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EducaçãoAlemanha

Estudo revela insatisfação dos alemães com educação escolar

31 de agosto de 2023

Falta de recursos e inércia do sistema educacional estão entre as maiores queixas, assim como dificuldade de adaptação ao maior número de alunos de origem migratória ou com problemas de aprendizado.

Alunos e professora dirante uma aula em uma escola na Alemanha
Quase quatro em cada cinco entrevistados avaliam que a educação na Alemanha foi negativamente impactada pela pandemia de covid-19Foto: Jens Schlüter/AFP/Getty Images

Os alemães estão cada vez mais insatisfeitos com a qualidade da educação escolar em seu país, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (31/08) pelo Instituto de Pesquisas Econômicas (Ifo), com sede em Munique.

O levantamento registrou um recorde no baixo índice de aprovação para o sistema educacional nos estados alemães.

Na Alemanha, as notas dadas pelos professores aos alunos vão de 1 a 6, sendo a nota 1 a mais alta. A pesquisa do Ifo concluiu que somente 27% dos entrevistados deram notas entre 1 e 2 ao sistema educacional dos estados onde vivem.

O resultado representa uma queda significativa em comparação à mesma pesquisa realizada em 2014, quando 38% dos participantes avaliaram o ensino em seus estados com as duas notas mais altas.

Quase quatro em cada cinco entrevistados (79%) avaliam que a educação escolar foi negativamente impactada pela pandemia de covid-19. A ampla maioria relatou problemas como a falta de professores (77%), de recursos financeiros (68%) e a inércia do sistema (66%) como sendo os maiores problemas enfrentados pelas escolas alemãs. 

Mais alunos com dificuldades

Ao mesmo tempo, um estudo da Nova Iniciativa Social e de Livre Mercado (INSM), um think tank ligado ao instituto econômico alemão IW, alertou para o aumento do número de alunos com dificuldade de aprendizado nas escolas do sistema de educação do país.

A INSM analisou testes de leitura e de compreensão auditiva de alunos do quarto ano do ensino fundamental entre 2011 e 2021, e concluiu que a Baviera é o único estado onde houve progressos mínimos, com a segunda melhor avaliação entre os 16 unidades federativas. O melhor resultado foi registrado no estado da Saxônia, e os dois piores, em Berlim e Bremen.

Segundo o estudo, a queda, de modo geral, é particularmente alta entre as crianças oriundas de famílias com baixo nível de educação escolar ou de origem migratória.

O autor do estudo, Axel Plünnecke, avalia que as creches e escolas alemãs "ainda não encontraram uma boa resposta para o fato de os alunos se tornarem cada vez mais heterogêneos".

Ele afirma que pequenos avanços em infraestrutura nos primeiros anos escolares e na educação em tempo integral não seriam suficientes. "Há falta de qualidade em todas as atividades diárias e no apoio específico", observou.

Maior ênfase no idioma alemão

O IW ressalta a necessidade de mais apoio às crianças que enfrentam dificuldades, especialmente no aprendizado do idioma alemão, com a adoção de medidas como mais autonomia para as escolas e mais opções de educação de alta qualidade em tempo integral.

O chefe do INSM, Thorsten Alsleben, também pede pré-educação obrigatória para "todos os que não falam ou falam mal o idioma alemão".

Os pesquisadores ressaltam a necessidade de implementação imediata dessas medidas nas creches e nos primeiros anos do ensino fundamental, de modo a assegurar um mercado de trabalho estável no futuro.

rc (KNA, Reuters)

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