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Estudo aponta aumento de arsenais atômicos na Ásia

3 de junho de 2013

No caminho oposto ao de potências como Rússia e EUA, China, Índia e Paquistão ampliaram número de ogivas, aponta relatório de instituto sueco. Alemanha assina tratado da ONU sobre comércio de armas.

Foto: picture-alliance/dpa

Ao contrário da maioria das potências nucleares, China, Índia e Paquistão têm aumentado seus arsenais atômicos, aponta relatório divulgado nesta segunda-feira (03/06) pelo Instituto de Pesquisa de Paz Internacional de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês). A divulgação do estudo coincide com a assinatura, pela Alemanha, do Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas, aprovado pela ONU em abril. O país é o terceiro maior exportador de material bélico do mundo, atrás de EUA e Rússia, e um dos primeiros a firmar o pacto.

A China dispõe atualmente de cerca de 250 ogivas nucleares; o Paquistão tem entre 100 e 120; e a Índia possui de 90 a 110, seundo o estudo do Sipri, entidade parcialmente financiada pelo governo sueco. São cerca de dez ogivas a mais para cada país em relação a 2012. O instituto se diz preocupado com esse aumento, considerando o que qualifica como a paz "frágil" na Ásia. O instituo cita como exemplos "as crescentes tensões, desde 2008", entre Índia e Paquistão, entre Coreia do Norte e Coreia do Sul e entre China e Japão.

Manobra conjunta de EUA e Coreia do Sul: Sipri teme pela paz frágil na ÁsiaFoto: picture-alliance/dpa

Já as potências nucleares Rússia e EUA reduziram seus arsenais, como signatários do acordo Start para redução de estoques nucleares. A Rússia tem atualmente mais de 8,5 mil ogivas nucleares, e os EUA, 7,7 mil. Os arsenais de França (300 ogivas), Reino Unido (225 ogivas) e Israel (80 ogivas) ficaram estáveis, conforme o Sipri.

A instituição, especializada na pesquisa de conflitos e controle de armamentos, admitiu que os números são apenas relativamente confiáveis, já que a China não fornece informações sobre seu arsenal e a Rússia também deixa cada vez mais a desejar em termos de transparência. Coreia do Norte e Irã ainda não dispõem de armas nucleares, na avaliação do Sipri.

Armas de fragmentação

O instituto se mostrou desapontado com a falta de comprometimento para um fim das bombas de fragmentação por parte das principais nações fabricantes desses artigos. Entre os maiores produtores dos artefatos estão EUA, Rússia, Brasil, China, Índia, Egito, Israel e Coreia do Sul. Estes Estados até hoje não assinaram a convenção da ONU sobre o assunto criada em 2008.

Testes de mísseis na Coreia do Norte: país ainda não tem arma nuclear, avalia institutoFoto: picture-alliance/dpa

No que diz respeito às armas biológicas e químicas, a redução de estoques continua lenta, de acordo com o Sipri. Ao contrário do que prometeram, EUA e Rússia ainda não destruíram todas as suas armas químicas, e a Síria até ameaçou usar seu arsenal em caso de ataque externo.

O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, e o chanceler mexicano, José Antonio Meade, assinaram nesta segunda-feira na sede da ONU em Nova York o Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas, a primeira convenção regulando o comércio de armas convencionais – que movimenta mais de 50 bilhões de euros anuais –, aprovada pela ONU em abril. O tratado só começará a vigorar após ser ratificado por um mínimo de 50 países, num processo que poderá demorar até dois anos. Na Alemanha, ele deverá ser ratificado pelo Parlamento em setembro.

Tanque da Alemanha: terceiro maior exportador de armas, depois de EUA e RússiaFoto: picture-alliance/dpa

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou o tratado, por 54 votos a favor, 23 abstenções e três votos contra – de Irã, Síria e Coreia do Norte. O documento abrange armas como pistolas, foguetes, tanques, caças e navios de guerra.

O objetivo do tratado é evitar abusos contra civis e impedir que armas cheguem a criminosos e terroristas, definindo critérios mundiais mínimos para a venda desses equipamentos. Os signatários também se comprometem a não vender armas para regimes suspeitos de envolvimento em abusos contra os direitos humanos.

MD/dpa/afp/lusa

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