Há mais salafistas na Renânia do Norte-Vestfália do que em qualquer outro estado alemão. Movimento tornou-se menos visível, mas continua se transformando e crescendo, num mundo paralelo e autônomo.
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"Repita comigo", diz ao microfone o alemão convertido ao islã e pregador salafista Pierre Vogel. E, incentivada por uma multidão efusiva na zona de pedestres da cidade de Offenbach, em Hessen, é justamente isso o que a jovem faz: repete as palavras da confissão de fé islâmica.
A cena se passou em 2010, mas, assim como outras do ápice da missionaria salafista na Alemanha, ela se encontra até hoje no Youtube. Até 2016, o movimento religioso se apresentava publicamente de forma autoconfiante e agressiva. No contexto da controversa ação LIES! (Leia!), homens barbados, de calças bufantes e túnicas brancas, como Vogel, distribuíam grátis traduções do Corão em língua alemã, em praças e zonas de pedestres, sobretudo do oeste do país.
Nos centros das cidades, eles pregavam abertamente uma interpretação radical do islã. Em "seminários islâmicos", muitos foram convertidos, por todo o país. E também o tempo livre era passado em churrascos ou jogos de futebol com os irmãos de fé, num mundo paralelo.
Salafismo: a dura palavra do Corão
O salafismo é uma vertente extremamente retrógrada do islamismo. Seus adeptos interpretam o Corão de modo literal e se orientam exclusivamente pela forma como o profeta Maomé e seus seguidores imediatos viveram o islã. A ideologia fundamentalista é o solo para uma anticultura extremista que visa, acima de tudo, isolar-se.
Dentro da gama salafista, há muitos fiéis que só desejam viver sua visão rígida do islã no âmbito privado e espiritual. Uma parcela considerável, no entanto, é composta por salafistas políticos, que almejam um Estado religioso fundamentalista.
Eles rejeitam leis terrenas, como a Lei Fundamental (Constituição) alemã. Só a sharia vale, na condição de "lei divina". A partir daí, os limites do aceitável se ampliam para os salafistas de tendência jihadista, deixando-os prontos a usar violência por sua visão de um Estado islâmico.
Menor visibilidade
Hoje não há mais estandes da LIES!. Em 2016, o Ministério do Interior da Alemanha proibiu a associação Die Wahre Religion (A verdadeira religião), que organizara a distribuição dos livros sagrados.
Segundo o órgão federal de segurança interna Bundesverfassungsschutz (BfZ), ela "defendia uma ideologia que exclui radicalmente a ordem constitucional, legitimava o jihad armado e proporcionava uma rede de recrutamento e concentração para fundamentalistas islâmicos jihadistas, assim como para quem quisesse partir para a Síria ou para o Iraque, por motivação jihadista-fundamentalista".
De resto, quase não se veem mais salafistas radicais em público na Alemanha. Mas eles não desapareceram. "A maioria das atividades se realiza fora da visão da sociedade majoritária", constata Kaan Orhon, conselheiro do centro de desradicalização Hayat, que age em nível nacional.
O nome Hayat não consta de nenhuma das campainhas da casa no centro de Bonn, e também na internet não há nenhum endereço, só um número de telefone. Para a clientela da central, o anonimato é essencial, pois Orhon trabalha com gente radicalizada, que abandonou o salafismo ou o jihadismo ou retornou a ele.
"A conquista de novos seguidores transcorre cada vez mais por contatos privados ou online", registra Orhon. E a comunicação se dá por canais do Whatsapp ou Telegram, o que dificulta para os agentes da polícia e do serviço secreto o trabalho de vigiar a cena radical.
"O salafismo se propõe missionar e ganhar novos membros", diz Burkhard Freier, diretor do órgão de segurança interna do estado da Renânia do Norte-Vestfália. A catequese em público diminuiu significativamente, de fato, mas a doutrinação continua, embora, ressalva Freier, "os números não cresçam mais tanto assim".
Renânia do Norte-Vestfália, reduto salafista
Em nenhum outro estado alemão moram mais salafistas do que na Renânia do Norte-Vestfália, e em nenhum outro tantos se radicalizaram ao ponto de partir para o território do praticamente derrotado "Estado Islâmico" (EI): de lá eram 300 de um total de menos de mil jihadistas.
