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Estudo detecta superbactérias em carne de frango

17 de abril de 2019

Análise aponta que mais da metade da carne de frango vendida em supermercados alemães de baixo custo está contaminada com microrganismos resistentes a antibióticos, indicando seu uso excessivo em granjas industriais.

Symbolbild - Hähnchenfleisch - Fleischkonsum
Foto: Getty Images/AFP/H. Dinh Nam

Mais da metade da carne de frango comercializada em supermercados de baixo custo na Alemanha está contaminada com bactérias resistentes a antibióticos, de acordo com um estudo realizado com amostras de carne.

A organização ambientalista Germanwatch conduziu a pesquisa e apontou "uma taxa alarmante de resistência" de bactérias, o que indica o uso excessivo de antibióticos na produção avícola industrial e um considerável risco à saúde humana.

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A Germanwatch analisou num laboratório universitário 59 amostras de carne de frango das cadeias de supermercados de baixo custo e descobriu que 56% delas continham microrganismos resistentes a antibióticos. As amostras de carne vieram dos quatro maiores matadouros da Alemanha.

Em resposta ao estudo, o Ministério da Agricultura disse que os resultados "sugerem que antibióticos são usados em demasia na indústria avícola".

As drogas que combatem as bactérias se tornaram menos eficazes devido ao uso excessivo em humanos e animais, com as bactérias se adaptando e evoluindo. Quanto mais antibióticos são usados, mais as bactérias são capazes de aumentar sua resistência.

O mais alarmante: o estudo revelou que um terço das amostras de carne de frango dos supermercados de baixo custo Lidl, Netto, Real, Aldi e Penny estava contaminado com bactérias resistentes aos chamados antibióticos de reserva.

Antibióticos de reserva são medicamentos de quarta e quinta geração usados como último recurso para combater superbactérias resistentes aos antibióticos tradicionais.

Especialistas afirmaram que as bactérias morrem quando o frango é cozido adequadamente, mas humanos podem adoecer ou até mesmo morrer por contaminação cruzada com alimentos não cozidos manuseados na cozinha – numa tábua, por exemplo. Funcionários de granjas industriais também podem ser expostos a germes por inalação.

Também foram realizadas análises de 12 amostras de carne de frango de pequenos avicultores, e em apenas um foram encontrados germes resistentes aos antibióticos. Em outra análise, com seis amostras de carne de fazendas orgânicas, não foram encontrados patógenos resistentes.

A Germanwatch atribuiu os resultados distintos ao uso excessivo de antibióticos em granjas industriais. Segundo a organização, a situação só melhorará se o governo proibir os veterinários de prescrever antibióticos para "compensar as consequências de condições catastróficas de habitação e criação acelerada na produção de carne barata".

Embora os avicultores alemães tenham reduzido pela metade o uso de antibióticos desde 2011, a quantidade ainda é duas vezes maior do que a usada na Dinamarca, no Reino Unido ou na Áustria, de acordo com a Germanwatch.

A organização ambiental exigiu que o uso de antibióticos nas granjas  fosse drasticamente reduzido e que a carne de frango fosse rotulada como proveniente de criação industrial para melhor informar os consumidores.

PV/afp/dpa

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