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EconomiaTaiwan

EUA anunciam US$ 1,1 bilhão em ajuda militar a Taiwan

3 de setembro de 2022

Washington é o principal aliado de Taipei. Tensão entre China e EUA aumentou após a visita de Nancy Pelosi à ilha reivindicada pelos chineses.

Misséis Harpoon perto de um avião pequeno
Taiwan realizou exercícios militares em agosto, usando mísseis HarpoonFoto: Johnson Lai/AP Photo/picture alliance

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (02/09) um pacote de ajuda militar a Taiwan no valor de 1,1 bilhão de dólares. O montante servirá à ilha, cuja soberania é reivindicada pela China, para reforçar seu sistema de mísseis e radares, segundo informou um porta-voz do Departamento de Estado americano.

O pacote é o maior já concedido a Taiwan pela gestão do presidente Joe Biden e inclui 60 sistemas de mísseis do tipo Harpoon e 100 mísseis de curto alcance AIM-9 Sidewinder, além de apoio financeiro para um sistema de radares.

A ajuda ainda precisa ser aprovada pelo Congresso dos EUA, onde Taiwan tem o apoio tanto dos democratas quanto dos republicanos, fazendo da aprovação uma mera formalidade.

O anúncio da nova ajuda ocorre em um momento de particular tensão entre os EUA e a China, acentuada pela recente visita a Taiwan da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi. Em represália, a China realizou exercícios militares de grande escala ao redor de Taiwan - o que levou a ilha a fazer o mesmo.

O porta-voz do Departamento de Estado argumentou que a ajuda militar é necessária para que Taiwan "mantenha a sua capacidade de se defender" e recordou que, desde 2010, o governo dos EUA notificou o Congresso de mais de 35 bilhões de dólares em ajuda militar a Taiwan.

Motivo de atrito entre EUA e China

Taiwan tem sido historicamente uma das maiores fontes de atrito entre a China e os EUA, sobretudo porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria seu maior aliado militar no caso de uma possível guerra com Pequim. 

A ajuda, argumentou o porta-voz do Departamento de Estado, cumpre com o princípio "uma só China", que Pequim impõe como base para os seus laços com qualquer país.

Esta política significa que o único governo chinês que os EUA devem reconhecer é o que está sediado em Pequim, o que os afasta das aspirações de independência de Taiwan.

Biden tem reiterado repetidamente o seu respeito a esse princípio, o que levou os EUA a cortar laços diplomáticos com Taipei e a estabelecê-los com Pequim há quase meio século.

Em troca, os EUA adotaram o Taiwan Relations Act de 1979, no qual se comprometiam a prestar ajuda militar à ilha, mas não deixavam claro se interviriam no caso de um ataque chinês, uma política apelidada de "ambiguidade estratégica".

A ilha de Taiwan

A ilha de Taiwan está localizada a sudeste da China continental. Autogovernada desde 1949, tem um regime democrático e é politicamente próxima de países ocidentais, além de ser uma importante produtora de chips eletrônicos.

A China, no entanto, considera Taiwan parte de seu território e exige que países terceiros escolham entre manter relações diplomáticas ou com Pequim ou Taipei.

A visita de membros do alto escalão do governo americano à ilha não é novidade e aumentou nos governos de Donald Trump e Joe Biden.

Mas, antes de Pelosi, a última vez em que um parlamentar que preside a Câmara dos EUA – o político mais importante do país após o vice-presidente – visitou a ilha foi em 1997, com Newt Gingrich, que comandou a casa entre 1995 e 1998, durante o governo de Bill Clinton.

Nos últimos anos, Taiwan também teve uma série de visitas de delegações da Europa e de outros aliados ocidentais, em parte devido à postura mais agressiva de Pequim sob comando do presidente Xi Jinping.

Em meio às deteriorações das relações entre Estados Unidos e China , e da pressão chinesa sobre a ilha, Taiwan também comprou uma série de armamentos americanos nos últimos anos.

le (EFE, ots)

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