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"Estado Islâmico" retorna a Palmira

10 de dezembro de 2016

Ativistas dizem que grupo terrorista controla boa parte da cidade histórica, oito meses após ter sido expulso do local pelos militares sírios. EUA confirmam morte de importante líder jihadista na Síria.

Syrien Oasenstadt Palmyra
Foto de arquivo mostra destruição causada por jihadistas na primeira ocupação em PalmiraFoto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) afirmou neste sábado (10/12) que "Estado Islâmico" (EI) controla novamente boa parte da cidade histórica de Palmira, na província de Homs, cerca de oito meses depois de ter sido expulso do local pelos militares sírios.

Os jihadistas avançaram pelos arredores do hospital de Palmira, na periferia noroeste da cidade que é considerada Patrimônio Mundial da Humanidade, após controlar o distrito Al-Ameriya, no norte.

Além disso, conseguiram dominar o monte Al-Tar, próximo à cidadela antiga, localizada nos arredores, que foi alvo do lançamento de projéteis e dos disparos de armas automáticas dos extremistas.

A organização não governamental sediada em Londres acrescentou que era possível ouvir o barulho da explosão de um carro-bomba do EI na região dos silos do sul e do aeroporto de Palmira.

Os combates prosseguem no sul da cidade e nos arredores da região de Al-Dua e do aeroporto de Palmira, a oeste, enquanto aviões de guerra bombardearam as áreas de Al-Ameriya e Basatín, no leste.

Enquanto isso, prosseguem os confrontos entre os jihadistas e os soldados do governo sírio em outras partes do leste de Homs, onde o EI iniciou uma ofensiva há dois dias e conquistou o monte Al Hial, os silos de Palmira, a fortaleza antiga de Al-Halabat e os campos de petróleo e gás de Yazal, Yahar e Al-Mahar.

Anteriormente, o Observatório tinha informado que um avião de guerra sírio tinha caído nos arredores da jazida de petróleo de Yazal por motivos que ainda se desconhecem. Além disso, não se sabe o paradeiro de sua tripulação.

Em maio de 2015, o EI desenvolveu uma ofensiva no leste de Homs na qual tomou Palmira, cujas ruínas são Patrimônio Mundial da Unesco e que esteve sob o jugo dos jihadistas durante dez meses, até que as forças armadas sírias recuperaram seu controle com o apoio da aviação russa no último dia 27 de março.

Morte de líder do EI

A coalização liderada pelos EUA confirmou a morte de um importante líder do EI na Síria. Segundo o porta-voz Ben Sakrisson, do Pentágono, "aviões da coalizão atacaram e mataram o tunisiano Boubaker al-Hakim em Raqqa, na Síria" em 26 de novembro.

"Al-Hakim era um líder do EI e terrorista de longa data, com fortes laços com elementos jihaldistas franceses e tunisianos", afirmou Sakrisson, acrescentando que Al-Hakim é também suspeito de envolvimento em ataques extremistas contra a liderança política da Tunísia.

"Sua eliminação prejudica a capacidade do EI de realizar novos ataques no Ocidente e priva o EI de um extremista veterano com grandes vínculos" e, ainda, "de uma figura-chave com grande envolvimento histórico e atual na facilitação de operações externas e prejudica sua capacidade de realizar ataques terroristas em todo o mundo", diz o comunicado.

No sábado, a aliança árabe-curda apoiada pelos EUA anunciou a "segunda fase" de sua campanha por Raqqa, o bastião sírio do EI, enquanto Washington afirma que enviará mais 200 soldados para apoiar a ofensiva.

A batalha por Raqqa coincide com uma vasta ofensiva apoiada pelos EUA para retomar a segunda maior cidade iraquiana, Mossul, das mãos os jihadistas.

Raqqa e Mossul são os últimos centros urbanos sob controle do EI após os jihadistas sofrerem uma série de perdas de territórios em ambos os países no ano passado. 

FC/efe/afp/rtr

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