Além disso, praticamente todos os atentados ou tentativas dos últimos anos foram perpetrados por indivíduos radicalizados através do salafismo. Um deles foi Anis Amri, que, no mais sangrento atentado islamista já praticado no país, em 19 de dezembro de 2016, investiu com um caminhão contra uma feira de Natal em Berlim, matando 12 transeuntes.
"Claro que nem todo salafista é automaticamente um terrorista, mas todo terrorista islâmico já foi um salafista" foi uma frase várias vezes repetida durante as entrevistas à DW, partindo das mais diversas pessoas que se ocupam com o movimento fundamentalista – de funcionários de segurança interna, professores de escola, a conselheiros de centros de desradicalização ou de integração de Bonn, cidade considerada um dos redutos do salafismo na Renânia do Norte-Vestfália.
No estado mais populoso da Alemanha, os meios salafistas contam 3 mil adeptos, dos quais cerca de 800 classificados como potencialmente violentos segundo o departamento de segurança interna local. As mulheres perfazem 12% de todos os salafistas do estado. Entre os que partiram para o Iraque, a percentagem delas é mais do dobro, 28%.
Por isso, mulheres e crianças salafistas estão agora sob observação intensa do Estado alemão, em especial as retornadas do "califado" derrotado. Em Bonn, os filhos dos ex-foreign fighters já frequentam escolas e jardins-de-infância. Em nome deles, Kaan Orhon, da Hayat, pede uma "infraestrutura de ajuda, como psicólogos infantis especializados em traumas, mas também capazes de lidar com aspectos religiosos".
Preocupação com as crianças
Como encarregada de integração de Bonn, Coletta Manemann igualmente se ocupa dos "combatentes retornados" e seus filhos. "Em todos os casos, quando há famílias envolvidas, o juizado da juventude, creches e escolas primárias precisam ser sensibilizados. Precisamos, por um lado, dar uma chance, aos que retornam, de reencontrar seu lugar na sociedade. Mas precisamos também estar vigilantes para que eles não continuem tentando radicalizar as crianças e jovens aqui."
Varia de caso para caso o posicionamento com que as mulheres retornam das regiões de crise Síria e Iraque. Algumas conseguiram desligar-se, estando em parte desiludidas e decepcionadas. Mas outras continuam funcionando como portadoras da ideologia salafista do EI: "Por vezes é difícil determinar quem temos diante de nós, se uma desertora desiludida ou um altamente radical elemento de risco", observa Kaan Orhon.
Essa classificação é ainda mais difícil quando as autoridades alemãs não dispõem de dados suficientes para iniciar uma ação penal, por exemplo por "apoio a uma organização terrorista estrangeira", nos termos do parágrafo 129b do Código Penal do país. Nesse caso, não há sanções obrigando as "combatentes retornadas" a conversarem com conselheiros como Kaan Orhon.
"Assistência a presos" perigosa
O processo de coleta de provas é, em geral, mais fácil com os retornados do sexo masculino que lutaram ativamente, apareceram em vídeos de propaganda ou se vangloriaram de seus atos nas redes sociais. Nos presídios alemães, cresce o número de integrantes dos meios extremistas islâmicos. Desde 2013, a Procuradoria Geral abriu inquéritos contra 24 que retornaram do território do EI no Iraque ou Síria.
A resposta dos salafistas é sua assim chamada "assistência aos presos". "Do ponto de vista das autoridades de segurança, essa forma de ajuda representa um grande perigo", aponta Freier.
Neste caso, "assistência" significa, concretamente, que os presos recebem visitas ou correspondência de "irmãos e irmãs" muçulmanos; na internet coletam-se contribuições para presentes ou doações para a família do presidiário, criando um clima de proximidade, cuidado e conforto religioso. A finalidade é sempre a mesma: "As pessoas devem ser mantidas no meio e não serem ressocializadas na prisão", critica o especialista estadual em segurança interna.
Para Kaan Orhon, a assistência aos presos é "o mais importante campo de crescimento" da cena salafista. "Há sempre mais gente de que é preciso cuidar, nem é preciso se expor muito, pessoalmente. É exatamente isso que esse meio procura, no momento: formas de ação que tenham grande efeito, mas que se possam fazer em relativo anonimato."
"Astros" do movimento em Bonn
Entre os focos de salafismo na Renânia do Norte-Vestfália estão cidades como Mönchengladbach, Wuppertal, Dinslaken, Dortmund, mas também a antiga capital da República Federal da Alemanha, Bonn. Nela os salafistas alemães têm sido repetidamente manchete.
