Polêmico presente da China, monumento tem mais de três toneladas e cinco metros de altura. Cidade natal do pensador alemão celebra os 200 anos de seu nascimento.
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Foi erguida neste sábado (14/04) em Trier a polêmica estátua de Karl Marx, um presente da China para a cidade alemã onde, há 200 anos, o filósofo autor de O capital nasceu.
A estátua, de mais de três toneladas e cinco metros de altura, mostra um Marx pensante e imponente, segurando um livro numa das mãos.
O monumento será oficialmente inaugurado em Trier em 5 de maio, quando se completam dois séculos do nascimento do pensador, que passou ali os 17 primeiros anos de vida.
A colocação da estátua foi aprovada pelo conselho da cidade por 42 votos a sete no ano passado, mas o presente chinês divide opiniões. Para uns, é o reconhecimento final do mais famoso residente de Trier. Para outros, aceitar um presente da China não está de acordo com as críticas que se faz ao país por abusos de direitos humanos.
O artista chinês responsável pela estátua, Wu Seishan, chegou a sugerir que ela fosse colocada diante da Porta Nigra, construção romana de quase 2 mil anos de idade, Patrimônio Cultural da Humanidade. Mas a obra acabou sendo erguida na praça Simeonstiftsplatz, no centro da cidade.
Estátuas de Marx na Alemanha são controversas, com críticos argumentando que suas ideias estão na raiz da ascensão de ditadores comunistas, da divisão do país e da Guerra Fria.
Em março o prefeito Wolfram Leibe inaugurou um semáforo para pedestres com a figura de Marx em Trier. Além do vermelho associado ao comunismo, ideologia política e socioeconômica do filósofo, ele também brilha na cor verde, com a barba e o sobretudo característicos.
RPR/dpa
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No trânsito com Beethoven, casais gays e mascotes
Cidades da Alemanha competem para ver quem tem o semáforo mais original. Além do Ampelmann berlinense, figuras como personagens das TVs locais, mulheres em prol da igualdade e até Karl Marx estampam sinais de trânsito.
Foto: Imago/Steinach
Travessia livre com o Kasperl
A cidade bávara de Augsburg teve a ideia de substituir as anônimas figurinhas dos sinais de trânsito por personagens de um orgulho local: o teatro de marionetes Augsburger Puppenkiste, cultuado pelas crianças – e não só – de toda a Alemanha. Na foto, o risonho e falador Karperl. Detalhe importante: ele só aparece no sinal verde; para o vermelho, permanece o bonequinho convencional.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Puchner
Da telinha para o trânsito
Parece o Cartman do "South Park", mas não é. A municipalidade de Mainz optou por coordenar o trânsito com os Mainzelmännchen, seis personagens de desenho animado que desde 1963 pontuam os intervalos comerciais da emissora ZDF, sediada nessa cidade no sudoeste da Alemanha. Na foto, Det, cujos companheiros se chamam Anton, Berti, Conni, Edi e Fritzchen.
Foto: picture alliance/dpa/A. Arnold
Bichinhos suábios a caminho
Já em Stuttgart, o fã clube dos mascotes da emissora de TV regional SWR ainda está lutando para que suas personagens favoritas sejam adotadas nos semáforos da capital de Baden-Württemberg. Trata-se de Pferdle e Äffle ("cavalinho" e "macaquinho", no dialeto suábio), que se tornaram uma dupla em 1963. No fim de 2017, seus aficionados já haviam conseguido reunir 12 mil assinaturas.
Foto: picture-alliance/dpa/Fanclub "Pferdle und Äffle"/Klaus Winter
Sob o signo beethoveniano
Na corrida por um lugar na luz, a cidade de Ludwig van Beethoven, Bonn, não ficou para trás: o retrato do compositor já decora um sinal de trânsito na praça Bertha von Suttner Platz, não muito longe da casa de nascença do grande músico. O modelo foi o célebre retrato pintado por Karl Stieler em 1819, que também só brilha no sinal verde. Em 2020 completam-se os 250 anos de nascimento de Beethoven.
Foto: Imago/Steinach
Luz verde para os casais gays
Em tempos de aceitação e tolerância, nem só os grandes astros têm a honra de coordenar o trânsito. Em 2015, na época da Parada do Orgulho Gay, Viena deu lugar à imagem de um casal homossexual em seus cruzamentos. Frankfurt seguiu o exemplo, espalhando duplas gays e lésbicas pelo centro da cidade.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Stratenschulte
Mulheres no comando
Em março de 2017, em Melbourne, Austrália, dez "homenzinhos do semáforo" cederam lugar a companheiras femininas – ainda que só por 12 meses. Mesmo ridicularizado por alguns, o projeto iniciado por uma organização de interesse público visa incentivar a igualdade de direitos entre os sexos. Também na Alemanha veem-se de vez em quando "mulheres do semáforo", em Colônia e Leipzig, por exemplo.
Foto: Getty Images/S. Postles
O primeiro já é "cult"
Mas o "Ampelmännchen" mais famoso da Alemanha é certamente o de Berlim, que hoje dispõe até de lojas próprias, adornando uma enorme gama de artigos, de camisetas e chaveiros a toalhas, ventiladores e... sinais de trânsito para decoração de interiores. Ele foi lançado em 1969 na antiga Alemanha Oriental, criado por Karl Peglau, que não era sequer designer, mas sim psicólogo do trânsito.
Foto: Getty Images/S. Gallup
E os burros também?
Outra cidade que quer igualmente fazer uma diferença através de seus semáforos é Wesel, no Baixo Reno, adotando a imagem de um jumento. A dificuldade é que as diretrizes alemãs para sinais luminosos preveem a representação de um transeunte, e não de um quadrúpede. A municipalidade responsável, em Düsseldorf, está estudando a proposta dos originais vizinhos.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Weihrauch
Homenagem a Karl Marx
Para comemorar o 200º aniversário do pensador alemão Karl Marx, Trier, a cidade natal do autor de "O Capital", inaugurou semáforos para pedestres com a figura. Além do vermelho comunista associado ao fiilósofo nascido no dia 5 de maio de 1818, ele também brilha na cor verde, com a barba e o sobretudo que o caracterizavam.