Medida teria sido discutida na Casa Branca, de acordo com o "The New York Times". Proposta prevê zona de proibição de voos nas fronteiras sírias com Turquia e Jordânia para proteger cidadãos da guerra civil.
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O governo dos Estados Unidos está avaliando a possibilidade de enviar forças militares para criar uma zona de exclusão aérea na Síria, para proteger civis do conflito no país, segundo o The New York Times.
De acordo com matéria publicada pelo jornal nesta quinta-feira (22/10), a Casa Branca continua vendo a ideia com ceticismo. No entanto, a crise de refugiados na Europa e a intervenção militar de Moscou na Síria teriam aumentado a pressão sobre o presidente americano, Barack Obama.
A zona de exclusão aérea teria sido discutida numa reunião na Casa Branca nesta segunda-feira, com a presença dos secretários de Estado dos EUA, John Kerry, e de Defesa, Ashton Carter. Entre as opções avaliadas estaria a criação de zonas de exclusão aérea nas fronteiras da Síria com a Turquia e a Jordânia.
Autoridades apresentaram diferentes variantes da proposta, incluindo zonas de segurança para ajuda humanitária e uma versão ambiciosa do que poderia criar um "santuário para as forças de oposição sírias aliadas dos americanos", segundo o jornal.
Um relatório do Pentágono estimou quantos militares e aeronaves seriam necessários para estabelecer essas zonas. Se colocada em prática, a medida aumentaria significativamente a presença aérea americana na região. Obama não participou da reunião e nenhuma decisão formal foi tomada, disse o The New York Times.
A Casa Branca se recusou a comentar o assunto, mas Obama tem resistido à ideia de uma zona de exclusão aérea na Síria. Há algumas semanas, o próprio presidente descartou publicamente a possibilidade.
Medida semelhante foi tomada pelos EUA, Reino Unido e França em 1991, no norte do Iraque. A zona de proibição de voos estabelecida pelas forças aéreas dos três países proporcionou que os curdos da região ficassem protegidos do regime de Saddam Hussein durante 12 anos.
Reunião em Viena
Os ministros do Exterior da Rússia, Turquia e Arábia Saudita se reuniram nesta sexta-feira com o secretário de Estado americano para tentar chegar a um acordo sobre uma solução para o conflito na Síria.
Washington, Ancara e Riad defendem, como condição prévia para a solução, a renúncia do presidente sírio, Bashar al-Assad. Os Estados Unidos o responsabilizam pela violência contra a população e o acusam de violar direitos humanos.
Porém, Moscou, o mais importante aliado de Assad, se opõe à saída de Assad e defende a inclusão do presidente sírio nas negociações. No final de setembro, a Rússia iniciou ataques aéreos contra grupos rebeldes no país, apoiando, assim, ofensivas terrestres de tropas de segurança do governo.
A guerra civil na Síria, que já dura mais de quatro anos e meio, já matou mais de 250 mil pessoas. Segundo dados da ONU, o conflito levou cerca de 4,2 milhões de pessoas a deixar o país.
CN/dpa/rtr/afp/ots
Estações da fuga em imagens
Cerca de 3,7 mil quilômetros separam a Alemanha da Síria. Para os refugiados da guerra civil, essa viagem dura semanas até meses. E ela é perigosa, também na rota dos Bálcãs.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Últimas forças
Duma é uma cidade síria a nordeste de Damasco. Mesmo ferido, um homem procura por sobreviventes nos escombros. Pouco antes, a região foi atacada por bombardeios das forças armadas sírias. Desde o início da guerra civil, em 2011, mais de 250 mil pessoas morreram no país, segundo as Nações Unidas.
Foto: picture-alliance/A.A./M. Rashed
Terror ao alcance dos olhos
No campo de refugiados em Suruc, na Turquia, cerca de 40 mil sírios procuraram refúgio da guerra civil. A poucos quilômetros dali, em Kobane, o conflito continua. O campo é organizado como uma pequena cidade, com mesquita, escola e ruas. Ninguém quer permanecer aqui por muito tempo.
Foto: Getty Images/C. Court
Marcas da guerra
Abdurrahman Yaser al-Saad conseguiu chegar à cidade portuária turca de Izmir. O sírio de 16 anos mostra aos outros refugiados uma cicatriz enorme na barriga. Ele estava na escola quando as forças armadas sírias bombardearam o local e ele ficou gravemente ferido.
Foto: picture-alliance/AA/E. Menguarslan
Esperança de uma vida melhor
Na viagem em direção à Europa, muitos refugiados acabam em Izmir. Daqui eles desejam ir para a Grécia. Coletes salva-vidas são fundamentais, pois muitos não sabem nadas, e os barcos dos atravessadores ficam superlotados. Enquanto aguardam a partida, muitos dormem ao ar livre, porque não podem pagar um hotel.
Foto: picture-alliance/AA/E. Atalay
Jogado de volta
Com suas últimas forças, esse refugiado conseguiu nadar de volta até a praia de Bodrum, na Turquia. Pouco antes ele havia tentado alcançar um barco de atravessadores, que, por muito dinheiro, levam as pessoas ilegalmente até a Grécia. As embarcações estão sempre superlotadas.
Foto: Getty Images/AFP/B. Kilic
Desamparo
Na praia de Kos, uma ilha grega, turistas observam como refugiados tentam chegar à costa com um barco inflável. A viagem ilegal de Bodrum até aqui custa cerca de mil euros por pessoa. São apenas quatro quilômetros de distância, mas muitos não sabem nadar e acabam morrendo afogados.
Foto: picture-alliance/dpa/Y. Kolesidis
Realidade incômoda
No caminho para o hotel ou para a praia, turistas passam por muitos refugiados. Devem olhar? Devem ajudar?
Foto: picture-alliance/AA/G. Balci
Com braços e pernas
Da Grécia, muitos refugiados tentam chegar à Europa ocidental pelos Bálcãs. Uma estação importante é a cidade de Gevgelija, na Macedônia. Depois de dias de espera, todos desejam conseguir um lugar em um trem para a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Licovski
Passo a passo
Já nas primeiras horas do dia, centenas de refugiados caminham ao longo da linha do trem, da Sérvia para a Hungria. De lá, muitos desejam ir para a Áustria ou Alemanha. A caminhada de quilômetros exige de muitos suas últimas forças.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
Desespero
Com medo de ser levado para um campo de refugiados na Hungria, o pai sírio se joga, com sua mulher e filho, nos trilhos da estação de Bicske. Eles achavam que o trem os levaria de Budapeste até Viena. Em vez disso, eles devem ser registrados pelas autoridades húngaras.
Foto: Reuters/L. Balogh
Quase lá
Centenas de refugiados do Iraque, da Síria e do Afeganistão decidiram ir a pé até a Áustria, caminhando pela rodovia. Eles esperaram durante dias por um trem na estação de Budapeste. A polícia, porém, bloqueia o trecho com frequência.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Roessler
Finalmente a chegada
Estação central de Munique: a esperança de muitos refugiados está na chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel. Diferente de outros países europeus, eles se sentem bem-vindos na Alemanha.