Repercussão na mídia
7 de dezembro de 2007Heilbronner Stimme (Heilbron): "Exames médicos obrigatórios são importantes. Mas não exageremos. Quase todos os pais amam seus baixinhos e provam isso a cada dia. O Estado não pode converter-se em Super-Nanny. A melhor prevenção são as relações inter-humanas, uma vida social intacta. Esta é uma tarefa para toda a sociedade."
Frankfurter Allgemeine Zeitung (Frankfurt): Segundo as estatísticas da polícia e dos sociólogos, menos de 1% dos pais estão tão sobrecarregados com os filhos que perdem a tutela sobre eles. Este pequeno grupo tem de passar a ser observado de outra forma, e não como acontecia até agora. A sugestão mais racional parece ser obrigar os pais a levarem regularmente os filhos aos exames médicos de acompanhamento [gratuitos]."
Cellesche Zeitung (Celle): "Quem realmente quer proteger as crianças, tem de saber que isto não pode ser feito de graça. Quem remete 150 casos problemáticos para um assistente social, não pode se admirar quando esta pessoa não estiver no lugar certo e na hora certa num caso de emergência."
Leipziger Volkszeitung (Leipzig): "A comoção nacional é grande. São fortes os clamores por uma legislação mais rigorosa, por exames preventivos e até por uma atenção maior do Estado. Tudo isto reflete também que tais tragédias nunca podem ser evitadas por completo. O fato de haver leis não implica que elas sejam postas em prática. Como então se explica que em Plauen só se notou a falta de uma criança cinco anos depois de seu nascimento?"
Stuttgarter Nachrichten (Stuttgart): "É mais fácil olhar em outra direção quando uma família da vizinhança parece ter problemas. Mais fácil do que reconhecer o problema, fazer perguntas ou alertar as autoridades competentes. Uma coisa destas é desagradável, tem-se medo de dar um fora. Isto se chama falta de coragem cívica. Restam a sensação de não poder ajudar, o luto e o ódio.
Kölner Stadt-Anzeiger (Colônia): "O amparo estatal, sozinho, não pode compensar o desamparo emocional. Em meio à nossa sociedade criou-se uma zona onde a responsabilidade virou palavra desconhecida. Talvez haja pessoas que tenham a necessidade de manter distância do horror. Necessidade, mas não direito."
Die Zeit online: "Crianças desamparadas, maltratadas, estupradas ou subnutridas não podem ir sozinhas a um advogado. Elas também não podem exigir do Estado que trate de fazer Justiça. Por isso, é preciso que alguém esteja ao lado delas. O pediatra seria um que poderia fazer isso, se os pais fossem obrigados a levá-las aos exames de acompanhamento. Há inclusive planos de pagar o abono família completo apenas quando as crianças se apresentam para todas as consultas. Não se trata de acusar pais criminosos ou tirar-lhes a tutela dos filhos, mas reconhecer em tempo hábil que uma família precisa de ajuda.
A ministra alemã da Família tem razão ao reivindicar uma rede de profissionais em estado de alerta. É preciso identificar o mais cedo possível onde há problemas, diz ela. Não só os médicos, também parteiras, creches, jardins-de-infância, professores, a sociedade em geral, precisam aprender a identificar crianças ameaçadas"
Hamburger Abendblatt (Hamburgo): "Mortas de fome, surradas, maltratadas − e agora a história da mãe que matou todos os cinco filhos de uma vez. A comoção é geral. Como pode ser que na rica e supostamente bem organizada Alemanha tantas crianças não só passam necessidades como também têm de morrer?
Muitos pais da chamada classe baixa estão sobrecarregados com a criação dos filhos, outros nem têm condições de serem pais. As causas disso são variadas: baixo nível educacional, poucas chances de emprego, estruturas familiares destruídas. A isso se somam problemas financeiros, dependência de drogas e falta de conhecimento sobre onde buscar ajuda.
Existem diversas iniciativas de ajuda e o reconhecimento teórico dos políticos, de que elas precisam ser mais bem interligadas. Mas enquanto não houver dinheiro para concretizar as idéias, todos os esforços continuarão inúteis. Na Alemanha, finalmente é preciso tratar as crianças com a importância que elas têm.
Em caso de dúvida, no papel de representante de uma sociedade responsável, o Estado pode intervir com rigor: sem o consentimento dos pais, pelo bem das crianças. (rw)