Como em 2012, quando uma manifestação de radicais islâmicos resultou em violência por o partido de extrema direita Pro NRW ter exposto caricaturas do profeta Maomé num comício. Durante a contramanifestação dos salafistas radicais, um jovem acabou por ferir dois policiais gravemente a faca.
Foi também de Bonn que os irmãos Yassin e Mounir Chouka partiram, já em 2008, para a zona de fronteira afegã-paquistanesa e lá posaram para um vídeos de ameaça, em que também conclamavam a atentados na Alemanha.
Em Bonn também vive o pregador Abu Dujana, um dos líderes da ação LIES!. E foi Bonn que os stars do movimento salafista visitaram com frequência, entre eles o ex-pugilista ruivo e possivelmente o mais influente entre os convertidos alemães, Pierre Vogel.
Orientação simplista
Mas também Vogel tem estado mais recolhido. Ele continua pregando regularmente em seu canal do Youtube ou pontificando sobre a verdadeira fé no Facebook, mas agora não fica mais diante das escolas de Tannenbusch, bairro de Bonn com alta percentagem de estrangeiros e 10% de muçulmanos.
Antes isso acontecia regularmente, relata o professor de origem iraniana Aziz Fooladvand, que leciona estudos islâmicos nessa escola. Vogel esperava na rua até a aula acabar para então interpelar diretamente os escolares.
"Minha tarefa mais importante é dar aos alunos a sensação de que aqui na aula eles são livres. Quero lhes oferecer um espaço para debate", explica Fooladvand. "Eles precisam entender que religião não é um elemento estático, mas um processo dinâmico."
Para muitos alunos, sobretudo os originários de sociedades patriarcais e de camadas sociais menos cultas, essas são ideias totalmente inéditas. O professor nota problemas de identidade sobretudo entre os jovens de origem estrangeira.
"Eles não sabem: sou alemão, sou estrangeiro? Sou muçulmano, sou europeu?" Esse é um momento crítico, em que os adolescentes são muito vulneráveis, também às mensagens dos salafistas. "No movimento, eles se reencontram, de repente têm um papel, pertencem a um grupo elitista. Os salafistas lhes dão uma orientação."
Uma orientação bem simplista: uma olhada nas páginas de Facebook de salafistas mostra como é dominante a questão o que é proibido, o que é permitido? O que é haram, o que é halal?
Tarefa para toda a sociedade
Bernd Bauknecht também leciona estudos islâmicos numa escola de Bonn e conhece bem o ambiente privado de seus alunos. "Por vezes ocorre de eu ter dois ou talvez três crianças de uma família em que há uma tendência a ideias salafistas."
Para ambos os docentes, a luta em torno dos jovens cidadãos é uma tarefa de toda a sociedade. Pois, uma vez "contaminados", é muito difícil ter acesso a eles. Mas Bauknecht está convencido que as medidas das autoridades estatais, assim como dos centros de prevenção e desradicalização da sociedade civil estão surtindo efeito.
"Quando, uns três anos atrás, um adolescente colocava a palavra-chave 'islã' numa máquina de busca, das dez primeiras respostas, cinco eram de cunho salafista. Não porque eles fossem tantos assim, mas porque usavam o recurso de maneira muito esperta." Agora, diz o professor, numerosos ativistas do Youtube minam a primazia de interpretação religiosa dos salafistas, na linguagem dos jovens: pragmáticos, abertos, tranquilos.
Crescendo no escuro
No total, o movimento salafista da Alemanha mudou muito desde seus primórdios, em 2003-04, analisa Freier. "De início tínhamos principalmente uma cena de língua alemã", cuja principal meta, no estágio inicial, era o trabalho missionário. Muitos desses protagonistas eram "analfabetos religiosos", que pouco sabiam sobre o islã, mesmo se vindos de uma família muçulmana.
Ao longo dos anos, o meio se tornou cada vez mais propenso à violência. "O ponto alto foram as viagens rumo à Síria, quando a questão não era mais transformar a nossa democracia, mas erguer um Estado de califado no Oriente Médio."
Segundo o chefe de segurança interna da Renânia do Norte-Vestfália, desde o declínio militar do "Estado Islâmico" nota-se uma nova dinâmica. "Atualmente formam-se famílias salafistas inteiras que gradativamente consolidam o movimento. Neste ínterim, nós temos aqui um salafismo que não precisa mais de califado, nem trabalho ideológico de fora. Ele progride cada vez mais na direção de um extremismo interno."
