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SaúdeChina

Estudo da OMS sobre origem da pandemia é questionado

31 de março de 2021

EUA, Reino Unido e outros países dizem que pesquisa feita na China não traz dados suficientes. China rejeita críticas e diz que pesquisadores tiveram total acesso.

Especialistas da OMS e da China anunciam conclusões após estudo sobre origem da pandemia em Wuhan
Especialistas da OMS e da China anunciam conclusões após estudo sobre origem da pandemia em WuhanFoto: Aly Song/REUTERS

O estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a origem da pandemia de covid-19 foi colocado em dúvida por vários países, entre os quais, os Estados Unidos, o Canadá e o Reino Unido. As incertezas também foram compartilhadas pelo próprio chefe da OMS, que diz ser necessário aprofundar a análise.

A pesquisa realizada pela entidade em parceria com a China afirma que a hipótese mais plausível seria a de que transmissão do coronavírus para humanos teria ocorrido a partir de morcegos, através de um outro animal. A possibilidade de o vírus ter vazado de algum laboratório chinês seria "extremamente improvável”.

Entretanto, uma avaliação feita pelos EUA e outros 13 países afirma que não havia dados e amostras suficientes para assegurar as conclusões do estudo, em meio a acusações de que as autoridades chinesas não teriam permitido acesso total aos investigadores.

Os países expressaram apoio aos especialistas e funcionários da OMS e ressaltaram o trabalho "incansável” por eles realizado, mas criticam o fato de o estudo ter sido "significativamente atrasado e de carecer de acesso a dados originais e completos e a amostras”.

Muitos críticos já vinham acusando a China de empregar táticas para retardar os trabalhos e de demorar demais para conceder permissão à equipe de especialistas da OMS para realizar o trabalho no país.

O Departamento de Estado americano afirmou que as 14 nações pedem uma segunda fase da análise e apontaram para a necessidade de ampliar os estudos sobre os animais, de modo a "encontrar os meios de introdução do coronavírus em humanos”.

Além dos EUA, também compartilham do mesmo posicionamento a Austrália, Reino Unido, Canadá, Israel, Japão, Noruega e Coreia do Sul, entre outros

OMS admite falhas e China protesta

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, admitiu que os especialistas encontraram dificuldades para acessar as informações e que o relatório não reuniu evidências suficientes para que fosse possível chegar a conclusões concretas, mas evitou mencionar diretamente a China.

"Não acredito que essa avaliação foi suficientemente extensiva”, afirmou Tedros em carta enviada aos 194 Estados-membros da OMS nesta terça-feira. "Mais dados e estudos serão necessários para chegarmos a conclusões mais robustas.”

"Apesar de a equipe ter chegado à conclusão de que o vazamento de laboratório seria a hipótese menos provável, isso ainda requer investigações mais profundas, potencialmente com missões adicionais com especialistas, as quais, estou pronto para enviar”, afirmou.

O governo chinês rechaçou as críticas e afirmou fez todo o possível para ajudar os pesquisadores. As autoridades do país teriam demonstrado "abertura, transparência, e atitude responsável”.

"Politizar essa questão irá apenas prejudicar seriamente a cooperação global e estudos sobre a origem, ameaçar a cooperação antipandêmica, e custar mais vidas”, disse o Ministério do Exterior chinês, em nota.

rc (AP, AFP, dpa, Reuters)