"Estou me sentindo muito melhor agora", diz Trump em vídeo
4 de outubro de 2020
Presidente dos EUA grava mensagem em hospital onde se trata contra covid-19, reconhecendo que próximos dias serão cruciais, após dia de notícias desencontradas sobre sua saúde.
Anúncio
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, postou um vídeo neste sábado (03/09) do hospital onde está sendo tratado contra a covid-19, dizendo que está melhorando e que "voltará em breve", mas reconheceu que os próximos dias serão cruciais e serão "o verdadeiro teste".
O vídeo foi divulgado após um dia de mensagens confusas originadas dos canais oficiais em torno da saúde do presidente.
"Eu vim para cá, não estava me sentindo muito bem. E me sinto muito melhor agora", disse Trump de seu escritório presidencial no hospital militar Walter Reed Medical Center, nos arredores de Washington.
"Acho que voltarei em breve e estou ansioso para terminar a campanha da maneira que foi iniciada", completou o republicano. Parecendo relaxado, vestido com camisa de colarinho aberto e paletó azul, Trump reconheceu haver incerteza sobre o curso da doença. "Estou começando a me sentir bem. Você não sabe ao longo dos próximos dias, acho que é o verdadeiro teste, então veremos o que acontece nos próximos dias",afirmou.
Na noite de sábado, o médico da Casa Branca Sean Conley disse que Trump "ainda não estava fora de perigo", mas que a equipe médica está "cautelosamente otimista".
"Sem risco de passagem de poder"
O chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, disse que a condição de Trump lhe causou preocupação na sexta-feira, mas que o presidente melhorou desde então. "Ontem de manhã, estávamos muito preocupados. Ele estava com febre e seu nível de oxigênio no sangue caiu rapidamente", disse Meadows à emissora Fox News.
Meadows disse que jamais houve o risco de Trump ter de entregar o poder, após um dia de relatórios conflitantes e confusão sobre o estado do chefe de governo. "Ele apresentou melhoras inacreditáveis desde a manhã de ontem, quando eu sabia que vários de nós, o médico e eu, estávamos muito preocupados", disse Meadows.
Seus comentários estiveram, desta vez, alinhados com as observações de Conley, que informara que Trump "fez um progresso substancial desde o diagnóstico e permaneceu sem febre e sem oxigênio suplementar".
Conley afirmou neste sábado que Trump recebeu uma segunda dose do antiviral Remdesivir e passou "a maior parte da tarde" trabalhando.
Um segundo médico, Sean Dooley, dissera no início do dia que as funções cardíaca, renal e hepática do presidente estavam "normais".
Durante uma entrevista coletiva pela manhã, Conley fora evasivo ao ser questionado se o presidente havia recebido oxigênio suplementar em algum momento desde que adoecera, apenas confirmando que não havia recebido no hospital ou na quinta-feira – dia do teste positivo.
Vários meios de comunicação dos EUA disseram que Trump estava sob oxigênio na Casa Branca na sexta-feira antes de ser admitido em Walter Reed.
Otimismo desmentido
Mas o relato otimista da coletiva de Conley foi desmentido poucos minutos depois por um repórter, que transmitiu uma declaração do chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, dizendo que "os sinais vitais de Trump nas últimas 24 horas foram muito preocupantes e as próximas 48 horas serão críticas".
Trump divulgou que ele e a primeira-dama, Melania, estavam covid-19 no início da manhã de sexta-feira. O presidente de 74 anos está no grupo de alto risco em razão de sua idade e por estar acima do peso. Durante sua presidência, ele apresentou boas condições de saúde, mas é conhecido por não se exercitar regularmente e por não manter uma dieta saudável.
De acordo com o jornal The New York Times, a decisão de transferir Trump para o hospital veio depois de ele sentir dificuldades para respirar e apresentar queda no nível de oxigênio. Segundo as fontes ouvidas pela publicação, o presidente chegou a receber oxigênio suplementar.
A Casa Branca tem sido pouco transparente na divulgação das informações sobre o estado de saúde do presidente. Assessores evitaram compartilhar informações básicas sobre os sintomas apresentados, testes realizados e tratamento.
Anúncio
Menosprezo pela doença
Trump anunciou que havia sido testado positivo para covid-19 depois que Hope Hicks, uma de suas colaboradoras próximas, ter sido diagnosticada com a doença. Hicks estava a bordo do avião presidencial Air Force One no voo para Cleveland, na terça-feira, junto com Trump, a caminho do debate entre o presidente e democrata Joe Biden. A assessora também viajou com Trump na quarta-feira para o estado de Minnesota, onde participou de uma reunião de campanha.
Cada vez mais infecções por covid-19 são reveladas no entorno de Trump. Nos dias anteriores à notícia de que ele foi testado positivo para o coronavírus, Trump viajou muito, esteve próximo de dezenas de pessoas. Um evento em especial passa a ser foco das atenções: o encontro de sábado passado no jardim da Casa Branca, onde Trump anunciou a indicação da juíza conservadora Amy Coney Barrett para uma vaga na Suprema Corte dos EUA.
Pelo menos seis dos presentes testaram positivo para o coronavírus desde então: além de Trump e sua mulher, Melania, também estão contaminados a ex-assessora do presidente Kellyanne Conway, – que afirmou na noite de sexta-feira ter testado positivo e apresentar leves sintomas –, assim como os senadores republicanos Mike Lee e Thom Tillis.
MD/afp/ap/dpa
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.