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Estratégia de defesa dos EUA prioriza Rússia e China

20 de janeiro de 2018

Secretário de Defesa americano afirma que é preciso enfrentar ameaças de grandes potências. Governo Trump relega a segundo plano combate ao terrorismo, que foi prioridade dos Estados Unidos na última década.

Porta-aviões militar dos EUA
Defesa americana muda foco de prioridades Foto: picture-alliance/Zumapress/M. Brown

A Rússia e China são as duas novas prioridades da estratégia militar dos Estados Unidos, revelada nesta sexta-feira (19/01) pelo Pentágono. Com a decisão, a administração do presidente Donald Trump relega a segundo plano o combate ao terrorismo, foco da defesa americana na última década.

"Manteremos nossa campanha contra os terroristas, mas a competição entre grandes poderes – não o terrorismo – será agora o principal objetivo da segurança nacional americana", afirmou o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, em Washington.

Ao apresentar a nova estratégia, Mattis disse que é necessário enfrentar às crescentes ameaças das potências revisionistas China e Rússia, que, em sua opinião, buscam criar um mundo compatível com seus modelos autoritários.

O secretário afirmou que o "califado físico" proclamado pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) em Iraque e Síria foi derrotado, mas advertiu que os jihadistas continuam sendo ameaças em todo o mundo.

A nova estratégia de defesa americana indica que a concorrência de China e Rússia ameaça a vantagem militar dos EUA no mundo. O documento cita a preocupação americana em relação ao crescimento da presença militar chinesa no Mar da China Meridional e às movimentações russas na Ucrânia e Síria, além da interferência russa nas eleições presidenciais americanas de 2016.

No documento de 11 páginas, o Pentágono não especifica como pretende fazer frente às ameaças russa e chinesa. Mas segundo o vice-secretário adjunto de Defesa para a Estratégia, Elbridge Colby, o foco americano será o de dar prioridade à preparação para a guerra, em particular, contra grandes potências.

Colby acrescentou, porém, que os EUA continuam a procurar formas de cooperar com Rússia e China, afirmando que essa "não é uma estratégia de confronto".

Após o anúncio, o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, lamentou a abordagem de confrontação assumida pelo governo americano. "É lamentável que, ao invés de ter um diálogo normal ou usar a base do direito internacional, os Estados Unidos tentem provar sua liderança por meio de estratégias e conceitos de confronto", destacou.

Apesar das críticas, Lavrov ressaltou que a Rússia está aberta ao diálogo e preparada para discutir sobre doutrinas militares.

CN/efe/lusa/rtr/afp

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