Agência reguladora dos EUA afirma que montadora ítalo-americana instalou software para adulterar resultados de testes de emissões poluentes. Volkswagen enfrentou acusação semelhante. Fiat Chrysler nega manipulação.
Anúncio
A Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos acusou nesta quinta-feira (12/01) a montadora ítalo-americana Fiat Chrysler de manipular dados relativos a poluentes em motores a diesel. A acusação é semelhante ao escândalo que envolveu a Volkswagen.
De acordo com a EPA, cerca de 104 mil veículos fora manipulados para enganar os testes de emissões de poluentes. A denúncia se refere aos modelos 2014, 2015 e 2016 do Jeep Grand Cherokee 4x4 e da picape Dodge Ram 1500 com motores a diesel de 3,0 litros "vendidos nos Estados Unidos", detalhou o órgão regulador americano.
Em comunicado, a agência disse que enviou ao grupo ítalo-americano um "aviso" por "supostas violações da Lei de Ar Limpo por instalar e não revelar um software de tratamento de motores".
Os veículos teriam um software que fraudava os níveis das emissões de óxidos de nitrogênio. A denúncia é a mesma enfrentada pela montadora alemã Volkswagen, que admitiu ter instalado o programa para adulterar resultados de testes de emissão de gases tóxicos e aceitou pagar multas bilionárias para se livrar do processo nos EUA.
"Não revelar um software que afeta emissões no motor de um veículo é uma grave violação da lei, que pode resultar a contaminação nociva do ar que respiramos", ressaltou a subdiretora do Escritório de Cumprimento da EPA, Cynthia Giles.
Segundo a EPA, os modelos adulterados emitem um nível maior de óxidos de nitrogênio em condições normais de uso do que em condições de testes. "Seguimos investigando a natureza e impacto. Todas as fabricantes automobilísticas devem seguir as mesmas regras e continuaremos responsabilizando as empresas que conseguirem uma vantagem competitiva injusta e ilegal", acrescentou Giles.
O Departamento de Justiça dos EUA anunciou nesta quinta-feira que investigará as acusações contra a Fiat Chrysler.
Montadora nega
A Fiat Chrysler negou as acusações da agência reguladora americana. Em comunicado, a montadora se declarou "decepcionada" pelo anúncio da EPA e expressou a intenção de "trabalhar com o novo governo" do presidente eleito, Donald Trump para "resolver este assunto de forma justa".
Em vídeoconferência com jornalistas, o presidente da Fiat Chrysler, Sergio Marchionne, rejeitou as acusações e disse que a montadora jamais tentou criar um software para manipular as emissões poluentes.
Marchionne criticou ainda o anúncio da EPA e disse que a montadora e agência poderiam ter resolvido a questão de maneira mais eficiente. "Estou realmente bravo sobre os relatos que igualam os problemas da Fiat Chrysler com os da Volkswagen", ressaltou.
CN/efe/rtr/afp
Destaques do Salão de Detroit 2017
Carros potentes e de grande porte dominam o primeiro salão do automóvel do ano, realizado na metrópole automobilística americana. Motores híbridos também marcam presença.
Foto: GM Corp
Robusto, pesado, agressivo
A última feira de tecnologia CES em Las Vegas, em janeiro de 2017, girou em torno de condução automatizada, carros conectados e motores elétricos. Em Detroit, continua-se antes fiel a outros valores: de preferência, a carros grandes e pesados e com muitos cv de potência. Na foto vê-se a picape GMC Sierra Terrain, com motor de 6 litros. Ela também está disponível com motor diesel V8.
Foto: GM Corp
Esportivo, bonito, rápido
A Chevrolet, também uma marca da General Motors, é conhecida principalmente por seu Corvette. Na foto, vê-se o modelo Grand Sport 2017. Em Detroit, é exibido o Corvete ZR1, um carro de corrida com 700 cv de potência e turbo de oito cilindros. Aliás, nem todas as montadoras americanas trouxeram novidades a Detroit: a FiatChrysler decidiu apresentar seus novos modelos na CES em Las Vegas.
Foto: GM Corp
Mais uma camionete
A Ford, montadora conhecida na Europa por carros compactos e médios, continua apostando em camionetes para o mercado americano, como a F-150 Raptor. Segundo o Centro de Pesquisa Automotiva (Car, na sigla em inglês), picapes perfazem 60% de todos os carros novos vendidos nos EUA.
Foto: Ford Corp
Rápido e rejuvenescido
O Corvette é para a Chevrolet o que o Mustang é para a Ford, segunda montadora americana, depois da GM, e que traz para Detroit uma nova edição de seu clássico. Muitos dos carros vendidos nos EUA são produzidos no México. Volkswagen, Audi, Hyundai-Kia, Toyota e Mazda construíram fábricas no país. Se com Donald Trump vierem também tarifas alfandegárias, isso deverá ter efeito sobre as vendas.
Foto: Ford Corp
Os alemães em Detroit
A Porsche dispensou marcar presença em Detroit, já que sua parcela de mercado nos EUA é tradicionalmente pequena. Mesmo assim, modelos SUV da montadora de Zuffenhausen têm boas vendas. A BMW, por outro lado, está presente com a première mundial de sua Série 5 na bagagem. Mas os bávaros também querem mostrar seus "pesados e agressivos", com o "esportivo-urbano" Concept X2.
Foto: BMW AG
Líder entre as alemãs
A Mercedes-Benz, subsidiária da Daimler, detém a maior parcela do mercado americano entre as montadoras alemãs. Em Detroit, os suábios lançam seu cupê da classe E. No entanto, o sucesso da Mercedes nos EUA não se baseia no modelo, mas num SUV, o GLC.
Foto: Daimler AG
Pesado da Daimler
Qual é a mensagem deste carro? Que a Mercedes também pode ser diferente! O classe X, uma picape, ainda é um protótipo, e deve chegar ao mercado europeu no fim de 2017, depois na América Latina e Austrália. E pode-se supor com precisão que uma versão maior estará em breve disponível nos EUA. Na foto vê-se somente a de "médio porte".
Foto: Daimler AG
Os pecadores ambientais
E o que a Volkswagen está fazendo? Qualquer apresentação da montadora ocorre agora sob o lema "recomeço". O êxito disso deverá acontecer, entre outros, com o lançamento mundial do Tiguan Allspace. Trata-se de uma versão alongada do sucesso europeu de vendas, que estará no mercado primeiramente nos EUA, depois na China e na Europa.
Foto: Volkswagen
Sucesso da Toyota
Antes visto nas ruas europeias, o Camry, da Toyota, é hoje uma raridade no Velho Continente, para onde não é mais exportado desde 2004. Em contrapartida, o modelo japonês é um dos carros mais vendidos nos EUA. Para Detroit, a Toyota trouxe a nova versão do seu sucesso de vendas.
Foto: Toyota
Luxo da Lexus
A Lexus, divisão da Toyota, lança em Detroit seu novo carro-chefe, o LS. Trata-se da quinta geração de modelos de uma história que teve início há 28 anos, também na metrópole automotiva americana. Algo nada típico para Detroit é que o consumo do modelo é de 27 km/l. Isso porque o motor é híbrido.
Foto: Toyota Lexus
Uma surpresa
À primeira vista, este Chevrolet é pesado, sedento e agressivo. Mas as aparências enganam: o Colorado ZH2, desenvolvido junto ao Exército americano, tem propulsão totalmente elétrica, baseada em célula de combustível. Talvez por isso ele não esteja presente em Detroit.