A cena se isolou, para continuar crescendo numa sociedade paralela. Diferente da época em que os salafistas ainda se postavam nas praças e, em plena rua, recitavam a confissão de fé para os novos convertidos.
Há mais de uma década, ataques conduzidos por radicais islâmicos assombram o continente. Nesta galeria, apresentamos uma cronologia.
Foto: Picture alliance/Zumapress/V. Flores
Solingen: 23 de outubro de 2024
Um ataque a faca deixou três mortos e oito feridos em um festival de rua em Solingen, no oeste da Alemanha, nas celebrações do 650º aniversário da cidade. O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque. Dois dias depois, a polícia anunciou que um homem sírio de 26 anos, identificado como Issa al H., se entregou às autoridades alegando ser responsável pelo atentado. Ele foi preso.
Foto: Medana Weident/DW
Oslo: 25 de junho de 2022
Um ataque a tiros numa casa noturna em Oslo, na Noruega, deixou dois mortos e mais de 20 feridos. A polícia tratou o tiroteio como um ato de "terrorismo islâmico extremista". As vítimas foram baleadas dentro e fora do London Pub, uma casa noturna LGBT+, bem como em outro dois locais nas proximidades. O atirador, um norueguês de 42 anos de origem iraniana, foi detido pela polícia.
Foto: JAVAD PARSA/NTB/AFP
Viena: 2 de novembro de 2020
Um ataque a tiros deixou ao menos quatro mortos e vários feridos, sete deles com gravidade, no centro de Viena. Os disparos foram efetuados em seis pontos diferentes da cidade. Um suspeito foi abatido pela polícia e uma megaoperação foi realizada para capturar outros possíveis envolvidos. O grupo jihadista Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque.
Foto: Matthias Schrader/AP Photo/picture alliance
Nice: 29 de outubro de 2020
Um ataque a faca na Basílica de Notre-Dame, na cidade francesa de Nice, matou três pessoas, incluindo a brasileira Simone Barreto Silva, de 44 anos. O prefeito de Nice, Christian Estrosi, disse a jornalistas no local do ocorrido que o agressor ficou repetindo as palavras "Allah Akbar" (Deus é o maior, em árabe) e foi "neutralizado com tiros" pela polícia.
Foto: Marina Strauß/DW
Paris: 16 de outubro de 2020
O professor de história Samuel Paty, de 47 anos, foi decapitado próximo à escola em que lecionava, em Paris. O autor do ataque, um refugiado tchetcheno de 18 anos, foi morto a tiros pela polícia. Segundo testemunhas, ele gritou "Allahu Akbar" ("Deus é grande", em árabe) ao ser abatido. Paty era alvo de ameaças por ter mostrado uma caricatura do profeta Maomé em aula sobre liberdade de expressão.
Foto: Hans Lucas/Imago Images
Hanau: 19 de fevereiro de 2020
Ataques a dois bares de narguilé em Hanau, no oeste da Alemanha, resultaram na morte de nove pessoas. Horas depois dos crimes, a polícia encontrou o cadáver do atirador na residência dele e também o corpo de uma mulher. Investigadores localizaram um bilhete do criminoso, no qual ele reivindica a autoria do crime, e um vídeo no qual ele faz declarações racistas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Probst
Londres: 29 de novembro de 2019
Na capital britânica, um homem atacou vários pedestres com uma faca na Ponte de Londres. Duas pessoas morreram e três ficaram feridas. A polícia matou a tiros o suspeito do crime. A Scotland Yard afirmou tratar-se de um atentado terrorista e disse que o criminoso vestia um colete explosivo falso. O agressor era um radical islâmico que já havia sido condenado por atividades terroristas em 2012.
Em Halle, no leste da Alemanha, um homem vestindo uniforme de combate lançou um explosivo sobre o muro de um cemitério judaico e tentou entrar em uma sinagoga. Como não conseguiu, começou a disparar contra pedestres, matando uma mulher, e efetuou disparos contra uma lanchonete turca, matando um homem. Outras duas pessoas ficaram feridas. O autor do crime admitiu motivações antissemitas.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Willnow
Utrecht: 18 de março de 2019
Quatro pessoas morreram em decorrência de disparos efetuados por um homem em um bonde na cidade holandesa de Utrecht. Após oito horas de buscas, a polícia prendeu Gokmen Tanis, de 37 anos e de origem turca. De acordo com as autoridades, a forma de ataque e uma carta encontrada no bonde indicam um ato terrorista.
