Em vídeo, combatentes do "Estado Islâmico" prometem se vingar da Alemanha pela participação na luta contra os extremistas. Homens pedem a jihadistas que promovam ataques em solo alemão.
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Dois combatentes do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) ameaçaram a Alemanha com atentados em um vídeo de cinco minutos divulgado na internet nesta quarta-feira (05/08). Os militantes dirigiram-se também à chanceler federal alemã Angela Merkel e prometeram vingança devido ao apoio alemão no combate aos jihadistas.
No vídeo, os homens falando em alemão pediram aos "irmãos e irmãs" que se juntassem aos extremistas na Síria e no Iraque, e, se caso não isso for possível, eles deveriam atacar os "infieis" em suas casas na Alemanha e na Áustria. As imagens foram gravadas nas ruínas da cidade antiga de Palmira, na Síria.
Os jihadistas aparecem vestindo uniformes camuflados. Um dos homens jurou a Merkel que os terroristas irão se vingar pelo apoio do governo alemão na luta contra os extremistas e pela presença da Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) no Afeganistão. No final do vídeo, os combatentes mataram a tiros dois homens não identificados que estavam ajoelhados no chão.
Segundo o site alemão de notícias Spiegel Online, o aparente líder no vídeo foi identificado com Mohamed Mahmoud, um austríaco de 30 anos que já foi condenado por propaganda islamista. Ele é companheiro do rapper berlinense Denis Cuspert, um dos garoto-propaganda do grupo radical.
O segundo homem que identificou-se no vídeo como Abu Omar al-Almani apareceu afirmando que o jihadismo é como sair de férias. "Nós estamos em uma das regiões mais bonitas da Síria", disse. Estima-se que cerca de 600 alemães se juntaram aos extremistas do EI na Síria.
CN/afp/ots
"Estado Islâmico" tenta apagar história
Militantes do EI estão destruindo artefatos culturais de milhares de anos no Iraque. O estrago foi condenado mundo afora e fez o Iraque pedir ajuda internacional.
Foto: Mohammad Kazemian
Acabando com o patrimônio
Militantes do "Estado Islâmico" (EI) saquearam e destruíram estátuas em museus de Mossul, no norte do Iraque. Acredita-se que as relíquias pertenciam à antiga civilização mesopotâmica. Os jihadistas, que tomaram grande parte do Iraque e da Síria, afirmam que sua interpretação do islã exige que as estátuas e artefatos culturais sejam destruídos. Muitos estudiosos do islã condenam a ação do grupo.
Estas são as ruínas de Hatra, construída há 2 mil anos pelo Império Selêucida, que controlava grande parte do mundo antigo. Segundo relatos, militantes do EI trouxeram escavadeiras para destruir a cidade. "A luta deles é por identidade, querem destruir a região, principalmente o Iraque, e seus patrimônios da humanidade", disse o ministro do Turismo do Iraque, Adel Shirshab.
Os membros do grupo militante também destruíram parte de Nínive, antiga cidade no norte do Iraque, considerada o berço da civilização por muitos arqueólogos ocidentais. "Já era esperado que o EI a destruísse", disse o ministro do Turismo iraquiano aos jornalistas. A ONU classificou a destruição de "crime de guerra".
"O céu não está nas mãos dos iraquianos. Por isso, a comunidade internacional tem que tomar uma atitude", disse o ministro do Turismo do Iraque ao pedir ataques aéreos contra os extremistas do EI. Bagdá afirmou que os militantes do EI estão desafiando "a vontade do mundo e os sentimentos de humanidade".
Os militantes do EI afirmam que as esculturas antigas entram em contradição com sua interpretação radical dos princípios do islã, que proíbem a adoração de estátuas. E quando os jihadistas não as estão destruindo, estão lucrando com elas. Especialistas afirmam que o grupo está faturando no mercado internacional com a venda de estátuas menores, enquanto as maiores são destruídas.
Estudiosos costumam comparar a destruição do patrimônio cultural por parte do EI à demolição dos Budas Gigantes de Bamiyan, pelos talibãs afegãos, em 2001. Hoje, há somente um espaço vazio onde as grandes estátuas ficavam. Entretanto, alguns temem que o estrago causado pelo EI às ruínas da antiga civilização mesopotâmica, pioneira da agricultura e da escrita, possa ser ainda mais devastador.