"Estado Islâmico" diz ter decapitado reféns curdos
20 de março de 2015
Vídeo divulgado pelo grupo terrorista na internet mostra suposta execução de três curdos peshmerga, em retaliação a ataques no norte do Iraque. Jihadistas ameaçam matar mais "dezenas" de prisioneiros.
Anúncio
O grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) divulgou nesta sexta-feira (20/03) um vídeo em que afirma ter decapitado três combatentes curdos peshmerga do Iraque. Os jihadistas ameaçaram matar mais "dezenas" de prisioneiros caso os curdos não interrompam os ataques a regiões controladas pela milícia.
O vídeo, publicado na internet, mostra pessoas sendo levadas a um hospital, supostamente feridas num ataque perpetrado por combatentes peshmerga. Pouco depois, aparecem três prisioneiros vestindo trajes na cor laranja e com as mãos amarradas, que se ajoelham diante de militantes encapuzados. Em seguida, os três são decapitados.
Os três homens encapuzados que executaram os reféns falavam o idioma curdo. Um dos militantes se dirigiu ao líder curdo Massoud Barzani, afirmando que a autoridade havia recebido o alerta de que "para cada míssil disparado contra aqueles sob a tutela do EI, vocês matarão um dos prisioneiros com suas próprias mãos".
No local onde a suposta decapitação ocorreu, aparecem também algumas pessoas ao fundo, incluindo crianças. O vídeo, com seis minutos de duração, teria sido gravado na província de Nínive. Autoridades curdas não confirmaram se as vítimas eram de fato peshmerga.
Os combatentes peshmerga têm sido importantes aliados dos Estados Unidos na coalizão que visa derrotar o EI no Iraque, e obtiveram vitórias significativas com a ajuda de ataques aéreos.
Mais de mil curdos peshmerga morreram na luta contra o EI desde que os jihadistas ocuparam um terço de território iraquiano, no ano passado. Muitos curdos também combatem ao lado dos islamistas.
RC/rtr/afp
As combatentes peshmerga
Há quase duas décadas que mulheres lutam ao lado dos homens nas forças curdas, conhecidas como peshmerga, que lutam no norte do Iraque contra o "Estado Islâmico".
Foto: Getty Images/S. Hamed
O início
A primeira unidade feminina das forças peshmerga, como o Exército curdo é conhecido, remonta a 1996. Segundo o próprio Exército, cada vez mais mulheres se unem à luta dos curdos contra o "Estado Islâmico", mas não há verificação independente dessa informação.
Foto: Getty Images/S. Hamed
No front
Uma das maiores unidades femininas fica centenas de quilômetros ao sul de Dahuk, na província de Suleimânia. Cerca de 600 mulheres servem no local. Elas são responsáveis pela vigilância de prédios públicos e também de instalações militares. Cerca de cem já participaram de combates.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Número desconhecido
A quantidade exata de mulheres que servem no Exército curdo é segredo militar. Mas a noção de que a participação feminina nas forças peshmerga é necessária é muito forte. "Quero aprender a manusear armas para defender meu país", declarou uma das combatentes. Os curdos possuem autonomia no norte do Iraque e lutam pelo próprio Estado.
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Solteiras e casadas
Algumas das mulheres que se alistam como voluntárias são casadas e têm filhos. Em alguns casos, os maridos também são combatentes. Outras são filhas de antigos soldados, ou lutam ao lado dos irmãos. Mas a maioria delas é solteira, e muitas se alistaram ainda adolescentes.
Foto: Reuters/Ahmed Jadallah
Aceitação
Algumas combatentes têm o apoio familiar. Mas nem sempre é o caso. De acordo com uma oficial, a unidade feminina ainda é vista com ceticismo por alguns homens. Mas muitos deles as apoiam e incentivam.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Engajamento
Para a comandante de um regimento, os batalhões femininos são um acréscimo importante para o Exército peshmerga. E o comprometimento das mulheres é exemplar, afirma. "Aqui estão mulheres armadas e dispostas a lutar por seu país."
Foto: Getty Images/S. Hamed
Beleza e coragem
Peshmerga significa "aquele que encara a morte". O olhar determinado e a beleza de muitas das combatentes chamam a atenção.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Contra o "Estado Islâmico"
Unidades femininas já participaram de combate contra milícias do "Estado Islâmico". Com o avanço dos radicais, a participação das mulheres ganha em importância.
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Medo das mulheres
Uma guerrilheira disse achar engraçada a ideia de encarar um dos jihadistas do Estado Islâmico, grupo radical que reprime as mulheres nas áreas que ocupa. "Acho que eles teriam mais medo de nós do que dos homens, pois acreditam que vão para o inferno se forem mortos por uma mulher."
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Luta contra a repressão
Outra guerrilheira disse que se alistou justamente para combater um grupo radical que reprime as mulheres, proibindo-as de circular nas ruas e obrigando-as a vestir a burca.