Estudo vê relação entre higiene bucal e saúde do cérebro
16 de agosto de 2023
Pesquisadores japoneses apontam que doenças dentárias podem estar associadas a uma diminuição do volume do hipocampo, região do cérebro essencial para a memória.
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Uma rotina constante de higiene bucal pode ser importante não só para manter dentes e gengivas saudáveis, mas também o cérebro. Foi o que apontou um estudo recente conduzido por pesquisadores japoneses.
A pesquisa estabeleceu uma correlação entre a saúde bucal e uma diminuição do volume do hipocampo, região do cérebro essencial para a memória e que tende a degenerar em pessoas com a doença de Alzheimer.
Publicado na revista Neurology (afiliada à Academia Americana de Neurologia), o estudo foi realizado em uma região específica do Japão e contou com a participação de 172 indivíduos, com idade média de 67 anos e sem problemas de memória no início das pesquisas. Os participantes foram submetidos a exames dentários, testes de memória e varreduras cerebrais no começo do estudo e também quatro anos depois.
Os pesquisadores avaliaram o número de dentes de cada participante e a presença de doença gengival usando medições de profundidade de sondagem periodontal.
Ao final dos estudo, menos dentes e mais doenças periodontais foram associados a um encolhimento mais rápido do hipocampo esquerdo. Essa relação se manifestou em ambos os casos de doença periodontal leve e grave, sugerindo que o gerenciamento e o tratamento dessas condições podem ter um impacto positivo na saúde do cérebro.
"Os resultados sugerem que a retenção de dentes com doença gengival grave está associada a uma atrofia cerebral", afirma o dentista geriátrico Satoshi Yamaguchi, da Universidade Tohoku em Sendai, no Japão.
"É crucial controlar a progressão da doença gengival por meio de visitas regulares ao dentista, e dentes com doença gengival grave podem precisar ser extraídos e substituídos por próteses adequadas."
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Perda dos dentes seria benéfica em alguns casos
Surpreendentemente, os resultados levantaram a possibilidade de que, em certos casos, pode ser benéfico perder os dentes afetados por doenças que ameaçam a saúde bucal, de forma a proteger tanto a integridade das gengivas como o cérebro.
Mesmo assim, os pesquisadores ressaltam que o estudo não estabelece uma relação direta entre doenças periodontais ou perdas dentárias e o desenvolvimento do Alzheimer, ainda que tenha identificado uma associação entre eles.
"Esses resultados destacam a importância de zelar pela saúde dos dentes e não apenas preservá-los", diz Yamaguchi. "A perda de dentes e a doença gengival, que é a inflamação do tecido ao redor dos dentes e que pode causar retração gengival e afrouxamento dos dentes, são muito comuns. Analisar, portanto, uma possível ligação com a demência é incrivelmente importante."
Estudos anteriores também mostraram que a inflamação periférica crônica pode aumentar o risco de demência e progredir para atrofia do hipocampo, resultando em encolhimento do cérebro, observou o dentista à revista Newsweek.
Dez jogos de estratégia bons para o cérebro
No tabuleiro ou no computador, passatempos como xadrez e damas desafiam e estimulam os neurônios. Confira uma lista de jogos clássicos, que envolvem de reis a ilhas e civilizações antigas.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Warnecke
Go: estratégia asiática
O jogo Go teve origem na China, mas se desenvolveu fortemente na Coreia e no Japão. Os jogadores dispõem de peças brancas e pretas e de um tabuleiro cortado por 19 linhas na horizontal e 19 linhas na vertical. As peças são colocadas sobre as interseções das linhas, e o objetivo não é eliminar o adversário, mas sim ocupar a maior parte possível do tabuleiro.
Foto: Imago/Xinhua
Xadrez: o rei dos jogos
A palavra "xadrez" vem do termo persa "shah", que significa rei. O tabuleiro foi desenvolvido entre os séculos 3º e 6º na Índia e é formado por 64 pequenos quadrados. O jogo pode ser disputado por apenas dois adversários – cada um com 16 peças. O objetivo é dar o xeque-mate, ameaçando o rei do outro jogador de maneira que ele não possa mais escapar ou ser livrado por outra peça.
Foto: MEHR
Shogi: o xadrez japonês
A versão japonesa do xadrez é jogada num tabuleiro dividido geralmente em nove campos, mas também existem tabuleiros maiores ou menores. Há uma diferença importante entre o shogi e o xadrez comum: no jogo japonês, as peças não pertencem a um dos jogadores, mas podem ser usadas por ambos. No entanto, o objetivo é o mesmo: dar o xeque-mate.
Foto: picture-alliance/AP Photo/K. Sasahara
Damas: movimento na diagonal
O tabuleiro de damas se parece com o de xadrez, mas as regras do jogo são bem diferentes. Os jogadores só podem mover suas peças pelos quadrados pretos e na diagonal, uma peça por vez, até serem capazes de capturar uma do adversário ao pular sobre ela ou "comê-la". O vencedor é aquele que primeiro "comer" todas as peças do adversário.
Foto: Getty Images/AFP/G. Bouys
Trilha: quadrados e linhas
O tabuleiro de trilha – também conhecida como moinho ou Nine Men's Morris, em inglês – é formado por três quadrados, um dentro do outro. Cada um dos dois jogadores recebe nove peças. O objetivo é alinhar três peças, formando um "moinho", que permite remover uma das peças do adversário. Vence aquele que conseguir deixar o inimigo com apenas duas peças.
Foto: Imago/Schöning
Jogo da velha: mestre da distração
Talvez este seja o melhor jogo para momentos de tédio, porque são necessários apenas lápis e papel para a distração. O jogo da velha teve origem no século 12 e foi o primeiro jogo de estratégia com uma versão para computador. Dois adversários se alternam desenhando um "x" ou um "o" em um dos nove quadrados. O primeiro a formar uma linha – na vertical, na horizontal ou na diagonal – ganha.
Foto: imago/J. Tack
Lig 4: tabuleiro na vertical
Também considerado um jogo de tabuleiro, o Lig 4 é disputado na vertical. O jogo – chamado de "Connect Four" em inglês – foi criado em 1974 e é disputado por dois jogadores. O primeiro a conseguir quatro peças de sua cor – na vertical, na horizontal ou na diagonal – é o vencedor. O Lig 4 é parecido com o jogo da velha, mas há 42 espaços em vez de apenas nove.
Foto: imago/blickwinkel
Civilization: do tabuleiro para a tela
Inicialmente concebido como um jogo de tabuleiro, o Civilization foi criado em 1980. O objetivo é complexo: uma civilização precisa superar dificuldades da Antiguidade à Idade do Ferro. Sete jogadores podem participar de uma partida, que pode durar até dez horas. Em 1991, o Civilization foi lançado como jogo de computador e se tornou um sucesso mundo afora.
Foto: 2007 Free Software Foundation, Inc.
Anno: gestão de ilhas fictícias
Outro popular jogo ligado à gestão de recursos é o Anno, criado em 1998. O objetivo é descobrir e povoar ilhas fictícias e, então, atender às necessidades dos moradores das novas ilhas. Os jogadores também podem competir entre si, simulando ataques e comércio.
Foto: picture-alliance/dpa/O. Stratmann
StarCraft: diversão nacional
Na Coreia do Sul, o StarCraft é um passatempo nacional. O jogo de estratégia em tempo real foi lançado em 1998 e continua sendo um dos jogos de computador mais populares do mercado. Os jogadores constroem uma base, coletam recursos e adquirem soldados para lutar contra seus oponentes. Torneios online são levados a sério entre os sul-coreanos, contando até com espectadores.