Entre as descobertas estão agrupamentos de ciclones nos polos do planeta gasoso e atmosfera mais profunda do que o imaginado. Dados sobre Júpiter foram recolhidos pela sonda Juno.
Anúncio
Pesquisadores descobriram que a atmosfera de Júpiter é mais profunda do que o imaginado e que seus polos são cobertos por agrupamentos geométricos de ciclones, revelaram estudos divulgados nesta quarta-feira (07/03), que analisaram dados recolhidos pela sonda Juno, da Nasa.
Os estudos, publicados na revista especializada Nature, desvendam os primeiros mistérios sobre o interior do maior planeta do Sistema Solar, composto 99% de hidrogênio e hélio.
Os dados mostraram que a atmosfera gasosa de Júpiter se alastra por quase 3 mil quilômetros de profundidade e corresponde a um centésimo da massa total do planeta gasoso. Em seu interior, há redemoinhos psicodélicos de faixas de nuvens e correntes de ar impulsionadas por ventos fortes em direções opostas e em diferentes velocidades.
"O resultado é uma surpresa, pois indica que a atmosfera de Júpiter é mais maciça e profunda do que se imaginava", disse Yohai Kaspi, do Instituto Weizmann de Ciências de Israel, autor de um dos quatro estudos publicados sobre o planeta gasoso.
Pesquisadores descobriram ainda que no centro do planeta os gases de sua composição se comprimem num liquido metálico denso, que gira uniformemente como se fosse um corpo sólido.
Os dados revelaram também que o polo norte de Júpiter possui uma constelação de nove ciclones e o sul de seis. A velocidade dos ventos em alguns locais pode ultrapassar a um de furacão de categoria 5, chegando a 350 km/h.
Lançada pela Nasa em 2011, a sonda Juno orbita Júpiter desde julho de 2016. Essa é a segunda sonda que recolhe informações sobre o quinto planeta do Sistema Solar. A primeira, Galileo, esteve ativa entre 1995 e 2003.
"A primeira e mais importante questão que Juno procura responder é como nosso Sistema Solar foi formado e, consequentemente, entender mais sobre sua evolução", afirmou Alberto Adriani, do Instituto Italiano para Astrofísica, autor de um dos estudos.
CN/rtr/afp/ap
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
Vinte anos de exploração de Marte
Em 1997, a sonda Pathfinder conseguiu transportar o rover Sojourner, primeiro veículo motorizado a passear sobre o planeta vermelho. Duas décadas depois, robôs modernos da Nasa exploram a superfície marciana.
Foto: NASA/JPL
Primeiro veículo em Marte
Em 4 de julho de 1997, chegou a hora: o rover da Nasa Mars Sojourner percorreu os primeiros centímetros sobre o planeta vermelho. Foi a primeira vez que um robô móvel se movimentou quase de forma autônoma sobre Marte. Ele estava equipado com câmeras ópticas e um espectrômetro de raios-X para análise química do solo.
Foto: NASA/JPL
Sempre perto da nave-mãe
Aqui se vê a sonda Pathfinder. Ela conseguiu assentar o Sojourner de forma segura na superfície de Marte – amortecido por airbags espalhados pelo solo. Depois do início da rolagem, o robô pôde até mesmo medir a abrasão de suas rodas. Isso foi importante para a preparação de outras missões com Mars Rovers, veículos exploradores de Marte.
Foto: NASA/JPL
Quase quatro meses em ação
O robô Sojourner permaneceu em atividade até 27 de setembro de 1997. Em seu tempo de vida, ele percorreu cerca de cem metros. Aqui é uma das últimas fotos que a sonda Pathfinder fez de seu acompanhante – nove dias antes de a comunicação ser interrompida. Provavelmente, a bateria não suportou as baixas temperaturas noturnas.
Foto: NASA/JPL
Um nanico e seus grandes sucessores
Esta foto mostra funcionários da NASA junto a maquetes de três gerações de Mars Rovers. O pequeno, à frente, é o Sojourner – com 10,6 kg, ele não era maior que um carro de brinquedo, sua velocidade: 1 cm/s. Já os 185 kg do Opportunity equivalem a mais que uma cadeira de rodas elétrica. Com 900 kg, o Curiosity corresponde ao peso de um carro pequeno. A velocidade dos dois maiores chega a 5 cm/s.
Foto: NASA/JPL-Caltech
Tecnologia pioneira
Sem a experiência com o rover Sojourner, as três missões seguintes de exploração de Marte teriam sido impensáveis. Em 2004, a Nasa enviou dois robôs idênticos: Spirit conseguiu durar sete anos e percorreu 7,7 quilômetros. O veículo superou montanhas, recolheu amostras do solo e sobreviveu ao inverno e a tempestades de areia. Opportunity está até hoje em atividade.
Foto: picture alliance/dpa
Aperfeiçoamentos técnicos
Já em 2015, o Opportunity conseguiu percorrer a distância de uma maratona: 42 km. O robô possui um braço mecânico que lhe permite recolher amostras do solo, além de três diferentes espectrômetros e câmeras 3D. Atualmente, ele se encontra no Perseverance Valley, ou Vale da Perseverança. Depois de mais de 13 anos, também o próprio robô tem provado ser muito persistente e perseverante.
Foto: picture-alliance/dpa
Robô gigante
Curiosity é o maior e mais moderno de todos os Mars Rovers. Ele pousou em 6 de agosto de 2012 no planeta vermelho. Desde então, percorreu 17 quilômetros e ainda continua em forma. Uma bateria de isótopo radioativo lhe garante a energia, que praticamente nunca vai se esgotar. Também chamado de "Laboratório de Ciência de Marte", o Curiosity é um laboratório científico sobre rodas.
Foto: picture-alliance/dpa/Nasa/Jpl-Caltech/Msss
Interior impressionante
O Curiosity possui espectrômetros especiais que, com o uso de laser, podem analisar amostras a distância. Uma estação meteorológica integrada mede, além da temperatura, também pressão atmosférica, umidade, radiação e velocidade do vento. Além disso, o robô possui uma unidade de análise para a determinação de compostos orgânicos – sempre em busca de vida extraterrestre.
Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS
Além da superfície
O braço do Curiosity está equipado com uma verdadeira broca. Na foto, pode-se ver o robô recolhendo uma amostra na cratera Gale.
Foto: NASA/JPL-Caltech
No laboratório
A tecnologia sofisticada do Curiosity permitiu, pela primeira vez, armazenar as amostras recolhidas nos mais diversos aparelhos de análise científica. Primeiro, as partículas passam por um sistema de filtragem. Depois, por meio de vibração, elas são classificadas em diferentes tamanhos e redistribuídas.
Foto: picture alliance/AP Photo/NASA
Paisagens inspiradoras
Estas imagens vão ficar na memória da maioria das pessoas. Esta foto foi tirada pela câmera de mastro da Curiosity. De alguma forma, ela não parece tão incomum e lembra desertos do nosso planeta. Dá vontade de ir lá ou é melhor deixar Marte para os robôs?