Ao se abrir pela primeira vez após eleição, democrata confessa que só queria "ficar encolhida" depois da derrota para Trump. Apesar de decepcionada, ex-secretária de Estado pede a americanos que nunca desistam do país.
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A democrata Hillary Clinton deu mostras na noite desta quarta-feira (16/11) do quanto foi difícil aceitar o resultado da eleição presidencial nos EUA. Em sua primeira declaração pública desde que admitiu a derrota para o republicano Donald Trump, Hillary disse que nos últimos dias não queria mais nem sair de casa.
Pouco mais de uma semana após o fracasso nas urnas, Hillary apareceu em público em um evento de caridade do Fundo em Defesa das Crianças, em Washington. "Confesso que não foi fácil vir aqui hoje à noite", revelou a ex-secretária de Estado americana. "Nessa semana que passou, houve algumas vezes em que tudo o que eu queria era ficar encolhida com um bom livro ou nossos cachorros e nunca mais sair de casa."
Sem citar o rival republicano uma única vez, Hillary continuou: "Eu sei que muitos de vocês estão profundamente decepcionados com o resultado das eleições. Eu também estou, muito mais do que consigo expressar. Mas como eu disse na semana passada, nossa campanha nunca foi sobre uma pessoa ou sobre um pleito. Foi sobre o país que nós amamos e sobre construir uma América esperançosa, inclusiva e generosa."
A democrata prosseguiu dizendo que os Estados Unidos ainda são "o melhor país do mundo". "Ainda é o lugar onde tudo é possível. Só depende de cada um de nós continuar se esforçando para tornar a América melhor, mais forte e mais justa", prosseguiu.
Durante o discurso, Hillary também tentou tranquilizar aqueles que se mostraram surpresos com o resultado das urnas. "Sei que muitos de vocês estão se perguntando se os EUA ainda são o país que acreditávamos ser. As divisões expostas por essa eleição são profundas, mas, por favor, ouçam-me quando digo: a América vale a pena, nossas crianças valem a pena. Acreditem no nosso país, lutem por nossos direitos e nunca, mas nunca desistam."
Em ligações com doadores de campanha e membros do Partido Democrata, Hillary atribuiu sua derrota em grande parte à decisão do FBI de rever o uso de um servidor de e-mails privado por ela na época em que secretária de Estado. Ela não mencionou erros que possa ter cometido durante a campanha presidencial.
IP/dpa/ap
Curiosidades sobre Hillary e Trump
Você acha que sabe tudo sobre os candidatos à presidência dos Estados Unidos? Aqui estão algumas anedotas que podem surpreendê-lo.
Foto: DW/M. Santos
Por trás das pessoas públicas
Numa campanha eleitoral que parece ter durado uma eternidade, os candidatos à Casa Branca finalmente chegaram à reta final. Por mais de um ano, os rostos de Hillary Clinton e Donald Trump foram quase onipresentes, mas ambos têm certas características incomuns, às vezes ignoradas.
Foto: DW/M. Santos
Hillary, a conservadora
Hillary Clinton cresceu em um lar conservador em Illinois. Seu pai fabricava cortinas e, quando jovem, ela era uma republicana que apoiou o ex-senador Barry Goldwater e Richard Nixon. Ela se tornou uma democrata somente muito tempo depois.
Foto: picture-alliance/dpa/Ron Sachs
Donald, o político implicante
Em outros tempos era difícil apontar qual partido Trump apoiava – se é que apoiava algum. No passado, ele endossou candidatos democratas, incluindo Bill e Hillary Clinton, e algumas de suas declarações ao longo dos anos foram extremamente liberais. Ele encontrou seu caminho até os republicanos tarde na vida – para grande consternação de alguns membros do partido.
Foto: Getty Images/AFP/T. A. Clary
Mulher difícil
Inicialmente Hillary Clinton ficou famosa por ser casada com o presidente dos Estados Unidos. Mas na época em que Bill pediu sua mão, ela disse não. Ele teve de propor várias vezes antes de Hillary aceitar se tornar sua esposa.