Foto: picture-alliance /ANP/R. van Lonkhuijsen
Estrasburgo: 11 de dezembro de 2018
Um atirador abriu fogo perto de um mercado de Natal no centro da cidade francesa de Estrasburgo, sede do Parlamento Europeu, matando cinco pessoas. Após uma caçada de dois dias, o autor do atentado, Chérif Chekatt, um cidadão francês de origem norte-africana de 29 anos, foi abatido pela polícia. Autoridades francesas afirmam que Chekatt se radicalizou como extremista islâmico.
Foto: Reuters/C. Hartmann
Liège: 29 de maio de 2018
Armado com uma faca, um criminoso atacou duas policiais e usou as armas de fogo delas para matá-las. Depois, abriu fogo e matou um jovem de 22 anos. Em seguida, entrou em um colégio, onde fez uma funcionária refém. A polícia interveio e, na troca de tiros, o terrorista foi morto. A Procuradoria Federal belga afirmou que vários elementos indicavam que o caso se tratou de uma ação terrorista.
Foto: Reuters/F. Lenoir
Trèbes: 23 de março de 2018
Um homem armado roubou um carro em Carcassonne, no sul da França, e seguiu para a vizinha Trèbes, onde fez diversas pessoas reféns dentro de um supermercado. Lá, o atirador, marroquino, teria gritado "Deus é grande" em árabe e dito ser um soldado do "Estado Islâmico". Após horas de impasse, ele foi morto pela polícia. O episódio deixou três mortos. Um policial morreu no dia seguinte.
Foto: Reuters/R. Duvignau
Marselha: 1 de outubro de 2017
Ahmed H. esfaqueou e matou duas mulheres na estação de trens de Marselha, na França, antes de ser morto a tiros pela polícia. O "Estado Islâmico" reivindicou a autoria do ataque, referindo-se a Ahmed H. como um de seus "soldados". Dois funcionários do Ministério do Interior renunciaram após a revelação de que Ahmed H. era um imigrante ilegal que escapou de suas mãos.
Foto: Reuters/J.P. Pelissier
Turku: 18 de agosto de 2017
Duas pessoas morreram e outras oito ficaram feridas em atentado no centro de Turku, na Finlândia. O autor do ataque, um marroquino de 18 anos e requerente de asilo, foi baleado na perna e preso pela polícia.
Foto: Reuters/LehtiKuva/Roni Lehti
Barcelona e Cambrils: 17 de agosto de 2017
Uma camionete atropelou pedestres no movimentado calçadão de Las Ramblas, no centro da capital catalã. Ataque foi reivindicado pelo "Estado Islâmico" e três pessoas foram detidas. Horas mais tarde, atentado semelhante ocorreu na cidade costeira de Cambrils, deixando um morto, mas os cinco envolvidos foram mortos a tiros pela polícia.
Foto: Imago/E-Press Photo.com
Londres: 19 de junho de 2017
Uma van avançou contra fiéis que saíam da mesquita de Finsbury Park em Londres deixando um morto e dez feridos. O motorista, um homem de 48 anos, foi detido pelas pessoas que estavam no local antes de ser preso pela polícia. Relatos de testemunhas indicam que o atropelamento teria sido proposital. A polícia confirmou que todas as vítimas pertenciam à comunidade muçulmana de Londres.
Foto: Getty Images/AFP/D. Leal-Olivas
Londres: 3 junho de 2017
Três homens em uma van avançaram contra pedestres na Ponte de Londres, na região central da capital britânica, atropelando dezenas de pessoas antes de se dirigirem ao Borough Market, um local repleto de bares e restaurantes, e esfaquearem diversas vítimas. O ataque deixou sete mortos e 48 feridos. Os suspeitos, que vestiam coletes com explosivos falsos, foram mortos pela polícia.
Foto: Picture alliance/empics/F. De Caria/PA Wire
Manchester: maio de 2017
Um atentado perpetrado por um suicida deixou ao menos 22 mortos e mais de 50 feridos em 23 de maio, quando uma bomba explodiu ao fim do show da cantora Ariana Grande em Manchester, Inglaterra. Entre os mortos, houve várias crianças e jovens – o público da cantora é majoritariamente adolescente.
