relatório, 37% dos recém-formados fazem um estágio após concluir o curso, em vez de assumir uma atividade profissional regular. A metade destes estágios não é remunerada. Também em 50% dos casos, a atividade não atende aos interesses de formação profissional, mas sim às exigências da empresa.

"Desemprego de transição"

"Os estágios após os estudos universitários se tornaram uma forma de desemprego transitório". Assim resumem os pesquisadores Dieter Grühn e Heidemarie Hecht, da Universidade Livre de Berlim, os resultados da pesquisa, baseada nas respostas de 500 recém-formados do semestre de 2002/2003, dos Estados de Berlim e da Renânia do Norte-Vestfália.

A duração média do Praktikum é de seis meses. Segundo o estudo, 11% realizam até mesmo um segundo estágio. Uma comparação com os números do ano 2000 da Universidade Livre de Berlim demonstra que a percentagem de estagiários cresceu de 25% para 41%, o que equivale a um acréscimo de 60%. A maior parte se encontra das áreas de ciências humanas, porém a tendência também afeta a administração de empresas e as ciências naturais.

Biblioteca da Universidade Livre de BerlimFoto: dpa

Cursos mais curtos, espera mais longa

Enquanto metade dos entrevistados não recebe qualquer remuneração, a outra tem que se contentar com cerca de 600 euros por mês. Neste quesito, as mulheres estão em clara desvantagem, com uma média de 543 euros, contra 741 entre os homens.

Como essa renda não basta para a subsistência, dois terços dos estagiários são sustentados pelos pais e 40% deles fazem "bicos". Grühn aponta a contradição: enquanto, de um modo geral, se quer o abreviamento dos cursos universitários, a fase de transição até entrar para a vida profissional fica cada vez mais longa.

Após a conclusão do período de estágios, apenas um terço recebe um proposta de emprego. Porém, a enquete não distinge se a oferta diz respeito a uma ajuda de fim de semana ou a um posto como diretor de arte, comenta a vice-presidente da DGB, Ingrid Sehrbrock.

Lenha barata para o mercado de trabalho

Dieter Grühn aponta para o fato de que a fase preliminar da vida profissional "de verdade" na Alemanha dura, atualmente, cerca de três anos e meio. Muitos recém-formados também só encontram, após o estágio, "postos precários": por um prazo limitado, em meio expediente ou sub-remunerados.

Sehrbrock criticou o fato de que "o estágio após o estudo universitário tenha se tornado normal". Numa fase em que, ao lado do início da carreira, deveriam estar em primeiro plano a formação da família e a previdência para a velhice, os atingidos "são confrontados com empregos por tempo limitado e mal pagos".

A vice-presidente da DGB condenou ainda que "gente jovem, com boa formação profissional e engajada, seja queimada como reserva barata do mercado de trabalho". Segundo ela, os estágios deveriam ser, portanto, definidos por lei como uma relação de aprendizagem e circunscritos a três meses de duração.

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