Estado de saúde de sobreviventes é crítico, diz Chapecoense
2 de dezembro de 2016
Clube divulga boletim médico sobre sobreviventes brasileiros do desastre aéreo. Goleiro Follmann é o que se encontra em estado mais grave. Jogadores Neto e Alan Ruschel têm boas perspectivas de melhora.
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O estado de saúde dos quatro brasileiros que sobreviveram ao desastre aéreo envolvendo a equipe da Chapecoense, na Colômbia, é crítico, mas está estabilizado. Segundo boletim médico divulgado nesta sexta-feira (02/12) pelo clube catarinense, nenhum dos sobreviventes corre risco de morte.
Entre os pacientes, o goleiro reserva Follmann é o que se encontra em estado mais grave. Ele sofreu politraumatismo, teve a perna direita amputada e continua entubado. Após nova cirurgia na quinta-feira, os médicos descartaram a amputação da outra perna do jogador.
Já o lateral Alan Ruschel, que foi submetido a uma cirurgia na coluna vertebral, está com movimentos normais de braços e pernas e chegou a conversar com seus familiares.
O zagueiro Neto, que sofreu um traumatismo cranioencefálico, está clinicamente bem e, assim como Ruschel, apresenta boas perspectivas de melhora.
Chapecoenses se reúnem no estádio para homenagear jogadores
02:02
O jornalista Rafael Henze, da Rádio Oeste Capital e que teve um trauma torácico e uma fratura de perna, apresentou melhoras no pulmão. Os médicos estão otimistas sobre sua recuperação. De acordo com o comunicado, ainda não há previsão de alta para os sobreviventes brasileiros.
Homenagem de comissária
O estado de saúde dos bolivianos Ximena Suárez e Erwin Tumirik, membros da tripulação que sobreviveram, é bom. Ambos estão conscientes. Segundo o hospital onde eles estão internados, Tumirik poderá receber alta nesta sexta-feira.
Do hospital, Suárez prestou uma homenagem aos colegas que morreram na tragédia. "Deus, não posso explicar a dor que sinto, até agora estou em choque!", escreveu a auxiliar de voo em sua conta no Facebook e citou o nome dos tripulantes que estavam no avião.
"Sempre em meus corações meus companheiros, irmãos, amigos de coração [...] Voem alto que quando chegar meu momento os alcançarei!", despediu-se a comissária.
Começa repatriação dos corpos
A repatriação dos corpos das vítimas da tragédia começou nesta sexta-feira. Os caixões com os restos mortais dos cinco bolivianos que morreram no acidente foram enviados à Bolívia após receberem uma despedida da Força Aérea Colombiana (FAC).
Quatro caixões e uma urna com cinzas foram carregados por militares da FAC até a aeronave, e receberam na pista a bênção de um padre. No avião foram levados para a Bolívia os corpos dos tripulantes Miguel Quiroga (piloto), Ovar Goytia (copiloto), Sisy Arias (copiloto), Romel Vacaflores (assistente de voo) e Alex Quispe (despachante).
O acidente provocou a morte de outros dois membros da tripulação, o paraguaio Gustavo Encina e o venezuelano Ángel Lugo, cujos corpos foram levados para seus países em aviões comerciais.
A Força Aérea Brasileira (FAB) enviou ao local três aeronaves para transportar os corpos dos 64 brasileiros que morreram na tragédia. A delegação da Chapecoense será velada coletivamente no sábado em Chapecó. As vítimas serão homenageadas no estádio do clube.
O avião do modelo Avro RJ85, da companhia boliviana Lamia, que transportava a delegação da Chapecoense para disputar a final da Sul-Americana na Colômbia, caiu na madrugada desta terça-feira na montanha El Gordo, quando se aproximava do aeroporto de Medellín. A tragédia deixou 71 mortos.
CN/ots/efe/afp
A tragédia com o avião da Chapecoense
O voo que levava a equipe para final da Copa Sul-Americana caiu a poucos quilômetros de Medellín, na Colômbia. A bordo estavam nove tripulantes e 68 passageiros, entre jogadores, dirigentes do clube e jornalistas.
Foto: Reuters/M. Varley
Acidente próximo a Medellín
O acidente ocorreu na madrugada desta terça-feira (29/11) na região montanhosa conhecida como El Gordo, a cerca de 50 quilômetros de Medellín, no noroeste da Colômbia.
