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Bacharelado na Alemanha

11 de dezembro de 2009

Secretários de Educação dos estados alemães cedem aos protestos estudantis e anunciam reformulações no novo sistema universitário do país.

Estudantes protestam há semanas contra sistema universitário alemãoFoto: AP

Após semanas de protesto por modificações na controversa reforma dos cursos de graduação, universitários alemães conseguiram uma primeira vitória. Os secretários da Educação dos 16 estados da Alemanha, juntamente com reitores universitários, decidiram reajustar recentes modificações feitas no ensino superior do país, durante reunião nesta quinta-feira (10/12) em Bonn, cidade no oeste da Alemanha.

Entre as mudanças anunciadas estão a redução da quantidade de matérias e de provas, além da flexibilização do tempo necessário para o cumprimento dos cursos. Além disso, a mudança entre universidades deve ser facilitada.

A Conferência dos Secretários Estaduais da Educação (KMK, na sigla em alemão) foi convocada para discutir o descontentamento dos estudantes com as controversas reformas que introduziram na Alemanha os cursos bachelor (graduação) e master (pós-graduação master). O novo sistema faz parte do chamado Processo de Bolonha, assinado em 1999 na cidade italiana homônima e destinado a equiparar até 2010 os sistemas universitários dos países europeus.

Muita informação, pouco tempo

Os críticos à estrutura de bachelor e master introduzida na Alemanha argumentam que os novos cursos ministram muita informação em um curto espaço de tempo, levando a uma perda de qualidade na educação. Outra reclamação era a falta de flexibilidade da duração da graduação, que atualmente deve ser concluída em três anos.

Outra reivindicação dos estudantes é a abolição das taxas estudantis cobradas em certos estados alemães pelo ensino superior público, até há poucos anos gratuito em todo o país. Entretanto, os responsáveis pelo setor de educação nessas regiões não pensam em abrir mão da cobrança.

O secretário de Educação da Baviera, Ludwig Spaenle, afirmou antes do encontro em Bonn que as anuidades dificilmente serão abolidas. A Renânia do Norte-Vestfália também manterá o ensino superior pago, segundo comunicou o secretário estadual de Ciência e Pesquisa, Andreas Pinkwart. A legislação educacional na Alemanha é definida, em grande parte, em nível estadual.

O encontro dos secretários de Educação foi acompanhado por protestos de milhares de estudantes. As manifestações em Bonn, por exemplo, reuniram mais de 10 mil manifestantes, segundo os organizadores dos protestos – e, segundo a polícia, mais de 4 mil. Alguns foram presos, após confrontos com policiais.

Primeiro passo

O sindicato Educação e Ciência classificou os resultados como um “primeiro passo”. Segundo o membro do conselho federal da entidade, Andreas Keller, o “grande salto” seria uma melhoria das condições de ensino e o livre acesso à pós-graduação master para todos os que concluírem o bachelor. Atualmente, as universidades podem estipular regras próprias de aceitação para os candidatos a master, segundo critérios de qualidade de ensino ou capacidade universitária de absorver os estudantes.

A chanceler alemã, Angela Merkel, vai sugerir um “pacto de qualidade” para o controverso curso de bachelor durante o encontro de representantes do governo federal e secretários estaduais da Educação agendado para a próxima quarta-feira, em Berlim.

A qualidade do ensino, assim como o acompanhamento dos estudantes devem ser nitidamente aprimorados, segundo sugere um documento do governo alemão destinado à preparação do encontro.

MD/ap/epd/dpa
Revisão: Simone Lopes

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