Filme que marca "retorno" de Johnny Depp à telona vai abrir o festival. Evento também terá novas obras de Martin Scorsese, Wes Anderson e Wim Wenders, além do último "Indiana Jones".
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Com sua localização pitoresca na Riviera Francesa e um histórico de longa data, Cannes continua sendo o festival de cinema de maior prestígio da Europa. Este ano marca sua 76ª edição, que acontece de 16 a 27 de maio e, como sempre, terá a participação de diversos nomes de peso.
O festival abre com o filme Jeanne du Barry, estrelado por Johnny Depp como o rei Luís 15. No filme, o monarca se apaixona por uma jovem de origem proletária e faz dela sua última amante.
A protagonista feminina é interpretada pela atriz francesa Maïwenn, que também escreveu o roteiro e dirigiu o filme.
Cannes será a primeira aparição cinematográfica de Depp após o notório processo judicial entre ele e sua ex-esposa Amber Heard, levando alguns veículos da imprensa a falarem em "retorno" do ator. Outros criticaram a cobiçada posição de destaque dada ao filme, que embora esteja fora da competição, foi escolhido para abrir o festival.
Última aventura de Indiana Jones?
Entre os outros títulos de destaque que também terão sua estreia mundial sem concorrer ao prêmio Palme de Ouro está o mais recente filme da franquia Indiana Jones, Indiana Jones e a Relíquia do Destino, bem como o longa de três horas e meia de Martin Scorsese, Assassinos da Lua das Flores, um drama de faroeste que gira em torno de assassinatos de membros de uma tribo indígena numa reserva americana na década de 1920.
Agora com 80 anos, Harrison Ford mergulha em sua última aventura no papel do arqueólogo Henry Walton - também conhecido como Indiana Jones. Após a lendária trilogia, lançada entre 1981 e 1989, seguida por um quarto filme em 2008 que, apesar de dividir a crítica, ainda faturou quase 800 milhões de dólares nas bilheterias globais, as expectativas para este último capítulo são altas.
Martin Scorsese, enquanto isso, dirige um elenco repleto de estrelas em seu filme Assassinos da Lua das Flores. É a sexta vez que o diretor trabalha com Leonardo DiCaprio e a décima vez que ele escala Robert De Niro. Outro nome de peso do elenco é Brendan Fraser, que recentemente levou o Oscar de melhor ator por seu papel como protagonista de A Baleia.
Diversas estrelas de Hollywood estão representadas na competição. Natalie Portman e Julianne Moore estrelam o drama romântico de Todd Haynes, May December, e Scarlett Johansson aparece no filme de ficção científica de Wes Anderson, Asteroid City. Também na competição está a atriz alemã Sandra Hüller (Toni Erdmann), que estrela o drama sobre o holocausto The Zone of Interest, de Jonathan Glazer.
Das 21 produções que participam da competição, apenas seis são de cineastas mulheres. O número, ainda assim, é um recorde para Cannes.
Entre elas está a diretora franco-senegalesa Ramata-Toulaye Sy, concorrendo com seu primeiro longa, Banel & Adama. O filmetraz um elenco de atores não profissionais atuando em pulaar, língua falada na área do vale do rio Senegal, onde o filme foi rodado.
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Banheiros em Tóquio
Em 2023, quem aparece representado na competição pela 10ª vez é diretor alemão Wim Wenders. Vencedor de Cannes em 1984, o cineasta apresentará seu filme Perfect Days, que conta a história de um limpador de banheiros em Tóquio.
Outra obra de Wenders, o documentário 3D Anselm, sobre o pintor alemão Anselm Kiefer, também terá sua estreia mundial em Cannes.
O filme Goodbye Julia, dirigido por Mohamed Kordofani, será o primeiro filme do Sudão a estrear em Cannes. O filme conta a história de Mona, que vive no norte do Sudão e é atormentada pela culpa após encobrir um assassinato. Para compensar sua culpa, ela acolhe uma viúva sul-sudanesa, Julia, e seu filho Daniel.
A trama precede o conflito geopolítico entre o Sudão do Norte e o Sudão do Sul que culminou com a divisão do país em 2011. O filme faz parte da seção Un Certain Regard, mostra paralela à seleção oficial que apresenta filmes com estilos e histórias inusitadas.
Os principais momentos da entrega do Oscar 2023
A 95ª premiação do Oscar consagrou dois favoritos claros – mas houve uma supreendente derrota.
Foto: Danny Moloshok/Invision/AP/dpa/picture alliance
Sete Oscars para "Tudo em todo lugar ao mesmo tempo"
Com 11 nomeações, a comédia entre fantasia e ficção científica levou sete: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original, melhor Montagem e três por melhor ator. Daniel Kwan e Daniel Scheinert detonaram as convenções de gênero ao contar as aventuras de uma dona de lavanderia que, além dos problemas com impostos, o marido e a filha, precisa combater o mal em múltiplos universos paralelos.
