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Geração minguante

7 de novembro de 2009

Pesquisa da Fundação Bertelsmann prevê mudanças radicais no sistema alemão de ensino devido à redução do número de alunos. Estudo reuniu dados de todos os municípios do país com mais de 5 mil habitantes.

Cada vez menos crianças na AlemannhaFoto: dpa - Bildfunk

Entre os efeitos iminentes do crescimento demográfico negativo na Alemanha, está a diminuição do contingente de alunos em escolas do ensino fundamental e médio do país. Até o ano 2025, o número de crianças e adolescentes entre seis e 18 anos diminuirá dos atuais quase 11 milhões para 9 milhões, constatou estudo da Fundação Bertelsmann divulgado nesta sexta-feira (06/11) em Gütersloh.

Segundo a pesquisa, o sistema de ensino do país está diante de mudanças radicais provocadas pelo esvaziamento escolar. Em seu estudo, a fundação reuniu, pela primeira vez, dados educacionais relevantes de todas os municípios alemães com mais de 5 mil habitantes.

Deslocamento demográfico

Particularmente drástica é a situação na faixa etária entre 16 e 18 anos. Nos próximos 15 anos, o estudo prevê uma redução de 27,4% do número de adolescentes em idade de frequentar o ensino médio na Alemanha.

Entre os alunos de 10 a 15 anos, a queda será de 15,8%. Com uma redução de 14,3%, também na faixa etária entre 6 a 9 anos, um número menor de crianças irão ocupar os bancos escolares do ensino fundamental alemão.

No total, a população alemã diminuirá somente 2% até 2025. No entanto, um intenso deslocamento demográfico irá acontecer. Dessa forma, o número de alemães acima dos 80 anos aumentará em 70%, explica a Fundação Bertelsmann.

Indicadores de municípios

Escolas de zonas rurais sofrem com crescimento demográfico negativoFoto: AP

Ao apresentar a pesquisa através do portal de internet da Bertelsmann, Wegweiser Kommune (indicadores de municípios, em alemão), Brigitte Mohn, membro da diretoria da fundação, afirmou que "mesmo que haja diferenças regionais, estados, cidades e municípios terão que seguir novos caminhos em seu planejamento educacional".

Mohn disse ainda que "devido à redução maciça do número de alunos, o sistema escolar tripartido continuará a sofrer pressão", referindo-se ao sistema alemão de ensino, onde a criança dispõe de três possibilidades de escola secundária, conforme seu desempenho no curso primário: Hauptschule, Realschule e Gymnasium.

Na Hauptschule, os alunos recebem uma formação geral básica com duração de cinco a seis anos. A Realschule habilita a frequentar cursos mais adiantados em escolas profissionalizantes, e dura seis anos. O Gymnasium tem duração de oito ou nove anos. Seu certificado de conclusão (Abitur), que corresponde ao vestibular brasileiro, habilita para o acesso a uma universidade ou escola superior.

Segundo a Fundação Bertelsmann, a tendência para um sistema escolar bipartite, com a fusão das duas opções de ensino fundamental Hauptschule e Realschule, continuará tanto no Oeste quanto no Leste alemão. Por outro lado, a procura de escolas do ensino médio (Gymnasium) deverá aumentar, prevê a fundação.

"Diferente, mas bom"

Quanto à pergunta do significado da mudança demográfica para uma geração jovem minguante, o jornal Neue Osnabrücker Zeitung comentou nesta sexta-feira que "para prever isso, muitos pais não precisam nem mesmo de uma pesquisa – basta o fato de a escola primária de seu filho ter que ser fechada devido à falta de alunos. Principalmente em zonas rurais do estado da Baixa Saxônia, este fenômeno já é realidade – e um princípio das mudanças que nos aguardam".

Sobre a eventual fusão das escolas do ensino fundamental alemão, o diário acrescentou: "E por que não! Quem souber fazer disso uma vantagem, chegará talvez algum dia no modelo escandinavo de uma só escola para todos – incluindo o ensino médio com duração de três anos até o vestibular. É diferente, mas é bom".

CA/kna/dpa/ots
Revisão: Augusto Valente

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