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EUA apertam restrições de viagem por causa da ômicron

3 de dezembro de 2021

Todos os viajantes com destino aos Estados Unidos terão que apresentar teste negativo para covid-19 realizado até 24 horas antes do embarque. Passageiros que não usarem máscaras estão sujeitos a multas de até US$ 3 mil.

Joe Biden
"Vamos combater a variante ômicron com ciência e velocidade, e não caos e confusão", disse BidenFoto: Oliver Contreras/Pool/Abaca/picture alliance

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou nesta quinta-feira (02/12) sua estratégia para combater as variantes ômicron e delta do coronavírus neste inverno, incluindo novas exigências para viajantes internacionais, inclusive cidadãos americanos que retornarem ao país.

A partir da semana que vem, todos os viajantes com destino aos EUA, vacinados ou não, terão que mostrar um comprovante de teste negativo para o coronavírus realizado até 24 horas antes do embarque. A regra anterior previa um período de até 72 horas.

"Este prazo de testagem mais apertado fornece um grau a mais de proteção enquanto cientistas continuam a estudar a variante ômicron", disse Biden.

Além disso, Biden estenderá a obrigatoriedade do uso de máscaras por passageiros de aviões, trens e ônibus até 18 de março, em vez de expirar em meados de janeiro, como estava previsto. Quem descumprir a regra está sujeito a multas entre 500 e 3 mil dólares.

As medidas foram anunciadas dias depois de a Casa Branca proibir, em reação à descoberta da nova variante ômicron, a entrada no país de estrangeiros que tenham estado na África do sul ou em outros sete países africanos nos 14 dias anteriores. A proibição não se aplica cidadãos americanos e residentes permanentes.

Ao ser questionada por que a exigência de teste negativo não valerá para passageiros de voos domésticos, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que nada está descartado.

A variante ômicron

Detectada inicialmente em amostras coletadas na África do Sul e no vizinho Botsuana na primeira metade de novembro e comunicada à Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 24, a ômicron foi classificada como "variante de preocupação" pela agência da ONU.

Por conter 32 mutações na chamada proteína spike, teme-se que a nova cepa possa ser mais contagiosa e driblar a proteção de vacinas. Mas ainda não há dados suficientes para confirmar isso, nem se a variante provoca casos mais graves de covid-19.

A ômicron já foi detectada em mais de 20 países. Por enquanto, o Brasil é o único país latino-americano com presença detectada da nova variante, com cinco casos confirmados, três em São Paulo e dois em Brasília.

Nos EUA, o primeiro caso foi confirmado nesta quarta-feira, na Califórnia. Depois disso, várias outras infecções pela variante foram registradas no país, incluindo mais uma na Califórnia e cinco no estado de Nova York.

A variante delta, por sua vez, é atualmente a variante dominante no mundo.

Testes gratuitos e doses de reforço

As novas medidas anunciadas por Biden nesta quinta também incluem testes gratuitos e cobertos por seguradoras de saúde.

O governo vai requerer que seguradoras privadas reembolsem seus 150 milhões de clientes pelo custo de testes caseiros e fornecerá 50 milhões de testes a serem disponibilizados gratuitamente em clínicas rurais e unidades de saúde que atendem pessoas sem seguro. Biden afirmou que os testes gratuitos estarão disponíveis para serem coletados em milhares de locais.

Além disso, o governo está apelando para que todos os americanos aptos a se vacinarem ou tomarem uma dose de reforço o façam.

Menos de 60% da população dos EUA, ou 196 milhões de pessoas, já foi completamente vacinada – uma das taxas mais baixas entre países ricos.

O governo afirmou que mais 100 milhões de pessoas estão aptas a tomar o reforço. O Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) afirmou que todos os adultos vacinados devem receber uma dose adicional diante da diminuição da proteção oferecida por vacinas com o passar do tempo e do aparecimento da ômicron.

"Vamos combater essa variante com ciência e velocidade, e não caos e confusão", disse Biden nesta quinta, alertando que as infecções vão aumentar no inverno. "As ações que estou anunciado devem nos unir na luta contra a covid-19."

lf (Reuters, AP, AFP)

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