Pesquisa científica associa hábitos de sono irregulares a sobrepeso, altos níveis de açúcar no sangue e pressão alta e destaca a importância da hora fixa para ir dormir.
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A privação do sono pode causar estresse, aumento de peso, pressão alta, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Muito mais saudável, apontam pesquisas, é ir para a cama e levantar todos os dias no mesmo horário.
Um estudo realizado por pesquisadores da Duke University Medical Center, em Durham, Carolina do Norte (EUA), descobriu que ter uma hora fixa para ir para a cama beneficia não apenas crianças, mas também adultos.
Os pesquisadores analisaram os padrões de sono de quase 2 mil adultos. Ao longo de sete dias, os participantes usaram dispositivos de rastreamento do sono, além de relatarem suas experiências em diários.
Os resultados mostraram que ter um horário regular para ir para a cama mantém o coração e o metabolismo saudáveis. Pessoas que foram dormir em horários irregulares eram mais propensas a sobrepeso, altos níveis de açúcar no sangue e pressão alta. Para essas pessoas também aumentaram os riscos de ataque cardíaco ou derrame em relação às com condições regulares de sono.
Os pesquisadores acreditam que o sono, a saúde do coração e o metabolismo se influenciem mutuamente, mas eles não têm certeza se a falta de sono causa ganho de peso, por exemplo, ou se é o contrário.
"Com mais pesquisas, esperamos entender o que acontece biologicamente, e talvez possamos dizer o que vem primeiro – o ovo ou a galinha", diz Jessica Lunsford-Avery, principal autora do estudo.
Mais do que um local para dormir, um lugar de nascimento e morte, amor e violência, isolamento e união. A cama e sua presença no mundo da arte são tema de uma exposição em Viena, na Áustria.
Hoje em dia, os fãs podem ter uma ideia da vida íntima de seus artistas favoritos quando eles postam selfies de si mesmos na cama, por exemplo. Anos atrás, o fotógrafo alemão Juergen Teller fez algo parecido ao enrolar a modelo Kate Moss num lençol branco para "Young Ping Kate" (1998). A foto integra uma exposição sobre a cama na arte em cartaz na 21er Haus, em Viena.
Foto: Juergen Teller und Christine König Galerie
Entre o pop e a provocação
Em 1994, Bettina Rheims fotografou a cantora pop Madonna de lingerie, sentada sobre uma cama desarrumada. As rosas vermelhas no buquê em cima do criado-mudo podem ser interpretadas como um símbolo de amor e paixão, enquanto as pétalas caídas remetem à efemeridade. No mesmo ano, Madonna lançou o álbum "Bedtime Stories".
Foto: Detail/Bettina Rheims, Jérôme de Noirmont – Art & Confrontation
No princípio era a cama
A exposição na 21er Haus, em Viena, combina arte contemporânea com afrescos antigos e pinturas medievais. O verdadeiro nome do mestre da "Dispersão dos Apóstolos" é desconhecido, mas sabe-se que esse pintor do estado austríaco de Estíria também criou o "Nascimento de Maria" no final do Século 15. Uma pintura que mostra onde a vida costuma começar: na cama.
Foto: Detail/Belvedere, Wien
Lugar de solidão
Mario Codognato, curador do museu de arte 21er Haus, em Viena, organizou as pinturas, esculturas, desenhos, fotos e vídeos da exibição por temas. Um deles é a solidão, representada aqui pela pintura a óleo “Nu sobre fundo xadrez branco e azul” (1909), do francês Pierre Bonnard.
Foto: Detail/U. Edelmann - Städel Museum - ARTOTHEK/Bildrecht, Wien, 2015
Viagem ao passado
Johann Baptist Reiter também retrata a solidão no quadro "Mulher Adormecida" (1849). A cama fascina o curador Codognato por ser um objeto presente há milênios em todas as culturas, capaz de revelar aspectos da economia, política e desenvolvimento social de uma época.
Foto: Detail/Belvedere, Wien
Doença e sofrimento
Uma cama não é somente lugar de encontros eróticos ou relaxamento. A pintora austríaca Maria Lassnig, que morreu em 2014, transmitiu a ideia da cama como um local de sofrimento e desespero na pintura a óleo "Hospital" (2005). A artista tinha 86 anos quando pintou o quadro.
Cecil Beaton não fotografou apenas celebridades e a realeza britânica. Ele também foi fotógrafo de guerra. Em 1940, captou a imagem de Eileen Dunne, uma menina de três anos ferida durante bombardeios alemães. A imagem da garota agarrada a um ursinho de pelúcia é um poderoso instrumento de propaganda da Segunda Guerra Mundial. Em 23 de setembro de 1940, foi publicada na capa da revista "Life".
Foto: Detail/The Cecil Beaton Studio Archive at Sotheby`s
Ralador humano
Fuga, expulsão e violência são os temas dominantes no trabalho da artista palestino-britânica Mona Hatoum. "Dormiente" (2008) mostra uma cama de metal que mais parece um ralador de queijo – tudo menos confortável.
A artista americana Lucinda Devlin fotografou celas para execuções nas penitenciárias nos anos 1990. As imagens de espaços vazios e das camas sobre as quais os prisioneiros do corredor da morte recebem injeções letais transmitem um sentimento opressivo e assustador.
Foto: Detail/Lucinda Devlin und Galerie m Bochum
Camas para os pés
Nos anos 1970, a artista austríaca Birgit Jürgenssen não se focou em camas, mas em sapatos. Em 1973, ela criou "sapatos-colchão", feitos de couro, cortiça e tecido. Obras como essa fazem parte da exposição “Das Bett in Geschichte und Gegenwartskunst" (“A Cama na História e na Arte Contemporânea”, na tradução livre), em cartaz no museu 21er Haus, em Viena, até 7 de junho de 2015.