Cientistas dizem que redução de 90% deste consumo em países ocidentais é necessária para conter aquecimento global. Pesquisa é mais ampla já realizada sobre como hábitos alimentares afetam o meio ambiente.
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Pesquisadores recomendam a redução drástica do consumo de carne para evitar mudanças climáticas devastadoras. O estudo publicado nesta quarta-feira (10/10) é o mais amplo já realizado sobre como os hábitos alimentares afetam o meio ambiente.
Uma das principais causadoras das mudanças climáticas, a produção de alimentos gera gases do efeito estufa na criação de gado, destrói florestas e usa quantidades insustentáveis de água. De acordo com a pesquisa, os países ocidentais precisam reduzir 90% do consumo de carne para evitar que o planeta entre em colapso.
O efeito do consumo sem essa redução, combinado com o aumento populacional, devastaria a capacidade de a humanidade de se alimentar de forma eficaz, devido ao esgotamento de recursos e poluição, além de frustrar qualquer esperança de controlar o aquecimento global, destaca o estudo publicado na revista especializada Nature.
Segundo a ONU, o mundo precisará produzir 50% mais alimentos para sustentar quase 10 bilhões de pessoas em 2050. Diante deste cenário, para evitar uma crise, os cientistas pediram uma mudança global nos hábitos alimentares. Eles sugerem uma dieta baseada em vegetais, a redução do desperdício e melhora das práticas agrícolas.
"Nenhuma solução única é suficiente, mas quando implementadas em conjunto, nossa pesquisa indica que é possível alimentar a população em crescimento de forma sustentável", destaca o coordenador do estudo, Marco Springmann, da Universidade de Oxford.
O estudo foi publicado apenas dois dias depois de a ONU fazer um alerta sobre a importância de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C para evitar drásticas alterações no clima.
Especialistas argumentam que cortar o consumo de carne é uma maneira eficaz de os próprios cidadãos contribuírem para evitar as mudanças climáticas. Springmann recomenda o consumo de menos de uma porção de carne vermelha por semana.
A pecuária representa uma ameaça para o clima, responsável pela produção de 14,5% do total de gases do efeito estufa, além de impulsionar o desmatamento para a criação de pasto e consumir cerca de 7 mil litros de água para a produção de 500 gramas de carne.
O estudo também indicou que a redução do desperdício pode diminuir em 16% os impactos ambientais.
"Quando se trata de dietas, políticas abrangentes e abordagens de negócios são essenciais para promover mudanças e estimular hábitos mais saudáveis e vegetarianos”, acrescenta Springmann.
CN/afp/rtr
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Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.