Estados alemães removem restrições contra o coronavírus
2 de outubro de 2021
Vida noturna e eventos de grande porte são liberados em três estados, incluindo a Baviera. Entretanto, permanece exigência da apresentação de certificados de vacinação, testes ou comprovação de cura da covid-19.
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Os estados alemães da Baviera, Sarre e Renânia do Norte-Vestefália removeram nesta sexta-feira (01/10) a maioria das restrições impostas para conter as transmissões de covid-19.
As autoridades ainda se preocupam com os impactos da pandemia e pedem aos cidadãos que continuem a tomar precauções. Entretanto, o número de novas infecções é considerado suficientemente baixo, para justificar a remoção de algumas medidas restritivas.
"A pandemia ainda não acabou, temos de monitorar bem de perto os desdobramentos”, disse o secretário de Saúde da Renânia do Norte-Vestefália, Karl-Josef Laumann. "Mas, o número atual de infecções e os progressos que obtivemos com a vacinação nos permite adotar medidas rumo à normalidade. Ao mesmo tempo, apelo aos cidadãos para que continuem a agir de modo responsável."
Eventos de grande porte
No estado mais populoso do país, a Renânia do Norte-Vestfália – onde estão localizadas cidades como Colônia, Bonn e Dusseldorf – as máscaras não serão mais obrigatórias em espaços públicos abertos, embora ainda sejam formalmente recomendadas.
Limites impostos à quantidade de público em partidas e eventos em estádios de futebol e grandes concertos também serão removidos. Anteriormente, o público máximo em eventos era de 25 mil pessoas, enquanto os estádios podiam ocupar 50% de suas capacidades.
Além disso, os lugares onde os testes PCR – mais caros e mais demorados – eram exigidos, como casas noturnas, podem passar a aceitar os testes rápidos de antígenos, que devem ter sido feitos até seis horas antes da chagada ao local.
Os testes PCR custam entre 70 e 90 euros e podem levar até dois dias para serem processados. Já os testes rápidos de antígenos são bem mais em conta e o resultado sai em questão de minutos.
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Vida noturna bávara reaberta
Casas noturnas, discotecas e locais de prostituição podem voltar a funcionar na Baviera depois de um ano em meio fechados, no estado que adotou algumas das restrições de movimento mais rígidas da Alemanha.
A partir desta sexta-feira, poderão frequentar esses locais somente pessoas que foram testadas, vacinadas ou que tenham provas de que foram curadas da doença. Funcionários de estabelecimentos onde haja contato físico com os clientes terão de fazer testes PCR ao menos duas vezes por semana, se não estiverem vacinados.
A Baviera removeu proibições à realização de festivais públicos, abrindo caminho para o retorno dos tradicionais mercados de Natal. Além disso, o uso de máscaras nas escolas deixará de ser exigido.
Sarre confia no bom senso dos cidadãos
A vida noturna no Sarre também poderá ser retomada, seguindo as mesmas regras da Baviera. Além disso, os frequentadores das casas noturnas não mais precisarão usar máscaras em locais fechados. O distanciamento social deixa de ser uma regra para se tornar um recomendação.
Em um esquema que o governo do estado chama de "Sarre Model Plus”, as autoridades passam a confiar no bom senso dos cidadãos. A vice-governadora do estado, Anke Rehlinger, disse que isso é um "sinal para mais responsabilidade pessoal”.
Aulas presenciais nas Universidades serão permitidas sem a obrigatoriedade do uso de máscara ou de distanciamento mínimo.
O relaxamento das restrições no estado é provisório, e estará sujeito a mudanças após 14 dias.
Em meio a tudo isso, o especialista em saúde pública do Partido Social-Democrata (SPD) Karl Lauterbach alertou que outra onda da doença está a caminho, com o início do outono e aproximação do inverno na Europa.
Ele alerta que "30% das pessoas com menos de 60 anos ainda não estão vacinadas. Subestimamos esse número enorme. É alto demais para evitar um aumento das infecções”, afirmou Lauterbach.
"O vírus continuará a se espalhar durante a temporada do frio, quando a vida se volta para os locais fechados.”
rc (dpa,AFP)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine