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Estudo desbanca noção do ultradireitista pobre e inculto

Elizabeth Schumacher av
7 de março de 2019

Sociólogo alemão entrevistou centenas de eleitores da AfD e apoiadores de outros grupos de extrema direita. Conclusão: renda, idade e nível educacional são secundários. Um único fator une os simpatizantes dos populistas.

Líderes populistas de direita Martin Sichert (esq.) e Jörg Meuthen comemoram Quarta-Feira de Cinzas na Baviera
Líderes populistas de direita Martin Sichert (esq.) e Jörg Meuthen comemoram Quarta-Feira de Cinzas na BavieraFoto: picture-alliance/dpa/M. Balk

Um novo estudo da Universidade de Marburg, no oeste da Alemanha, sugere que as narrativas tradicionais sobre quem são os eleitores da extrema direita podem ser mais baseadas em estereótipos do que em fatos. Contrariando a difundida noção do adepto da Alternativa para a Alemanha (AfD) de baixa renda e inculto, a xenofobia é a única categoria que realmente une a ultradireita.

"Os apoiadores da AfD veem de todos os níveis e partes da sociedade", escreve o sociólogo Martin Schröder, que conduziu o estudo. A coisa que têm em comum, contudo é "não querer que refugiados imigrem para a Alemanha". Ele considera "curioso nenhum dos estudos existentes ter calculado a influência de atitudes xenófobas", apesar de elas "suplantarem" todos os demais fatores.

Após entrevistar centenas de eleitores da populista AfD e simpatizantes da ultradireita e aplicar a análise multivariável, Schröder concluiu que nível educacional, renda, status empregatício nem idade são preditores de apoio à direita.

Assim, carece de base fatual a ideia de que a extrema direita consistiria dos "perdedores da modernidade", ou seja, os alemães mais idosos, menos familiarizados com a tecnologia e moradores das zonas rurais, pois "o efeito mais forte revelou serem as atitudes relativas a refugiados e estrangeiros".

O estudo demonstra que quem acredita que a Alemanha ficou melhor com a presença dos imigrantes tem 80% menos chances de votar para a AfD do que os de opinião contrária. Por outro lado, entre os que estão preocupados com a imigração, a probabilidade de apoiar a direita radical é 4,6 vezes maior.

Outra constatação é que os "privilegiados" da sociedade com atitudes xenófobas apresentaram apenas 2,2% a mais de chances de simpatizar com os populistas de direita do que os "desfavorecidos" – uma diferença estatisticamente insignificante.

Assim, Martin Schröder conclui ser "equivocado ver os perdedores da sociedade por trás da AfD". "Os simpatizantes da AfD estão apreensivos com a imigração, especialmente com os refugiados, preocupando-se em especial que eles venham a minar culturalmente a Alemanha. A desvantagem econômica é apenas um fator secundário no tocante ao apoio à AfD."

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