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Estudantes raptados na Nigéria são libertados

18 de dezembro de 2020

Governo anuncia que os 344 meninos retornarão às suas famílias após sequestro, cuja autoria foi reivindicada pelos jihadistas do Boko Haram. Instabilidade na região gera insegurança nos países vizinhos.

Imagem de vídeo que supostamente mostra sequestro de estudantes de escola em Katina, norte da Nigéria
Imagem de vídeo que supostamente mostra meninos sequestrados em escola em Katina, norte da NigériaFoto: Boko Haram/Militant Video/AP/dpa/picture alliance

Os 344 estudantes do ensino médio que haviam sido sequestrados no norte da Nigéria poderão retornar a suas famílias nesta sexta-feira (18/12), após serem resgatados pelas forças de segurança, disseram as autoridades locais. O governador de Katina, Aminu Bello Masari, disse que os meninos foram levados para a capital desse estado para avaliações médicas.

Não foi confirmado inicialmente se todos os garotos sequestrados teriam sido recuperados. Masari afirmou que as forças do governo recuperaram "a maioria dos meninos, se não todos eles". Mais tarde um de seus assessores assegurou à agência de notícias Reuters que nenhum dos estudantes continuava em poder dos sequestradores. Há suspeitas de que o governo tenha pago resgate pela libertação dos garotos, o que não foi confirmado pelas autoridades.

O presidente Muhammadu Buhari festejou a libertação dos meninos. "Foi um alívio enorme para as famílias, para o país inteiro e para a comunidade internacional" afirmou. Em meio a inúmeras queixas das demais nações norte-africanas sobre a insegurança na região, Buhari disse que seu governo está "profundamente consciente da responsabilidade de proteger a vida e as propriedades dos nigerianos".

"Temos muito trabalho a fazer, especialmente agora que reabrimos as fronteiras", disse o presidente. Ele admitiu que a região norte do pais "representa um problema", mas disse que seu governo está determinado em resolvê-lo.

A milícia radical islamista Boko Haram  assumira a autoria do sequestro dos meninos do internato no vilarejo de Kankara, em Katina. 

O governo havia informado que estava negociando a libertação dos estudantes com os sequestradores, que, segundo a descrição inicial, seria um grupo de criminosos. Especialistas disseram que o ataque foi provavelmente realizado por gangues locais, que aumentaram suas atividades na região nesta ano e que poderiam estar colaborando com o Boko Haram.

Milícias geram insegurança no norte da África

Mais de 800 meninos estavam na escola durante o ataque que resultou no sequestro. Centenas deles conseguiram escapar. Apenas um policial estava no local no momento do ataque, o que levou o governo a prometer reforçar a segurança das escolas na região.

Há mais de dez anos, o Boko Haram iniciou uma sangrenta campanha por um regime islâmico no norte da Nigéria. Nas últimas semanas, o grupo jihadista também reivindicou o massacre de dezenas de trabalhadores agrícolas perto de Maiduguri, a capital do estado de Borno.

Os islamistas também assumiram a autoria de um bárbaro ataque no fim de semana passado a uma aldeia perto de Diffa, no país vizinho do Níger, onde ao menos 28 pessoas morreram, a maioria queimadas vivas.

O conflito jihadista já causou 36 mil mortes, principalmente no nordeste do país, além de cerca de 2 milhões de deslocados, e expandiu-se para o Chade, Camarões e Níger, países vizinhos da bacia do lago Chade.

O sequestro dos estudantes trouxe à tona dolorosas lembranças de outros ataques cometidos pelo Boko Haram a escolas. Em fevereiro de 2014, um atentado a uma instituição de ensino no estado de Yobe causou a morte de 59 garotos.

Em abril do mesmo ano, mais de 270 meninas de um internato foram sequestradas em Chibok, estado de Borno. Mais de cem ainda estão desaparecidas. Em 2018, o Boko Haram devolveu quase todas as meninas que havia sequestrado de outra escola em Dapchi, com um alerta: "Não coloquem suas filhas novamente na escola."

RC/rtr/ap

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