Estudo da vacina de Oxford é paralisado após suposta reação
9 de setembro de 2020
AstraZeneca decide interromper seus testes de fase final no mundo, enquanto investiga possível efeito colateral grave em voluntário. Pazuello disse que vacina estaria disponível no Brasil já em janeiro.
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A farmacêutica AstraZeneca informou nesta terça-feira (08/09) que interrompeu o estudo de sua vacina contra a covid-19, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, enquanto investiga um possível efeito colateral grave em um paciente.
A fase final dos testes da vacina, uma das candidatas mais promissoras do mundo, é realizada também no Brasil, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
"Como parte dos testes globais controlados e randomizados em andamento da vacina de Oxford contra o coronavírus, nosso processo de revisão padrão foi acionado e voluntariamente paralisamos a vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança por um comitê independente", comunicou a AstraZeneca.
A empresa não deu detalhes sobre a suposta reação adversa, chamando-a apenas de "doença possivelmente inexplicada". A farmacêutica deverá agora apurar se o efeito colateral observado no voluntário tem, de fato, alguma relação com a vacina.
O site de notícias Stat, especializado em saúde e tecnologia, foi quem primeiro noticiou a interrupção nos testes, afirmando que o incidente ocorrera com um paciente no Reino Unido.
Segundo o jornal americano The New York Times, o paciente que apresentou um possível efeito colateral grave recebeu o diagnóstico de mielite transversa, uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal e é frequentemente provocada por infecções virais.
O porta-voz da AstraZeneca, que mais tarde confirmou a paralisação, disse que a vacinação será interrompida nos Estados Unidos e nos demais países participantes.
No mês passado, a empresa começou a recrutar 30 mil pessoas nos EUA, em seu mais abrangente estudo da vacina. Milhares de pessoas estão sendo testadas também no Reino Unido, enquanto projetos menores são realizados no Brasil e na África no Sul.
Suspensões temporárias de grandes estudos médicos não são incomuns, e investigar qualquer reação grave ou inesperada é parte obrigatória dos testes de segurança. A AstraZeneca apontou ser possível que o problema tenha sido uma coincidência, já que doenças de todos os tipos podem surgir em estudos que envolvem milhares de pessoas.
"Estamos trabalhando para agilizar a revisão do evento único para minimizar qualquer potencial impacto no cronograma de testes", comunicou a empresa.
O anúncio ocorreu no mesmo dia em que a AstraZeneca e outras oito farmacêuticas se comprometeram, de forma conjunta e pouco usual, a defender os mais altos padrões éticos e científicos no desenvolvimento de suas vacinas contra a covid-19. Entre as demais signatárias estão Pfizer, Johnson & Johnson, Merck, Moderna, Sanofi e Biontech.
O anúncio também vem no mesmo dia em que o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou que a vacinação no país terá início já em janeiro de 2021.
"Estamos fazendo os contratos com quem fabrica a vacina, e a previsão é de que essa vacina chegue para nós a partir de janeiro. Em janeiro do ano que vem, começamos a vacinar todo mundo", declarou ele, em reunião ministerial.
A vacina em questão é justamente a desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford, que só receberá autorização para ser usada na população quando os estudos forem concluídos e comprovarem sua eficácia e segurança.
EK/afp/ap/lusa/rtr/ots
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
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Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
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Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
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Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
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Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
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Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
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Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
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Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
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Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
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Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.