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Patrono de concursos de beleza
De 1996 a 2015, Trump foi dono, em parte ou integralmente, dos concursos de beleza Miss Universo, Miss EUA e Miss Teen EUA. E, segundo ele próprio admitiu, visitava ocasionalmente os camarins das competidoras para verificar se tudo estava... digamos... no lugar. Isso talvez explique a expressão da Miss Califórnia nessa foto.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
Primeira mulher no conselho do Wal-Mart
Hillary foi a primeira mulher a fazer parte do conselho administrativo da loja americana de varejo Wal-Mart. A empresa não é conhecida por ser amigável com seus empregados – para dizer o mínimo. Anos mais tarde, Hillary realizou uma sessão de autógrafos de sua autobiografia numa das muitas lojas do Wal-Mart, onde os funcionários dificilmente teriam dinheiro para adquirir uma cópia.
Foto: picture-alliance/dpa/Jim Lo Scalzo
A carreira secundária de Trump
Embora tenha começado seus negócios no setor imobiliário, Trump ganha dinheiro também no showbusiness. Ele participou de diversos filmes e programas televisivos, incluindo o reality show "O Aprendiz". Trump é membro do sindicato Screen Actors Guild e recebe uma pensão anual de mais de 110 mil dólares por seus trabalhos na telona. Em 2007, Trump ganhou uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.
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A lucrativa engorda do gado
Nessa imagem, Bill parece muito interessando em gado, mas é Hillary quem tem uma história com os bovinos. No final dos anos 1970, ela transformou 1 mil dólares em quase 100 mil dólares negociando no mercado futuro de gado. Críticos dizem que essas transações foram corruptas, mas nenhuma acusação relacionada a essa bonança bovina jamais foi levantada.
Foto: Getty Images/AFP/S. Honda
Dentro do círculo quadrado
Trump fez inúmeras aparições dentro de ringues de luta como parte de uma rixa com o chefe do World Wrestling Entertainment (WWE), Vince McMahon. A habilidade de Trump com batalhas arranjadas resultou em sua indução ao Hall da Fama de Wrestling. Quer apostar que ele adoraria repetir essa cena com Hillary Clinton?
Foto: Getty Images
Hillary e seus vários penteados
Como primeira-dama, Hillary era conhecida por experimentar vários estilos. Em 1996, a revista "Vanity Fair" afirmou que ela usou 43 penteados diferentes na Casa Branca – o suficiente para atender a uma ampla variedade de ocasiões. Este é o penteado que ela usou quando comentou sobre Monica Lewinsky, a estagiária com quem seu marido teve um caso.
Foto: Getty Images/AFP/J. Naltchayan
Apenas diga não
Donald Trump insiste que nunca bebeu álcool nem fumou cigarros, e entre muitas de suas afirmações, esta se destaca porque parece ser verdade. Aqueles que o conhecem ou se encontraram com ele confirmam que Trump é, de fato, um abstêmio. Como era mesmo aquela máxima sobre o poder ser a maior das drogas?
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Uma mulher do mundo
Como secretária de Estado, Hillary Clinton viajou a mais países do que qualquer antecessor do cargo. Foram 112 Estados visitados (apenas para registro: Condoleezza Rice completou mais milhas de voo). Quando Hillary deixou o cargo, em 2013, sua equipe lhe deu uma camisa de futebol americano com o número 112.
Foto: Getty Images/Department of State
Um candidato que não aperta mãos
Muito se discutiu sobre o fato de Trump e Hillary não terem apertado as mãos antes do segundo debate eleitoral. A verdade é que Trump prefere não dar a mão a ninguém, e se comenta que ele tem fobia de germes e bactérias – condição associada também a Michael Jackson, Nikola Tesla e Adolf Hitler.
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Vencedora de Grammy
Muitos detratores – e não poucos simpatizantes – consideram a voz de Hillary Clinton um ranger para os ouvidos. Mas isso não a impediu de ganhar um Grammy em 1997 por melhor narração de audiolivro, pelo desempenho em sua autobiografia "É tarefa de uma aldeia". Naquele mesmo ano, Celine Dion ganhou o Grammy por melhor álbum. Tire suas conclusões...
Foto: picture-lliance/dpa
Tribunais e mais tribunais
Quase tudo sobre Trump parece um pouco exagerado e além do verossímil, então, por que seu histórico judicial deveria ser diferente? O republicano tem seu nome relacionado a cerca de 3.500 ações nos tribunais federais e estaduais dos Estados Unidos. Não é o suficiente para entrar no Livro Guinness dos Recordes, mas chega perto.