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Estudo alemão indica baixa taxa de contágio em escolas

14 de julho de 2020

Mais ampla pesquisa sobre coronavírus em escolas na Alemanha constata anticorpos da covid-19 em poucos alunos e professores. Jovens poderiam funcionar até como freio ao contágio.

Escola na Alemanha: estudo recomenda volta às aulas
Escola na Alemanha: estudo recomenda volta às aulasFoto: picture-alliance/dpa/R. Michael

Apenas cerca de 0,1% de quase 2 mil alunos e professores testados no estado alemão da Saxônia apresentaram anticorpos contra a covid-19, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira (13/07). Isso sugere que as escolas talvez não desempenhem um papel tão importante na propagação do coronavírus quanto alguns temiam.

Pesquisadores do Hospital da Universidade de Dresden analisaram em maio e junho amostras de sangue de quase 1.500 jovens entre 14 e 18 anos e 500 professores de Dresden e das cidades menores de Bautzen e Görlitz. No maior estudo realizado na Alemanha com esse grupo populacional, incluíram-se escolas onde haviam ocorrido surtos da doença respiratória.

Como informou o pesquisador Reinhard Berner em coletiva de imprensa, entre todas as amostras apenas 12 continham anticorpos. Assim, é possível que os alunos não só não acelerem a pandemia, mas "talvez até funcionem como um freio à infecção". Além disso, os casos na escolas não desencadearam um surto, e a transmissão doméstica do Sars.cov-2 é muito menos dinâmica do que se pensava.

A conclusão do secretário de Educação da Saxônia, Christian Piwarz, a partir desses resultados é que as escolas estaduais podem reabrir normalmente no fim de agosto, após as férias de verão, respeitadas algumas condições, como o uso de máscaras protetoras e distanciamento social, sempre que possível.

A Alemanha começou a reabrir os estabelecimentos de ensino em maio, embora continue o debate sobre até que ponto as crianças e adolescentes contribuem para transmitir a covid-19, tanto para adultos vulneráveis em casa, quanto para professores e pessoal escolar mais idoso.

Reinhard Berner ressaltou que o estudo é representativo para o estado da Saxônia, que tem um nível de contágios relativamente baixo em relação a outras partes do país, e sugere que outros estados com baixas taxas de infecção também possam reabrir sem desencadear novos surtos.

Também nesta segunda-feira, Lothar Wieler, presidente do órgão alemão de controle e prevenção de doenças infecciosas, o Instituto Robert Koch (RKI), revelou que numa pesquisa recente se constataram anticorpos em apenas 1,3% de 12 mil amostras de doadores de sangue. Segundo o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, o perigo de uma segunda onda de covid-19 na Alemanha é real, mas evitável.

AV/rtr,afp,ap

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