Foto: picture-alliance/AP Photo/P. Byrne
Estocolmo: abril de 2017
Pelo menos quatro pessoas morreram e 15 ficaram feridas depois de um caminhão ter avançado contra pedestres numa movimentada rua comercial no centro de Estocolmo. O atentado apresentou os mesmos padrões dos atropelamentos em massa realizados em Nice, Berlim e, mais recentemente, em Londres.
Foto: picture-alliance/AP Photo/TT News Agency
Londres: março de 2017
Um ataque nos arredores do Parlamento do Reino Unido paralisou o coração de Londres em 22 de março. Um veículo avançou contra pedestres na ponte Westminster, matando pelo menos três pessoas e deixando dezenas de feridos. Próximo dali, no perímetro do Parlamento, o motorista esfaqueou um policial, que também morreu, antes de ser baleado e morto por policiais.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Brady
Berlim: dezembro de 2016
Pouco antes do Natal, a capital alemã foi alvo de um atentado. Doze pessoas morreram quando um terrorista do IS sequestrou um caminhão e invadiu um mercado de Natal lotado. Poucos dias depois, o tunisiano de 24 anos foi morto a tiros perto de Milão pela polícia italiana.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Pedersen
Würzburg: julho de 2016
Em 18 de julho de 2016, um jovem de 17 anos atacou passageiros de um trem em Würzburg, no sul da Alemanha. Com um machado e uma faca, ele deixou cinco feridos. O agressor entrou na Alemanha em junho de 2015, como um requerente de asilo afegão, e foi morto pela polícia durante a fuga. O "Estado Islâmico" reivindicou o ataque.
Foto: picture-alliance/dpa/K.-J. Hildenbrand
Nice: julho de 2016
Um caminhão avançou sobre uma multidão em Nice, no sul da França, em 14 de julho de 2016, durante festividades do Dia da Bastilha. Ao menos 84 pessoas morreram e outras 18 ficaram feridas em estado grave. O presidente francês, François Hollande, classificou o ataque de atentado terrorista e prorrogou o estado de emergência no país por mais três meses.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Goldsmith
Istambul: julho de 2016
Em 28 de junho de 2016, três homens-bomba atacaram o Aeroporto Atatürk de Istambul, o terceiro maior da Europa. Mais de 40 pessoas morreram e mais de 230 ficaram feridas. Chama a atenção o fato de o ataque ter ocorrido dois dias antes do segundo aniversário da proclamação do califado do "Estado Islâmico" (EI), o que sugere uma nova fase do grupo em sua estratégia na Turquia.
Foto: Reuters/M. Sezer
Bruxelas: março de 2016
Em 22 de março de 2016, dois terroristas explodiram malas com explosivos na área de embarque do Aeroporto Internacional de Zaventem, em Bruxelas. Um terceiro conseguiu fugir. Minutos depois, outra bomba foi detonada por um suicida na estação de metrô Maelbeek, no bairro onde ficam escritórios da Comissão Europeia. Trinta e dois morreram e mais de 300 foram feridos.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Waem
Ancara: março de 2016
A Turquia vem sofrendo atentados desde junho de 2015. Istambul e Ancara são as cidades mais visadas. Em 13 de março de 2016, um carro-bomba matou 37 pessoas e deixou 125 feridos. A violência é uma resposta à ação turca na guerra civil síria.
Foto: Reuters/U. Bektas
Paris: novembro de 2015
Uma série de ataques a tiros e bombas em diversos pontos da capital francesa deixou 130 mortos. O maior número de vítimas foi registrado na casa de espetáculos Bataclan, que foi invadida por um grupode atiradores que dispararam a esmo. O local estava lotado. O grupo "Estado Islâmico" reivindicou a autoria dos ataques.
Foto: Getty Images/AFP/K. Tribouillard
Saint-Quentin-Fallavier: junho de 2015
Um ataque contra uma fábrica de gás na cidade de Saint-Quentin-Fallavier, próximo a Lyon, no leste da França, deixou ao menos um morto e vários feridos. Um corpo decapitado foi encontrado próximo à fábrica de gás, ao lado de uma bandeira islâmica. Logo após o incidente, o presidente François Hollande afirmou não haver dúvidas de que se trata de um ataque terrorista.
