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Estados alemães exigem medidas mais duras contra "fake news"

1 de janeiro de 2017

Secretários de Justiça e o ministro do Interior, Thomas de Maizière, alertam para os perigos de notícias falsas e pedem por combate mais severo. Liberal-democratas se pronunciam contra criação de uma legislação.

Tela de notebook com página do Facebook aberta
Foto: picture-alliance/maxppp/P. Proust

O debate sobre as chamadas "fake news", as notícias falsas, nas redes sociais ganhou em força na Alemanha, neste domingo (1º/01). Autoridades, estados governados pela União e até o ministro do Interior, Thomas de Maizière, alertaram para os perigos e pediram por medidas mais severas no combate contra as notícias falsas.

O chefe do Bundeswahlleiter (órgão responsável por organizar e controlar as eleições na Alemanha), Dieter Sarreither, vê um perigo real que os eleitores possam ser manipulados por notícias falsas. "Os cidadãos e os meios de comunicação têm de reagir particularmente sensíveis a notícias. Eles precisam saber que existem tentativas de manipulá-las", disse Sarreither aos jornais alemães do Grupo Funke. Partidos e mídia são especialmente encorajados "a distinguir por meio de controles mais cuidados as informações incorretas das corretas", prosseguiu.

O ministro do Interior, Thomas de Maizière, pediu que operadores de redes sociais tomem medidas decisivas contra notícias falsas na internet. "Fraudes óbvias podem ser punidas e devem ser investigadas", disse ao mesmo grupo midiático.

Uma série de estados alemães governados pela União – CDU (União Democrata Cristã) e CSU (União Social Cristã) – também exigiram uma repressão mais vigorosa contra as "fake news". Os estados de Hessen, Baviera e Saxônia-Anhalt pedem por medidas mais eficazes contra a proliferação de chamados "social bots" – programas de computador que simulam uma identidade humana e geram mensagens em massa em redes sociais como Twitter e Facebook.

Uma iniciativa do Conselho Federal (Bundesrat) para punições mais severas contra o uso dos tais "social bots" deve ser implementada pelo Bundestag (câmara baixa do Parlamento) antes da eleição parlamentar, de acordo com uma declaração dos secretários de Justiça dos estados de Hessen, Eva Kühne-Hörmann, Baviera, Winfried Bausback, e Saxônia-Anhalt, Anne-Marie Keding, divulgada neste domingo.

Os ministros afirmam que por meio de tais contas falsas possa surgir "uma avalanche de desinformação", que podem enganar deliberadamente os cidadãos. Notícias falsas também podem prejudicar equipes de resgate e policiais em desastres e casos de terrorismo.

O Partido Liberal Democrata (FDP) se pronunciou contrário a qualquer plano de elaborar uma legislação. "A proliferação de notícias falsas não pode ser barrada com leis", disse o vice-presidente do partido, Wolfgang Kubicki, ao diário Tagesspiegel. Ele se referiu particularmente a um artigo da revista Der Spiegel, que afirmou que o Ministério do Interior propõe a criação de um "centro de defesa contra a desinformação". Segundo Kubicki, a Alemanha não precisa de um "Ministério da Verdade". 

PV/dpa/kna

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