Governo de Maharashtra, onde fica Mumbai, determina multa de até 370 dólares e até três anos de cadeia para reincidentes. Material entope canos e causa cheias na época das monções.
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O governo do estado de Maharashtra, um dos mais populosos da Índia e que tem Mumbai como capital, proibiu produtos de plástico. Estão vetados fabricação, uso, venda, distribuição e estocagem de material plástico, incluindo sacolas descartáveis, colheres, pratos e garrafas PET.
Quem desrespeitar a lei está sujeito a multas de até 370 dólares e até três meses de prisão, no caso de reincidentes. A lei está em vigor desde o último sábado (23/06).
Os produtos plásticos entopem canos e dutos de água durante a estação chuvosa associada às monções, de junho a setembro, que abalam especialmente esse estado de mais de 100 milhões de habitantes.
Quem for flagrado utilizando plásticos pela primeira vez estará sujeito a multa de 5 mil rupias (74 dólares), valor relativamente alto, se considerado que muitos salários na Índia não passam das 10 mil rupias mensais (150 dólares). O valor da multa é dobrado para quem for pego uma segunda vez.
"Para a terceira vez, será aberto um processo, a ser decidido em tribunal", disse o diretor da Scretaria de Meio Ambiente de Maharashtra, B.N. Patil.
Ele acrescentou que os reincidentes poderão ser condenados a multas de até 25 mil rupias (370 dólares) e estarão sujeitos a penas de até três meses de prisão.
A cada ano, são usados no mundo 500 bilhões de bolsas plásticas; ao menos 8 milhões de toneladas desse material terminam nos oceanos, o equivalente à descarga de um caminhão de lixo a cada minuto.
O plástico constitui 10% de todos os resíduos gerados pelo homem, e cerca de 50% do produto sintético são para uso único ou descartável.
MD/efe/ots
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Lixo plástico, um desafio para o planeta
Praias antes paradisíacas repletas de garrafas, animais engasgados com dejetos, pessoas recolhendo o material em aterros. Uso desenfreado do derivado do petróleo deixa rastro preocupante no meio ambiente.
Foto: Daniel Müller/Greenpeace
A era do plástico
Leve, durável, flexível e muito popular. O mundo produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico desde o início da produção em massa, nos anos 50. Como o material não é facilmente biodegradável, muito do que foi produzido acaba em aterros como este, nos arredores de Nairóbi. Catadores de lixo caçam plásticos recicláveis para ganhar a vida. Mas muito também acaba no oceano.
Foto: Reuters/T. Mukoya
Rios de lixo
Cerca de 90% do plástico entra nos habitats marinhos através de apenas dez rios: o Yangtzé, o Indo, o Amarelo, o Hai, o Nilo, o Ganges, o Pearl River, o Amur, o Níger e o Mekong. Esses rios atravessam áreas altamente povoadas, com falta de infraestrutura adequada para o descarte de resíduos. Aqui, um pescador nas Filipinas retira uma armadilha para peixes e caranguejos de águas poluídas.
Foto: picture-alliance/Pacific Press/G. B. Dantes
Começo de vida plastificado
Alguns animais encontram uma utilidade para resíduos de plástico. Este cisne fez seu ninho no lixo em um lago de Copenhague que é popular entre os turistas. Seus filhotes saíram dos ovos rodeados de dejetos, o que não é um bom início de vida. Mas para outros animais, as consequências são muito piores.
Foto: picture-alliance/Ritzau Scanpix
Consequências fatais
Embora o plástico seja altamente durável e possa ser usado para produtos com longa vida útil, como móveis e tubulações, cerca de 50% da produção são destinados a produtos descartáveis, incluindo talheres e anéis usados em pacotes de seis unidades de latas de bebidas, que acabam no meio ambiente. Animais correm o risco de se enredar neles e morrer, como ocorreu com este pinguim.
Foto: picture-alliance/Photoshot/Balance
Confundido com comida
Este filhote de albatroz foi encontrado morto em Sand Island, no Havaí, com vários pedaços de plástico no estômago. Um levantamento realizado em 34 espécies de aves no norte da Europa, Rússia, Islândia, Escandinávia e Groenlândia, apontou que 74% delas ingeriram plástico. Comer o material pode levar a danos nos órgãos e bloqueios no intestino.
Mesmo os animais maiores sofrem os efeitos do consumo de plástico. Esta baleia foi encontrada na Tailândia. Durante a tentativa de salvamento, o animal vomitou cinco sacos plásticos e morreu. Na autópsia, os veterinários encontraram 80 sacolas de compras e outros dejetos plásticos que entupiam o estômago da baleia, de modo que ela não conseguia mais digerir alimentos nutritivos.
Foto: Reuters
Dejetos invisíveis
Grandes pedaços de plástico na superfície do oceano, como é registrado aqui, na costa havaiana, chamam atenção. Mas poucos sabem que trilhões de minúsculas partículas com menos de 5 milímetros de diâmetro também flutuam nos mares. Essas partículas acabam na cadeia alimentar. O plâncton marinho, que é uma fonte importante de alimento para peixes e outros animais marinhos, já foi filmado comendo-as.
Foto: picture-alliance/AP Photo/NOAA Pacific Islands Fisheries Science Center
Fim à vista?
Medidas para tentar reduzir o plástico descartável já foram tomadas em alguns países africanos, como proibições de sacolas plásticas, e a União Europeia planeja proibir produtos plásticos descartáveis. Mas se as tendências atuais forem mantidas, cientistas acreditam que haverá 12 bilhões de toneladas de plástico no planeta até 2050.