Foto: Allyson Riggs/A24/AP/picture alliance
Michelle Yeoh, melhor atriz por "Tudo em todo lugar ao mesmo tempo"
Ela é a primeira mulher asiática a levar o prêmio. "Para todos os meninos e meninas que se parecem comigo, este é um farol de esperança e possibilidades", disse Yeoh em um discurso emocionado. "É a prova de que os sonhos se tornam realidade." No filme, sua personagem é uma imigrante chinesa dona de uma lavanderia que luta contra um supervilão, que por acaso é a própria filha.
Foto: Carlos Barria/REUTERS
Brendan Fraser, Melhor Ator
Brendan Fraser, estrela de cinema da década de 1990, voltou às telas para "A Baleia", do diretor Darren Aronofsky – e imediatamente conquistou o Oscar de melhor ator. No drama, ele interpreta um homem obeso em busca de aceitação. Fraser vestiu próteses especiais e usou muita maquiagem para parecer gordo – o que também rendeu ao filme um Oscar de Melhor Maquiagem.
Foto: Everett Collection/IMAGO
Quatro Oscars para "Nada de novo no front"
Indicada para nove Oscars, a nova versão cinematográfica do romance antibelicista de Erich Maria Remarque acabou levando as estatuetas de Melhor Filme Internacional, Melhor Cinematografia, Melhor Desenho de Produção e Melhor Partitura Cinematográfica. Dirigida por Edward Berger e produzida pela Netflix, ela expõe os horrores da Primeira Guerra Mundial da perspectiva de um jovem soldado.
Foto: Netflix/Zumapress/picture alliance
"Navalny", Melhor Documentário
"Gostaria de dedicar este prêmio a Alexei Navalny e a todos os presos políticos do mundo", disse o diretor do filme, Daniel Roher (na foto, à dir.), ao receber a estatueta. "Alexei, o mundo não esqueceu sua importante mensagem: não devemos ter medo de resistir a ditadores e ao autoritarismo." Esposa e filhos do político da oposição russa preso há mais de dois anos participaram da entrega do Oscar.
Foto: Kevin Winter/Getty Images
"Entre mulheres", Melhor Roteiro Adaptado
A canadense Sarah Polley explora as consequências do abuso sexual num contexto repressivo e patriarcal: durante anos, mulheres de uma comunidade religiosa vêm sendo drogadas e violentadas à noite. Ao descobrir o fato, elas se reúnem num celeiro para discutir quais serão as consequências.
Foto: United Artists/Entertainment Pictures/ZUMAPRESS/picture alliance
"Pinóquio por Guillermo del Toro", Melhor Animação
Além dos prêmios para "Nada de Novo no front", a plataforma de streaming Netflix exibe também o melhor filme de animação. Em "Pinóquio por Guillermo del Toro", o realizador mexicano e agora três vezes ganhador do Oscar Guillermo del Toro transfere o conto da marionete de madeira que ganha vida para a Itália fascista na década de 1930.
Foto: Netflix/ZUMA Press/IMAGO
Lady Gaga
Entre os destaques musicais, Lada Gaga se apresentou sem maquiagem e vestindo jeans e uma camiseta. O visual de sua performance em "Hold My Hand", indicada para melhor canção original, foi um forte contraste com sua aparição anterior no tapete do Oscar, em um vestido Versace preto com corpete transparente.
Foto: Kevin Winter/Getty Images
O tapete "vermelho" de cor champanhe
Quebrando uma tradição, desta vez o tapete foi cor champanhe, e não vermelho, numa indicação do desejo de mudanças na cerimônia. O apresentador, Jimmy Kimmel, fez uma piada, referindo-se ao tapa que Will Smith deu em Chris Rock no Oscar de 2022. "As pessoas perguntam: 'Haverá problemas este ano?' Mas, a cor champanhe é uma indicação de que estamos confiantes de que nenhum sangue será derramado."
Foto: Barbara Munker/dpa/picture alliance
Perdedor da noite: "Os Banshees de Inisherin"
Além dos destaques glamorosos, também há decepções no Oscar. Vencedor de três Globos de Ouro e quatro Baftas, aclamado pela crítica e indicado a nove Oscars, a tragicomédia "Os Banshees de Inisherin" acabou de mãos vazias na noite do Oscar 2023 – muitos críticos consideravam Colin Farrell (à esquerda) o favorito ao prêmio de Melhor Ator.
Foto: 20th Century Studios
Momentos curiosos
O anúncio do ganhador pelos Melhores Efeitos Visuais, teve Elizabeth Banks e um ator fantasiado de urso, lembrando o filme "O Urso do Pó Branco (Cocaine Bear)", em que o animal é viciado em cocaína. Já o apresentador Jimmy Kimmel provocou risos ao entrar no palco com um burro. O animal teve um papel importante no filme "Os Banshees de Inisherin".