Estrangeiros aconselhados a deixar Índia e Paquistão
1 de junho de 2002Os governos da Alemanha, EUA e Grã-Bretanha divulgaram suas recomendações já na sexta-feira (31). Neste sábado (01), foi a vez da França e do Japão. Cidadãos desses países cuja presença não seja absolutamente necessária na Índia e Paquistão devem deixar os países. Viagens para lá que não tenham urgência devem ser adiadas. A Organização das Nações Unidas anunciou que vai começar a evacuar os familiares de seus funcionários "dentro de alguns dias".
O coordenador da política externa da União Européia, Javier Solana, apelou aos dois países para evitarem "uma espiral da confrontação com conseqüências imprevisíveis". Os atentados, no entanto prosseguem. Só neste sábado, pelo menos duas pessoas morreram e 40 ficaram feridas em ataques de extremistas.
Perigo sim, mas não iminente –
O ministro britânico do Exterior, Jack Straw, tentou desfazer a impressão de que estaria criando "pânico". A recomendação de seu governo aos cidadãos britânicos para deixarem a região significa simplesmente que a situação é perigosa, mas não que uma guerra entre Índia e Paquistão seja iminente, declarou Straw em entrevista radiofônica.O embaixador da Índia em Washington havia acusado os governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha de ocasionarem "pânico injustificado". O ministro indiano da Defesa, George Fernandes, declarou igualmente que não há razão para preocupação. A situação continua "estável", como sempre esteve, assegurou ele em Cingapura, onde participa de uma conferência sobre segurança.
O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, avalia a situação de forma semelhante, considerando desnecessário o temor de uma guerra atômica. "Não creio que uma das partes seria tão irresponsável de ir tão longe", declarou.
Alerta dos EUA –
O governo norte-americano teme "conseqüências catastróficas" se Índia e Paquistão apelarem para seus arsenais atômicos. Estudos realizados pelo Pentágono partem do pressuposto de que até 12 milhões de pessoas podem morrer e cinco milhões ficarem feridas, sem contar as conseqüências de longo prazo de um confronto nuclear.