Aeronave de fabricação britânica
A aeronave modelo British Aerospace (BAE) 146, de fabricação britânica, operada pela boliviana LaMia (foto de arquivo), teria se partido em três partes durante um pouso forçado.
Foto: picture-alliance/AP Photo/L. Benavides
Mais de 70 mortos
Inicialmente, a lista fornecida pelas autoridades indicava que até 81 pessoas poderiam estar a bordo, incluindo 72 passageiros e nove tripulantes. Mais tarde, autoridades confirmaram um total de 71 mortos e seis feridos. Quatro pessoas não embarcaram de última hora.
Foto: picture-alliance/AP Photo/L. Benavides
Fim de um sonho
A equipe do Chapecoense viajava para Medellín, onde disputaria a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, da Colômbia. O time embarcou num voo comercial a partir de São Paulo e com conexão em Santa Cruz de la Sierra. De lá, o avião partiu rumo a Medellín.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Cunha
Uniformes entre os destroços
Entre os destroços da aeronave, as equipes de resgate encontraram partes dos uniformes da Chapecoense. Estavam a bordo 22 jogadores de futebol, 25 dirigentes, membros da comissão técnica e convidados da equipe, além de 21 jornalistas brasileiros.
Foto: Imago/Xinhua
Sobreviventes
Segundo as autoridades locais, seis pessoas foram resgatadas com vida, mas uma morreu a caminho do hospital. Entre os sobreviventes estão os jogadores brasileiros Alan Ruschel (foto), Jackson Follmann e Hélio Zampier Neto.
Foto: Imago/Agencia EFE
Jornalista resgatado
Entre os sobreviventes está o jornalista brasileiro Rafael Henze. De acordo com as equipes de resgaste, Henze foi encontrado com vários ferimentos, mas sua condição é estável. O jornalista foi levado para o hospital de La Ceja.
Foto: Imago/Agencia EFE
Herói não resiste
Herói da classificação para a final da Sul-Americana, com uma defesa-chave na semi contra o San Lorenzo (foto), o goleiro Danilo chegou a ser resgatado com vida e foi levado para um hospital em Rionegro, próximo a Medellín. Porém, não resistiu aos ferimentos.
Foto: Reuters/E. Marcarian
Comoção da torcida
Após a notícia do acidente, fãs da equipe começaram a se aglomerar em frente à Arena Condá, estádio do time na cidade de Chapecó, Santa Catarina.
Foto: Reuters/P. Whitaker
Dia seguinte
Um dia depois da tragédia, torcedor mirim chora pela perda dos ídolos nas arquibancadas da Arena Condá, em Chapecó.
Foto: Getty Images/AFP/N. Almeida
Homenagem dos colombianos
No estádio do Atlético Nacional, em Medellín, dezenas de milhares de torcedores vestidos de branco prestaram tributo às vítimas da tragédia aérea, no dia 30 de novembro. Os jogadores do clube homenagearam os colegas da Chapecoense, com quem jogariam partida na final da Copa Sul-Americana.
Foto: picture alliance/dpa/M. D. Castaneda
Discurso emocionado
No estádio em Medellín, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, fez discurso emocionado. "As expressões de solidariedade que aqui encontramos nos oferecem um consolo imenso, uma luz na escuridão, num momento em que estamos todos tentando compreender o incompreensível", disse.
Foto: picture alliance/dpa/M. D. Castaneda
Velório coletivo
Torcedores da Chapecoense se despediram de seus ídolos numa cerimônia na Arena Condá, em 3 de dezembro. Apesar da chuva, milhares de pessoas foram ao estádio do clube para receber os caixões de jogadores, dirigentes e membros da comissão técnica do time. O presidente Michel Temer acompanhou a cerimônia, mas não discursou.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Moreira
Antes do acidente
A última partida do Chapecoense aconteceu em 27 de novembro, contra o Palmeiras, em São Paulo. A equipe perdeu por 1 a 0 na penúltima rodada da série A do Campeonato Brasileiro. Na foto, Alan Ruschel, um dos sobreviventes do acidente aéreo na Colômbia.
Foto: Getty Images/F. Vogel
Pouco combustível, excesso de peso
No dia 26 de dezembro, relatório divulgado por investigadores colombianos revelou série de erros humanos. Pilotos sabiam da falta de combustível. Aeronave trasnportava 400 quilos a mais do que o permitido e não estava certificada para voar acima de 29 mil pés. Mesmo assim, autoridades bolivianas aprovaram o plano de voo.