Foto: picture-alliance/dpa
Paris: janeiro de 2015
Um ataque ao semanário Charlie Hebdo, em Paris, matou 12 pessoas. O presidente francês, François Hollande, condenou o atentado, classificando o ato como "barbárie extraordinária". Políticos e jornalistas na Europa dizem que o atentado à redação do "Charlie Hebdo" foi um ataque à liberdade de imprensa no continente.
Foto: picture-alliance/dpa/AP Photo/T. Camus
Bruxelas: setembro de 2014
Em setembro de 2014, foi evitado um ataque ao prédio da Comissão Europeia, em Bruxelas. Segundo especialistas, o perigo de atentados de radicais islâmicos na Europa continua. Hoje eles também são perpetrados por terroristas solitários. Aliado a isto, vários cidadãos europeus na Síria e no Iraque, engajados em tropas do "Estado Islâmico", que retornam à Europa entram na mira das autoridades.
Foto: picture alliance/ZUMA Press/M. Dairieh
Bruxelas: maio de 2014
Um homem armado abriu fogo na entrada do museu judaico, em Bruxelas, no dia 24 de maio de 2014, matando quatro pessoas. Após a sua identificação na França, ele foi extraditado para a Bélgica. Suspeita-se de que o homem, de nacionalidade francesa, teria combatido na Síria por mais de um ano ao lado de guerreiros islâmicos. Ele já esteve na prisão por roubo.
Foto: Reuters
Toulouse: março de 2012
Entre 11 e 22 de março de 2012, a França foi tomada pelo medo. Um homem em uma motocicleta baleou dois soldados. Oito dias depois, em 19 de março, ele matou três estudantes e um professor em uma escola judaica. A polícia procurou o autor dos crimes durante dias até cercarem a casa de um suspeito. No dia 22 de março, os policiais invadiram a residência e o mataram.
Foto: AP
Paris: novembro de 2011
O semanário "Charlie Hebdo" já havia sido alvo de ataques há quase quatro anos. Um coquetel molotov foi arremessado para dentro da redação, mas ninguém ficou ferido. A pessoa que cometeu o atentado não foi identificada até hoje. O motivo do ataque, supostamente, foram as publicações críticas ao islã. O periódico está há bastante tempo sob proteção policial.
Foto: picture-alliance/abaca
Estocolmo: dezembro de 2010
Um pouco antes do Natal, no dia 11 de dezembro, duas bombas explodiram em uma área comercial bastante movimentada da capital sueca. Duas pessoas ficaram feridas. O autor do atentado, um iraquiano de 28 anos, se matou. Durante muito tempo ele foi considerado o único responsável pelo crime, no entanto, há informações de que mais pessoas teriam sido cúmplices.
Foto: AFP/Getty Images/J. Nackstrand
Dinamarca: setembro de 2005
No dia 30 de setembro, o diário "Jylannds Posten" publicou 12 charges críticas relacionadas ao islã. Uma delas mostrava o profeta Maomé com uma bomba como turbante. Os desenhos provocaram vários protestos violentos pelo mundo. Além disso, houve uma tentativa de atentado ao jornal.
Foto: picture-alliance/dpa
Londres: julho de 2005
Quatro ataques suicidas aconteceram quase simultaneamente nas principais vias da capital inglesa na manhã do dia 7 de julho de 2005. Três bombas explodiram em linhas do metrô e uma em um ônibus de dois andares. Ao todo, 52 pessoas morreram, incluindo os quatro terroristas. Estes atentados foram os piores da história da Grã-Bretanha.
Foto: picture-alliance/dpa/P. MacDiarmid
Madri: março de 2004
No dia 11 de março, 191 pessoas morreram no maior atentado da história da Espanha. Várias bombas explodiram em quatro trens diferentes, um deles numa linha de metrô. Os terroristas foram condenados a 43 mil anos de prisão. Mas como não há prisão perpétua na Espanha, os criminosos ficarão, no máximo, 40 anos na prisão.
Foto: PAUL WHITE/AP/picture alliance
Istambul: novembro de 2003
Ao longo de cinco dias, radicais islâmicos praticaram diversos atentados em Istambul. Na ocasião, 58 pessoas morreram e 600 ficaram feridas. Em 15 de novembro, dois carros-bomba explodiram em frente a uma sinagoga, na qual vários fiéis estavam reunidos para rezar. No dia 20 de novembro, os radicais atacaram um banco e o consulado britânicos. Os terroristas foram condenados em 2007.