Estudo aponta segundo caso de cura do HIV no mundo
10 de março de 2020
Cientistas afirmam que venezuelano radicado no Reino Unido que foi submetido a transplante não apresenta sinais do vírus há dois anos e meio. Primeiro caso do tipo foi o do chamado "paciente de Berlim", há nove anos.
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Cientistas anunciaram nesta terça-feira (10/03) que confirmaram a cura de uma pessoa infectada com o vírus que causa a aids por meio do transplante de células-tronco de um doador com um gene resistente ao HIV. É o segundo caso do tipo no mundo.
O caso, relatado na revista médica The Lancet HIV, envolve um paciente de Londres, no Reino Unido, que foi submetido a um tratamento semelhante ao do chamado "paciente de Berlim", cuja recuperação foi anunciada em 2011, na Alemanha, como a primeira cura de um paciente infectado com HIV.
"Os resultados mostram que o sucesso do transplante de células-tronco como cura para o HIV, relatado pela primeira vez há nove anos no paciente de Berlim', pode ser replicado", afirmou o coordenador do estudo experimental, Ravindra Kumar Gupta, da Universidade de Cambridge.
Segundo o estudo, o "paciente de Londres" deixou de ter infeção viral ativa ao fim de dois anos e meio sem medicamentos antirretrovirais. O paciente decidiu revelar sua identidade nesta semana em uma entrevista ao jornal The New York Times. "Quero ser um embaixador da esperança", disse Adam Castillejo, de 40 anos, que cresceu em Caracas, na Venezuela.
Em março de 2019, o professor Gupta já havia anunciado que o homem, diagnosticado soropositivo em 2003, estava em remissão sustentada (a fase da doença em que não há sinais de atividade dela), não mostrando sinais do vírus há 18 meses. Os cientistas verificaram a "cura" coletando amostras de sangue, de líquido cefalorraquidiano, sêmen, tecido intestinal e linfoide.
Adicionalmente, partiram de um modelo probabilístico para calcular a porcentagem de cura, que seria de 99% se o doente tivesse 90% de células imunitárias derivadas das células que foram transplantadas.
No caso do "paciente de Londres", os cientistas concluíram que 99% das suas células imunitárias derivaram das células-tronco que recebeu do dador, o que significa que o transplante de células foi bem-sucedido. Apesar dos resultados, o homem continuará a ser monitorado, embora com menos frequência.
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Os autores do estudo ressalvam que o tratamento com células-tronco – células que têm capacidade regenerativa – é de risco elevado e só pode ser usado como último recurso para doentes com o vírus da aids que têm câncer no sangue.
"Por isso, não é um tratamento que possa ser amplamente fornecido a infectados com o HIV que estão respondendo com sucesso a um tratamento antirretroviral", sublinhou Gupta.
O transplante de células-tronco de doadores com o gene resistente ao HIV (CCR5) faz com que o vírus não consiga multiplicar-se no organismo da pessoa infectada, ao substituir as suas células imunitárias pelas células imunitárias dos doadores. A radioterapia e a quimioterapia são utilizadas paralelamente para eliminar vestígios do vírus.
Comparativamente com o "paciente de Berlim", o de Londres recebeu um tratamento menos agressivo, que consistiu num único transplante de células-tronco e doses mais reduzidas de quimioterapia e radioterapia. O "paciente de Berlim" foi submetido a dois transplantes, a radioterapia em todo o corpo e a um regime de quimioterapia mais intensivo.
O fato de a cura do paciente de Berlim ter permanecido única por mais de dez anos sugeriu a alguns que era apenas um golpe de sorte. Os pesquisadores esperam agora obter outros casos de sucesso.
A divulgação do estudo sobre o "paciente de Londres" coincide com a revelação de um caso de Düsseldorf, na Alemanha, que segundo cientistas pode vir a ser o terceiro caso da história de cura do HIV. Os médicos sinalizaram que, por enquanto, se trata de uma "remissão de longo prazo", e não de uma cura.
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
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Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
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Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
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Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
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Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
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Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
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Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
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Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
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Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
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Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
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Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
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Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.