Jihadistas conseguem entrar na cidade síria depois de detonar carro-bomba perto da fronteira com a Turquia. Disfarçados com uniformes das forças curdas, milicianos abrem fogo também contra civis.
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Jihadistas do "Estado Islâmico" (EI) entraram na cidade síria de Kobane, perto da fronteira com a Turquia, nesta quinta-feira (25/06), em meio a intensos combates com as forças curdas que defendem a região.
Segundo Rami Abdel Rahman, chefe do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, o grupo terrorista detonou carros-bomba em dois ataques suicidas próximo à fronteira com a Turquia. Os extremistas também executaram ao menos 20 curdos sírios, incluindo mulheres e crianças, numa vila ao sul de Kobane.
A imprensa curda relatou que os milicianos entraram na cidade vestidos com uniformes utilizados por soldados curdos e militantes do Exército Livre da Síria (ELS).
De acordo com a agência de notícias Welati, os jihadistas dispararam indiscriminadamente contra qualquer pessoa que estivesse andando nas ruas, vitimando civis. As autoridades locais recomendaram que os moradores não deixem suas casas até segunda ordem.
As forças curdas libertaram a cidade estratégica de Kobane no fim de janeiro, com o apoio de ataques aéreos efetuados pelos Estados Unidos.
Nesta quarta, os terroristas também atacaram a cidade de Hasaka, no norte da Síria, e conseguiram invadir duas localidades que estavam sob controle do governo sírio, informou o observatório internacional. Ao menos 30 homens armados, fiéis ao regime sírio, e 20 jihadistas foram mortos no conflito, que ainda está em curso.
O controle da cidade de Hasaka está dividido entre militares curdos e tropas fiéis ao regime do presidente Bashar al-Assad.
O ataque do "Estado Islâmico" ocorre dois dias depois de combatentes curdos tomarem, com o apoio dos EUA, a cidade de Ain Issa, no norte da Síria. Há uma semana, as forças curdas também conquistaram a cidade de Tel Abyad, usada como rota de abastecimento pelos extremistas na fronteira com a Turquia.
KG/dpa/afp
Kobane e a difícil situação dos curdos
Com a iminente tomada de Kobane pelos radicais do "Estado Islâmico", os curdos da região vivem um dia a dia de enterros, explosões e fugas.
Foto: Christopher Johnson
Morte de um herói
Estes curdos sírios de Kobane se reúnem diariamente num hospital do distrito turco de Suruç, a alguns quilômetros de sua cidade sitiada, deserto adentro. Aqui, entoam slogans e carregam o caixão de alguém que consideram herói e mártir, por ter lutado para defender Kobane dos ataques do "Estado Islâmico" (EI).
Foto: Christopher Johnson
Enterrando os mortos
Curdos sírios de Kobane cavam uma vala comum no deserto, a poucos quilômetros dos combates pesados em sua cidade sitiada.
Foto: Christopher Johnson
Traumatizado
Exausto e traumatizado, um homem olha apreensivo para o deserto, enquanto uma coluna de fumaça se ergue de uma explosão em Kobane, Síria.
Foto: Christopher Johnson
Juntando-se à caravana
Impossibilitados de voltar para lutar por Kobane ou de ajudar seus entes queridos em perigo, muitos curdos sírios caminham longas distâncias por estradas desertas ou caminhos empoeirados, a fim de participar de protestos ou de funerais de vítimas da guerra.
Foto: Christopher Johnson
Aparente indiferença
Talvez já acostumados à guerra e às explosões, sírios caminham rente a uma estrada no deserto, aparentemente alheios aos ataques liderados pelos Estados Unidos contra posições do EI em Kobane.
Foto: Christopher Johnson
Transformado em fumaça
A coluna de fumaça parece formar um punho, ao se elevar sobre Kobani. Curdos sírios confirmam que os ataques aéreos liderados pelos EUA estão ajudando a defender a cidade contra os combatentes do "Estado Islâmico". Mas eles também querem mais combatentes e armas pesadas.
Foto: Christopher Johnson
Observar e esperar
Um passatempo trágico: todo dia, cidadãos se reúnem na fronteira entre a Turquia e a Síria para assistir aos bombardeios e batalhas de rua em sua cidade, Kobane.
Foto: Christopher Johnson
Matando aula
Em vez de ir à escola, os meninos refugiados sírios brincam, usando sucata como pranchas, com que deslizam sobre a areia do deserto, nos arredores de Kobane.
Foto: Christopher Johnson
Sem ter para onde ir
Família busca um lugar para dormir sob a lua crescente que ilumina o deserto, nos arredores de Kobane, Síria.