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Estoque de gás na UE atinge 90% antes do prazo para inverno

19 de agosto de 2023

Comissão Europeia vê mercado de energia do bloco em posição muito mais estável do que no mesmo período do ano passado, após invasão russa na Ucrânia ter desorganizado o fornecimento de gás.

Instalação de armazenamento de gás na Alemanha
Europa definiu metas de armazenamento de gás para se preparar melhor para o inverno após o início da guerra na UcrâniaFoto: Waltraud Grubitzsch/dpa/picture alliance

Os estoques de gás natural na União Europeia (UE) chegaram a 90% de sua capacidade bem antes da data prevista de 1º de novembro, anunciou a Comissão Europeia, braço executivo do bloco, na sexta-feira (18/08).

O nível de armazenamento de gás atingiu 1.024 TWh, ou 90,12% da sua capacidade máxima, o equivalente a pouco mais de 93 bilhões de metros cúbicos de gás natural, informou a Comissão.

"O mercado de energia da UE está em uma posição muito mais estável do que no ano passado", disse a comissária europeia de Energia, Kadri Simson, lembrando que a invasão russa na Ucrânia fez os preços da energia dispararem.

Ela acrescentou que a UE está "bem preparada para o inverno", mas os investimentos em energia renovável e eficiência energética poderiam fortalecer ainda mais a segurança energética do bloco.

A comissão estima que, com 90% do armazenamento cheio, a UE terá gás suficiente para cobrir um terço de suas necessidades no inverno. Os níveis variam de acordo com o país. A Espanha tem 99% de sua capacidade preenchida, enquanto a França tem 83% e a Letônia, 77%. Na Alemanha, o nível está em torno de 92%.

UE sobrevive sem o gás russo

Depois da invasão da Ucrânia pela Rússia deflagrar um crise energética na Europa, a UE tomou medidas para se preparar melhor para o inverno, quando a demanda de energia atinge seu pico.

Uma das medidas foi estabelecer uma meta vinculativa da UE de encher as instalações de armazenamento em 90% até 1º de novembro de cada ano. Os países membros da UE também se comprometeram a reduzir o consumo de gás em 15% entre abril deste ano e o final de março de 2024.

Simson advertiu que os preços do gás continuam "sensíveis". A comissão continuará a monitorar a situação, disse.

Antes de Moscou lançar sua invasão em fevereiro de 2022, a Rússia era responsável por quase metade das importações de gás natural da UE. Embora o gás da Rússia não esteja sujeito às sanções da UE, seus suprimentos para a UE caíram abaixo de 10%, pois Moscou fechou as torneiras.

Inicialmente, a medida fez com que os preços da energia disparassem em meados de 2022, mas eles caíram drasticamente no final do ano, pois a Europa se beneficiou de um inverno ameno e mais gás foi importado dos EUA e do Oriente Médio.

bl (AFP, Reuters)

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