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"Estado Islâmico" destrói cidade assíria no Iraque

6 de março de 2015

Uma semana após a demolição de estátuas em Mossul, combatentes do grupo extremista saqueiam e depredam Nimrud, fundada no século 13 a.C. Jihadistas usam veículos pesados e apropriam-se de itens arqueológicos.

Foto: picture-alliance/Bildagentur-online/Tips Images

Combatentes da milícia radical "Estado Islâmico" (EI) saquearam e destruíram a antiga cidade assíria de Nimrud, no norte do Iraque, afirmou o governo local nesta quinta-feira (05/03).

"O EI atacou a cidade histórica de Nimrud e a demoliu com veículos pesados, apropriando-se das atrações arqueológicas datadas de treze séculos antes de Cristo", declarou o Ministério de Turismo e Antiguidades do Iraque em página oficial no Facebook.

A destruição de Nimrud veio uma semana após os radicais islâmicos terem divulgado um vídeo mostrando a destruição de antigas estátuas assírias na cidade de Mossul, segunda maior cidade do Iraque e principal bastião do "Estado Islâmico".

Uma autoridade iraquiana informou que a destruição em Nimrud teve início logo após as orações do meio-dia desta quinta-feira. "Até agora, não sabemos até que ponto a cidade foi destruída", disse a autoridade, que preferiu permanecer no anonimato.

Fundada no século 13 a.C, Nimrud é uma das joias da era assíria. A cidade situada às margens do rio Tigre fica a cerca de 30 quilômetros a sudeste de Mossul, sob controle dos insurgentes desde junho do ano passado.

O ataque provocou consternação e alarme, com alguns arqueólogos e especialistas em patrimônio histórico comparando o fato à demolição dos Budas Gigantes de Bamiyan pelos talibãs, em 2001.

"Sinto muito em dizer que todos esperavam por isso. O plano deles é destruir o patrimônio histórico iraquiano, um lugar de cada vez", disse Abdulamir Hamdani, arqueólogo iraquiano da Universidade Stony Brook em Nova York. "Hatra certamente vai ser a próxima", acrescentou, referindo-se à cidade com mais de 2 mil anos de história e Patrimônio da Humanidade da Unesco na província de Nínive.

Após os recentes incidentes em Mossul, Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas e apelou ao Tribunal Penal Internacional para observar a destruição no museu da cidade.

O diretor da Unesco no Iraque, Axel Plathe, chamou a destruição desta quinta-feira em Nimrud de "mais um ataque apavorante ao patrimônio iraquiano".

CA/afp/rtr

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