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EUA ameaçam Turquia com novas sanções

17 de agosto de 2018

Trump chama de refém o pastor americano preso e acusado de terrorismo por Ancara, pivô da crise entre os dois países. Secretário de Finanças promete mais retaliações se religioso não for libertado logo.

Bandeiras da Turquia e dos EUA
Relações entre Turquia e EUA, já desgastadas, chegaram ao auge com prisão de pastor americanoFoto: picture-alliance/dpa

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor novas sanções à Turquia se o país não libertar o pastor americano Andrew Brunson, cujo caso elevou as tensões entre Washington e Ancara e provocou uma forte queda da lira. Apesar disso, a moeda turca apresentou sinais de estabilização nesta sexta-feira (17/08) em relação ao dólar, após ter perdido valor no início da semana.

"A Turquia se aproveitou dos Estados Unidos por muitos anos. Eles agora estão detendo nosso maravilhoso pastor cristão, a quem agora devo pedir para representar nosso país como um grande refém patriota. Não vamos pagar nada pela libertação de um homem inocente", afirmou Trump nesta quinta-feira pelo Twitter.

O secretário de Finanças dos EUA, Steven Mnuchin, disse durante reunião de gabinete na Casa Branca que o governo preparou outras sanções, caso o pastor Brunson – em prisão domiciliar na Turquia – não seja libertado logo.

As relações da Turquia com os EUA, aliados na Otan, já estavam desgastadas por motivos que incluem interesses divergentes na Síria, o plano de Ancara de comprar sistemas de defesa da Rússia e o asilo nos Estados Unidos do clérigo Fethullah Gülen, que Erdogan acusa de estar por trás do golpe de Estado fracassado de 2017.

O caso do pastor evangélico americano Andrew Brunson – detido em 2016 e em julgamento, sob acusação de espionagem e de atuar em conluio com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) – levou os EUA a aumentarem as tarifas sobre o aço e o alumínio da Turquia e a imporem sanções aos ministros do Interior e da Justiça da Turquia, Suleyman Soylu e Abdulhamit Gul, acusados por Washington de terem desempenhado um papel ativo na prisão do religioso. Em resposta, Ancara dobrou as tarifas sobre algumas importações americanas, como carros, tabaco e álcool.

A lira foi afetada pelas sanções americanas, já que os EUA foram o maior mercado de exportação do aço turco em 2017, embora as remessas tenham caído desde então.

O governo da Turquia tenta tranquilizar os mercados, afirmando que o país emergirá ainda mais forte da crise. O ministro das Finanças, Berat Albayrak, genro do presidente Recep Tayyip Erdogan, tentou transmitir confiança a centenas de investidores estrangeiros através de teleconferência.

Albayrak rejeitou pedir ajuda ao FMI, uma opção nunca vista como provável, já que Erdogan se vangloria de ter quitado todas as dívidas com o FMI em maio de 2013.

A lira se recuperou nos últimos dias, mas economistas alertam que a Turquia deve sanear urgentemente seus desequilíbrios econômicos para evitar mais problemas futuros. A moeda, que no início da semana era negociada a mais de 7 liras por dólar, manteve-se nesta sexta-feira no patamar de 5,8 frente ao dólar.

MD/ap/afp/rtr/dpa

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