Estátua gigante encontrada no Cairo não é de Ramsés 2º
16 de março de 2017
Após análises, arqueólogos descartam suspeita inicial. Escultura de 8 metros pode retratar Psamético 1º. Faraó ficou conhecido por ter trazido estabilidade ao Egito.
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O ministro de Antiguidades do Egito, Khaled al-Anani, anunciou nesta quinta-feira (16/03) que a estátua gigante encontrada numa escavação na área suburbana do Cairo não é do faraó Ramsés 2º, como suspeitavam inicialmente arqueólogos.
Segundo Anani, a estátua de 8 metros de altura pode retratar Psamético 1º, que governou o Egito há mais de 2,5 mil anos, entre 664 e 610 antes de Cristo. Se confirmado, este será a maior escultura já descoberto do Período Tardio.
"Não vamos ser categóricos, mas há uma grande possibilidade de ser Psamético 1º", disse Anani.
Psamético 1º é conhecido por ter trazido estabilidade ao Egito, após anos de agitação. Ele governou a região por mais de 50 anos e cerca de 600 anos depois de Ramsés 2º.
Um time de arqueólogos egípcios e alemães encontrou na semana passada duas estátuas de faraós na zona arqueológica de Ain Shams, na antiga cidade de Heliópolis, que agora é um bairro da capital egípcia. A imagem gigante de quartzito foi localizada em frente ao portal do templo de Ramsés 2º, o que levantou as suspeitas de que a escultura retratasse este faraó.
Depois de examinarem as peças, no entanto, arqueólogos encontram elementos característicos de outros períodos. Um deles seria a inscrição "Nebaa". Segundo Anani, apenas Psamético 1º ganhou o nome de Nebaa.
O ministro disse que ainda levará meses para a confirmação sobre a origem da estátua. A escultura foi encontrada ao lado de outra que retrataria em tamanho natural o rei Seti, filho de Ramsés 1º e o segundo faraó da mesma dinastia. Esta peça é feita de caliça e tem aproximadamente 80 centímetros.
CN/rtr/ap/afp
Contos do Nilo
O rio é fonte essencial de água no Egito, na Etiópia e no Sudão. O Instituto Goethe de Dessau, na Alemanha, apresenta o trabalho de três jovens fotógrafos que registraram o cotidiano à beira do rio nos três países.
Foto: Brook Zerai Mengistu
Unidade e eternidade
O Nilo Azul, na Etiópia, simboliza maior unidade e eternidade divina. Longe das cidades, o rio oferece espaço e paz. Os impressionantes trabalhos da exposição "River Tales" ("Contos do Rio") são exibidos pela primeira vez no Escritório Alemão do Meio Ambiente, em Dessau, até 27 de maio de 2015.
Foto: Brook Zerai Mengistu
Além da crise
Em vez de mostrar os conflitos políticos que afetam os países banhados pelo Nilo, uma exposição fotográfica promovida pelo Instituto Goethe foca nas pessoas que moram próximas ao rio e em seu cotidiano ante as adversidades. O fotógrafo Mahmoud Yakut capturou imagens de Rosetta, no Egito. Graças ao solo fértil, a agricultura é uma importante fonte de renda para muitas famílias no delta do Nilo.
Foto: Mahmoud Yakut
Fazendas de peixes
Perto de Rosetta, o rio mais longo do mundo encontra o Mar Mediterrâneo. Muitas pessoas vivem da pesca na região. Sobre a água, há as chamadas “fazendas de pesca”. Feitas de madeira, elas têm uma pequena cabana no meio, onde cabe apenas uma cama e alguns utensílios para cozinhar e fazer chá. Familiares se revezam para tomar conta de suas fazendas durante todo o dia.
Foto: Mahmoud Yakut
Vida na cidade
Em Rosetta, o passado encontra o presente. Desde a Idade Média, o porto tem sido um importante centro de comércio. A história e o movimento intenso caminham juntos. Ainda que a vida seja simples, a população de Rosetta é conhecida por ser cordial e generosa.
Foto: Mahmoud Yakut
O papel das mulheres
A maioria das mulheres de Rosetta fica em casa, cuidando das crianças e dos afazeres domésticos. Elas fazem pão nos tradicionais fogões de cerâmica. Algumas participam da vida econômica vendendo legumes e queijo feito em casa no mercado. Apesar da pobreza, o povo é bastante hospitaleiro: compartilhar faz parte da filosofia local.
Foto: Mahmoud Yakut
Inspiração criativa
Os três jovens fotógrafos autores da exposição fizeram parte de um workshop organizado pelo Instituto Goethe, no Sudão, em 2013. O projeto permitiu que eles viajassem aos seus respectivos países, muitos abalados por conflitos. Al-Sadig Mohamed, do Sudão, inspirou-se no tradicional artesanato em cerâmica produzido ao longo do Nilo.
Foto: Elsadig Mohamed Ahmed
Sustento no deserto
Ao longo do Nilo, as pessoas produzem cerâmica há séculos. Antes da represa de Assuã ter sido construída, as enchentes anuais deixavam fértil a terra próxima ao rio, no Egito. O rio garante o sustento em vários países africanos. As pessoas sempre dependeram dele para água, transporte, energia, agricultura e habitat. Ele também é um símbolo de mudança constante.
Foto: Elsadig Mohamed Ahmed
Tradições ancestrais
Cerâmica combina utilidade e estética. Ao longo dos séculos, o mais antigo dos artesanatos assumiu as mais diversas formas. Muitos exemplos da cerâmica da Núbia – região entre o sul do Egito e o norte do Sudão – são exibidos em museus e servem de testemunho da cultura e da história local.
Foto: Elsadig Mohamed Ahmed
Lições de humildade
O fotógrafo Brook Zerai Mengistu nos leva até o Nilo Azul, na Etiópia. Ele fotografou um grupo de estudantes da Bíblia que tentam viver como os primeiros cristãos: isolados da sociedade, esperando ganhar acesso ao mundo espiritual e que, por isso, se tornam curandeiros. O treinamento dos alunos nesse estado de solidão dura 14 anos.
Foto: Brook Zerai Mengistu
Mendicância como aprendizado
De tempos em tempos, os estudantes da Bíblia deixam a comunidade isolada para pedir comida na cidade. Eles acreditam que mendigar é uma forma de apreender humildade. Para eles, ser humilde é uma maneira de adquirir poder espiritual.