1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Estudo revela comportamento sexual na Alemanha

Nele Rößler
25 de agosto de 2017

Pesquisa de quatro universidades traz resultados que refletem estereótipos de gênero, mas permitem ter uma ideia dos hábitos dos alemães durante um relacionamento.

Paar im Bett Symbolbild Liebe Sexualität
Foto: picture-alliance/Beyond

Um em cada dois alemães – entre homens e mulheres – vive num relacionamento, e a maioria se diz satisfeita, aponta uma pesquisa sobre o comportamento sexual na Alemanha feita em conjunto por quatro universidades do país.

Segundo o estudo das universidades de Braunschweig, Hildesheim, Jena e Hannover, 40% estão num relacionamento monogâmico, 2% numa relação aberta e 1% já concordou em fazer sexo a três. A maioria (56%) não tem acordos com seu parceiro sobre possíveis envolvimentos com terceiros.

A pesquisa teve 2.524 participantes, que responderam, de forma anônima, por meio de um questionário. A média de idade dos entrevistados é de 48,5 anos. Os autores dizem que a pesquisa é importante para conhecer melhor as precauções de saúde das pessoas.

Mais de dois terços dos alemães em relacionamentos estáveis não usam camisinha como método contraceptivo. E 21% dos homens e 15% das mulheres admitiram terem sido infiéis ao menos uma vez – o sexo foi desprotegido unicamente em 5% dos casos, e em 8% mais de uma vez. Mas apenas um em cada quatro se submeteu a exames médicos após o sexo desprotegido fora do relacionamento.

Os autores do estudo advertiram que, em relação às doenças sexualmente transmissíveis, essas pessoas devem ser classificadas como detentoras de risco.

Os pesquisadores pedem uma intensificação no trabalho de esclarecimento e diretrizes mais claras para vacinações sistemáticas contra o vírus do papiloma humano (HPV), que pode causar câncer no colo do útero.

"Considerando que numa outra pesquisa mais de 80% dos adultos de 18 a 40 anos declararam que nunca foram questionados de forma abrangente sobre sua sexualidade, os resultados sublinham a necessidade de uma exploração precisa de comportamentos de risco", diz o relatório final do estudo.

O professor de pesquisa sexual Arne Dekker, do Hospital Universitário de Hamburgo-Eppendorf, enxerga a problemática de forma semelhante. Ele não esteve envolvido no estudo, mas avaliou ser um "pequeno e valioso adendo, que fornece pela primeira vez dados representativos sobre a vida sexual de toda a população".

No entanto, afirma Dekker, a pesquisa dificilmente permite conclusões sobre as conexões entre comportamento sexual e questões médicas. Para tal, não há informações suficientemente destrinchados. Mas há, segundo ele, pesquisas mais abrangentes em outros países europeus.

As mulheres interrogadas disseram que tiveram relações sexuais com uma média de cinco homens, que, por outro lado, relataram uma média de dez mulheres. De onde vêm as diferenças?

Presumivelmente os entrevistados mentiram um pouco nos números, segundo os psicólogos do estudo, que citam "distorções de autoavaliação" e "comportamentos específicos de um determinado gênero na resposta" como os motivos.

"As respostas encenam seus papéis de gênero", diz Dekker. "Alguns homens acreditam que é atraente e socialmente valorizado ter muitos parceiros sexuais, enquanto as mulheres majoritariamente agem de forma contrária."

 

Pular a seção Mais sobre este assunto